Por algum motivo que eu não posso justificar senão por marionetação cósmica illuminatti, as vezes as coisas nesse blog vem em ondas e eu juro pra vcs que são as ondas mais estranhas possíveis. Ontem mesmo eu falei de um jogo que era essencialmente uma demo tecnica - ou seja, um jogo feito mais para demonstrar uma capacidade do console ou uma habilidade do desenvolvedor do que ser um jogo inteiramente pensado para ser um jogo per se. Estou falando, é claro, do curioso caso de STAR OCEAN.
E bem, não é que logo após isso... temos outro jogo que é igualmente uma demo técnica?
No entanto, nem todos estão felizes com o cessar fogo. Um que não ficou nada feliz com a guerra não comemorar bodas de 50 anos foi o Bureau, uma organização maligna do mal que odeia o bem que engloba traficantes de armas e militares corruptos que estavam se beneficiando das vendas de armas pelas ultimas quatro decadas.
E é aqui que você entra: o Bureau contratou um mercenário para atacar alvos estratégicos dos dois lados e assim manter viva a chama da guerra, e esse mercenário é você e o seu mecha Slam Bird. Então, é, esse jogo você joga com um tremedississimo FILHO DE UMA PUTA. Hã, quem diria?
A sua vil vilanice a parte, o ponto o jogo é que você atira em muitas coisas em Amok. Você corre em seu mecha e atira em legiões de ... eu ia dizer bandidos, mas são só pessoas que querem viver sem guerra... caraca, que cuzão vc é, véi... e explode todos os tipos de estruturas.
Agora, o surpreendente é que o mecha que você controla é surpreendentemente muito ágil e embora você não possa pular, você pode desviar para os lados com bastante agilidade. A ação é incrivelmente rápida em Amok e, se você não estiver se movendo constantemente vai tomar muito pipoco em quase nenhum tempo.
Isso quer dizer que em termos de controles, o jogo se parece muito com os jogos FPS dos anos 90. O gerenciamento de armas é um pouco diferente, pq vc tem uma mira automatica que trava nos inimigos, mas fora isso, o jogo é muito parecido com QUAKE e DUKE NUKEM 3D - com direito a areas secretas de uma forma bem parecida. Felizmente os controles tambem copiam a tightness dos FPS dos anos 90, então tá de boas.
Os objetivos do jogo são bastante simples, tem um marcador vermelho na tela e você precisa seguir ele na tela, essencialmente é isso... que é o que dá pra fazer em um jogo com apenas 4 fases, afinal. Alguns inimigos exigem armas especificas (as minas terrestres precisam de bombas e os discos voadores precisam de misseis), mas nada realmente complexo tb.
A diversão que vc tem com esse jogo, no final das contas, depende do seu gosto por esse tipo de jogo. Se vc gosta de jogos de tiro frenéticos que as vezes beiram o shmup de tanta bala na tela, entõa provavelmente esse é o seu tipo d ejogo. Mas par aa maioria das pessoas, esse jogo é dolorosamente dificil - tão dificil quanto vc poderia esperar jogando um bullet hell que você tem apenas uma vida.
Alias, uma curiosidade é que a dificuldade padrão nesse jogo é hard, vc tem que entrar no menu de opções para mudar para easy - o que só deixa jogar duas das quatro unicas fases do jogo. Alias quando vc começa o jogo sua barra de vida tem apenas 1/5 da sua capacidade, vc tem que achar power ups para encher a barra de energia... então meio que dá pra er onde os devs queriam chegar aqui.
Então se o seu negócio é um jogo disposto a arrancar seu couro desde o primeiro momento (embora sem ser injusto em como faz isso), Amok é um bom jogo pra vc. Especialmente se considerarmos que isso é essencialmente uma tech demo do 32X adaptada para o Saturn. Um pouco mais de conteúdo e quem sabe poderia ter pelo menos garantido uma continuação.
Esse é um daqueles jogos old school no sentido mais essencial da palavra: que tenta ocultar sua falta de conteúdo com uma dificuldade de cair o cu da bunda, exatamente como se fazia nos tempos do Nintendinho!
Edição 034 (Janeiro de 1997)