domingo, 18 de junho de 2023

[#1129][Jul/97] BLOODY ROAR: Hyper Beast Duel (ou "Beastorizer" no arcade)

Normalmente eu coloco a capa americana no topo, mas dessa vez a capa japonesa é TÃO mais legal que não teve jeito

Dois anos, seis meses e quinze dias. 961 dias. 23064 horas, aproximadamente. Esse é o tempo exato durante o qual meu coração sangra efusivamente, um vazio que só pode ser preenchido pela dor e o desespero.

O motivo disso, vc pergunta? Bem, pq foi a essa exata data que eu joguei ... oh, a dor... BRUTAL: Paws of Fury

Não disse que a capa americana era meio bosta?

PARA DE DRAMA, O JOGO NEM É TÃO RUIM ASSIM. TU MESMO NEM CHEGOU A DAR UM "THE WORST OF"

Não foi a jogabilidade de BRUTAL: Paws of Fury que me destruiu. O jogo não é bom, mas é mais esquecível do que qualquer outra coisa. O que me quebra mesmo é que esse era o jogo chosen one de luta furry e eles tem a pachorra, o despeite, a imoralidade de ter apenas UMA personagem feminina nesse jogo.

Como pode uma porra dessas? Tudo bem que Foxy Roxy é uma raposinha adoravel com cheiro de baunilha numa manhã de sabado nos campos relvados, mas... e cade o resto? Nenhuma coelhinha? Catgirl? Diabos, até meninas cavalo a gente tá aceitando, aqui não se discrimina ninguém!


TÁ, MAS PQ LEMBRAR DESSE JOGO HOJE? O QUE ISSO TEM... NÃO... OH, NÃO...

Oh sim, Jorge! Eis que surge uma nova chance da redenção furry! Senhoras, senhores e estramente um grande fluxo de publico da Singapura que acessa esse blog, hoje falaremos de nada mais, nada menos do que RUGIDO SANGRENTO!

Quase três anos depois, então a indústria dos videojogos finalmente se redimirá do seu criminoso descaso com o seu publico que adora meninas fofinhas parte bichinho?

A resposta é não. Definitivamente não.


Então a boa notícia é que enquanto rugido sangrento tem finalmente a menina-coelho que BRUTAL: Paws of Fury ficou nos devendo. A notícia ruim é que além dela a única outra personagem feminina é a dona de casa-javali, o que não é exatamente a minha coisa, mas não posso negar que tenha lá o seu publico.

BEM, EMBORA O MANUAL DO JOGO DIGA QUE A RAPOSA É UM CARA, ELE TEM ESSE VISUAL:


Oh... oooooh... bem, sendo este o caso, alterno minha reação adequadamente:


... eu... eu não acredito... tantos anos... tantos jogos... muitos deles os quais realmente me fizeram questionar a minha própria sanidade... mas agora eu entendo, eu realmente posso sentir que tudo valeu a pena. Meu deus, tudo finalmente valeu a pena...

Videogames são a mais bela forma de arte da face da Terra, isso é tudo que eu tenho pra dizer... tudo finalmente valeu a pena...


"ARTE" É COMO ESTÃO CHAMANDO AGORA, NÉ?

A-R-T-E, EU TE DIGO. Mas tá, falando sério agora...

AHÃM, COMO SE VOCÊ ESTIVESSE BRINCANDO...

... o que rola em Rugido Sangrento é que ... bem, eu gostaria de dizer que vou me aprofundar na história do jogo, mas para ser honesto essa história tem uma quantidade realmente grande de "meh" envolvida.


Existe pessoas que nasceram com a habilidade de se transformar em animais, e uma corporação maligna do mal que odeia o bem quer usar esses zoantropos como armas biologicas e apronta altas confusões.

Alguns dos personagens estão tentando lutar por objetivos pessoais, outros por vingança contra a megacorporação do mal, etc... o básico de qualquer jogo tom para a luta. Sério, não tem nada de realmente especial aqui que você não veria em qualquer ripoff de Street Fighter.


Tipo o pai do Yugo morreu investigando a companhia, ele quer vingança. Greg quer usar a fama para reunir seus antigos colegas de circo. Você pegou a ideia, é o 101 do jogo de luta.

E tem um cara chamado Gado que é um leão, o que é realmente confuso mas não me impediu de ficar fazendo piadinhas de "esse cara é gaaaaaaaaado demaaaaaaaais". Pq eu sou maduro desse jeito, vc sabe.

INFELIZMENTE, EU SEI.


Mas tá, chega de palhaçada e vamos falar de como esse joguim de porradaria realmente funciona: Bloody Roar não começa como um jogo de luta particularmente especial. Ele funciona e tal, mas é apenas o ripoff 451 de VIRTUA FIGHTER 2

O que você quer, o que torna esse jogo realmente especial é que é que durante a luta você pode RUGIR SANGRENTAMENTE e se transformar em uma fera (como um grande coelho rosa felpudo ou uma raposinha com cheiro de baunilha).


O quanto dura sua transformação depende do quanto você encheu sua barra de BOLADICE e enquanto você está no modo fera vc não perde energia, todo dano é descontado apenas da sua barra de transformação. O que é meio estranho se vc pensar nisso, pq na prática conforme sua forma de besta recebe dano, você fica menos enfurecido. Você poderia pensar que levar um soco no estômago te deixaria ainda mais furioso, mas então eu não sou uma pessoa particularmente violenta e não tenho o hábito de sair por aí levando socos no estomago, então o que eu sei realmente? 

O que importa mesmo é que se o seu nível de raiva cair, você volta à forma humana e passa a ter suas nádegas carnudas entregues a você em uma tipóia por seu oponente peludo.



E essa é toda a coisa do jogo: para desbloquear todo o arsenal de ataques, você deve entrar em sua forma de besta. Do ponto de vista do design, isso faz sentido. Se você tivesse todos os ataques desde o início, haveria pouco incentivo para se metamorfosear. Infelizmente, uma vez que você é derrotado de volta à forma humana, há muito pouca chance de ganhar uma batalha contra um tigre furioso rasgando o seu peito. 

Então as lutas tem um incomum elemento estratégico aqui, vc quer se transformar o tão cedo possível pra usar todos seus golpes, força e velocidade aumentos, mas não tão cedo a ponto de você voltar a forma humana enquanto o seu oponente ainda tem o beast mode dele.


Isso realmente faz esse jogo parecer incrível e especial na teoria - tirando o fato de vc poder jogar com uma raposa crossdresser, isso é - porém na prática... sua execução é um tanto menos especial do que poderia vir a ser.

O problema é que os ataques não têm a velocidade de DEAD OR ALIVE. A amplitude e acessibilidade dos não se compara com combos TEKKEN 3. E os golpes não tem a sensação de peso e brutalidade (apesar de sair sangue) de LAST BRONX. Ou seja, o jogo não é mecanicamente especial ou satisfatório, você vê o que eles estavam tentando atingir mas a sensação de jogar o jogo é leve e generica demais para chegar lá.


Na verdade, o jogo tem até mesmo alguns problemas tecnicos bem sérios como combos infinitos: se você arremessa seu oponente através do ringue, você pode simplesmente ficar acima de seu corpo e lançá-lo novamente quando ele se levantar. Ou talvez simplesmente repita o "punho na cabeça" do gorila Greg repetidamente, derrubando seu inimigo de joelhos no chão e de joelhos no chão novamente, nunca permitindo que eles se levantem. Enfim, existem várias sequencias de movimentos indefensáveis que evidenciam o pouco teste (e logo orçamento) que esse jogo teve.

Bloody Roar também funciona melhor como um arcade do que como um jogo de console, dado sua falta de recompensa por completá-lo. Não existem personagem ou roupas para desbloquear, então você fica com os oito lutadores para escolher e não há mais nada pelo que lutar. Sim, tem o modo survival de sempre, time attack e modos versus, além de uma galeria de arte, mas não há nenhum incentivo real para continuar jogando. Os finais em CG são meio paia também

NÃO TEM O FANSERVICE FURRY QUE VC ESPERAVA, NÉ?

Dá pra acreditar? Ãhn, digo... então, mas de qualquer jeito é, a versão de PS1 do jogo não tem realmente muito conteúdo extra não.

Mas então a ideia da coisa é que Bloody Roar realmente tinha potencial para ser um jogo especial pq as ideias estão lá, falta só polir a execução - o que eu ouvi dizer que acontece nos jogos seguintes da franquia. Porém isso permanece a ser visto em Bloody Roar 2, pq por agora o que eu posso dizer é que esse jogo é perturbadoramente mediano em lugares que ele não deveria ser, com essas premissas ele podia ser MUITO mais do que isso.


E é uma pena porque tentar ser diferente não é algo que acontece todo dia em jogos de luta, nem nessa época e nem hoje em dia. Eu realmente queria ter gostado desse jogo mais do que eu gostei, piadas de furry a parte

Mas okay. Pelo menos eu joguei com uma bunny girl e uma raposinha crossdresser. E no final, não é isso que realmente importa?

MATÉRIA NA AÇÃO GAMES
Edição 123 (Janeiro de 1998)


MATÉRIA NA SUPER GAME POWER
Edição 043 (Outubro de 1997)


Edição 047 (Fevereiro de 1998)


MATÉRIA NA GAMERS
Edição 024 (Novembro de 1997)


Edição 025 (Dezembro de 1997)


Edição 026 (Janeiro de 1998)