quinta-feira, 8 de dezembro de 2022

[#1007][Nov/96] WONDER PROJECT J2

 

Uma das primeiras coisas que eu aprendi nesse projeto (eu digo o blog, não o project do jogo) é que reviews de jogos antigos tem que ser tomados uma pitada de ceticismo porque a imensa maioria é apenas nostalgia ou, o que é bem frequente, algum maluco querendo chamar atenção dizendo que descobriu uma "perola escondida" que ninguem lembra... apenas para na maioria das vezes não ser nada senão um jogo medíocre que ninguém lembra por um motivo. Mas hey, esses cliques não vão se caçar sozinhos, certo?

Sério, já tem mais de mil reviews e raras vezes um jogo completamente desconhecido saiu do nada e levou nossos corações de assalto. Uma dessas raras vezes, entretanto, foi justamente com WONDER PROJECT J.

WONDER PROJECT J é um point'n click/raising sim que não apenas espreme cada gota de capacidade do Super Nintendo em programação, cutscenes e música, como é um jogo que mete o dedo na ferida falando abertamente de racismo, discriminação e como as pessoas podem ser melhores do que isso. De todas as coisas que eu esperava ver na vida, um jogo que tem uma referencia clara a quando Jesse Owens (que é negro) venceu os 100 metros rasos nas olimpiadas de Berlim na cara dos nazistas e do her fuhrer. Pois é.

E como esse é um jogo que nunca foi lançado fora do Japão, ESSE é um jogo que definitivamente merece ser chamada de "hidden gem" do Super Nintendo. Na real até agora eu não entendo pq a Super Game Power dedicou duas páginas a um jogo que não tem como ser jogado sem saber japonês, mas sou grato que eles o fizeram (e a quem traduziu o jogo na internet anos depois) pois me permitiu ter uma das experiencias mais emocionantes de todo esse blog.

Então imaginem vocês minha alegria quando eu soube que esse jogo teve uma continuação para o Nintendo 64! Mesmo que as midias em cartucho do N64 não tenham tanta capacidade de armazenamento quanto os CDs, a quantidade de animações, músicas e mecanicas que esse jogo pode ter aumentaria em pelo menos 10 vezes! É tipo pegar um piloto de F1 extremamente talentoso mas que pilota um carro limitado e coloca-lo na equipe de ponta, a imaginação é o limite!

E olhando as primeiras imagens o hype é real, pq esse é o jogo com o maior número de cutscenes que eu já lembro de ter visto no N64, ele é REALMENTE bem animado! Bem, claro, e tem a coisa que a protagonista agora é uma garota. 


AHAM, TO VENDO NO QUE TU TÁ INTERESSADO AQUI...

Hã, eu... err... 


ALO, É DO FBI? EU QUERO DENUNCIAR UM "INTERESSE" AQUI

Hã... mas então, o jogo, né... quer dizer, o que possivelmente poderia dar errado?

TALVEZ VOCÊ NÃO DEVESSE USADO ESSAS PALAVRAS...

Temo que tenha condenado a todos nós... mas o que foi dito está dito e o que não foi dito é um cabrito. Vamos começar pelo começo.

domingo, 4 de dezembro de 2022

[#1006][Dez/96] MEGA MAN 8: Anniversary Collector's Edition


Eu gostaria de abrir esse texto citndo as palavras do celebre filosofo moderno, Mario Jorge Lobo Zagallo:


Porque é impressionante que essa semana mesmo eu joguei a continuação de um jogo que tem que ser imagem de ilustração da palavra MEDÍOCRE no dicionário e ele se revelou um jogo fodendamente polido e feito com carinho. Estou falando de ARC THE LAD 2, é claro. Mas aí vocês sabem o que aconteceu? ACONTECEU DE NOVO! É inacreditável!

sábado, 3 de dezembro de 2022

[#1005][Mai/96] BATMAN FOREVER: The Arcade Game

Então após um jogo REALMENTE longo com ARC THE LAD 2, vamos ver o que as revistas me reservam. Espero que seja um jogo rápido e simples para equilibrar as coisas... oh, oh não... não, não, não, não você não, tudo menos você! Eu já me livrei de você, você não tem o direito de estar aqui de volta!


BATMAN FOREVER é, indiscutívelmente, um dos top 10 piores jogos de todos os tempos a amaldiçoar o Super Nintendo com a sua existencia e no Mega Drive (que tem menos botões no controle e torna tudo exponencialmente pior) é um dos ... bem, tem MUITO jogo ruim de Amiga no Mega Drive... mas é top 10 tranquilo também. O filme não é tão ruim quanto as pessoas dizem uma vez que você entende a pegada Batman anos 60 (normalmente ele é confundido com Batman e Robin, esse sim é tenebrível), mas o jogo... dancing macarena on the rain, como isso é ruim...

Ma benne, isso todo mundo e a mãe de todo mundo sabe. O que menos gente sabe, e incluindo isso eu que só descobri lendo a revista para esse projeto, é que existe um OUTRO jogo de Batman Forever, dessa vez para arcade e portado para uma galere.


Bem, a boa notícia é que esse jogo não é nem de perto tão desumanamente pavoroso como o jogo anterior... se mais nada pq é humanamente impossível algo ser TÃO ruim quanto... a notícia ruim é que não é muito mais que isso também.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2022

[#1004][Nov/96] ARC THE LAD 2


Essa postagem demorou muito em relação a última por dois motivos bastante distintos. O primeiro é que estamos no meio da Copa do Mundo, então com quatro jogos por dia em um evento que acontece apenas a cada quatro anos é meio dificil encaixar umas jogatinas. Mas o real motivo é que esse segundo jogo do Arc - o camarada - é um dos maiores RPGs que eu já vi no PS1. O que é ironico, porque o primeiro ARC THE LAD é um dos - se não for "Ô", na minha experiencia é - RPG mais curtos do PS1.

Agora... ai mamãeziz... ARC THE LAD não é apenas um dos RPGs mais curtos do PS1, é um dos mais medíocres também. Não é nem que o jogo tenha algum defeito grave nem nada, mas como eu disse naquele texto, é apenas um jogo que foi feito de qualquer maneira única e exclusivamente porque o Playstation foi lançado sem nenhum RPG e isso não cola no Japão. Então fizeram qualquer porcaria no apavoro e essa coisa que essencialmente tem o sabor de um saladão de queijo coalho com chuchu é o primeiro jogo.

Então imaginem, apenas imaginem, a minha alegria ao descobrir que a continuação dessa tralha insossa é um dos RPGs mais longos do primeiro console da Sony? Yay me, eu digo... Mas bem, tirando o fato que é impressionante tecnicamente o quanto de informação eles conseguiram socar em um único CD (mesmo sendo em 2D, o jogo tem cutscenes longas, animações em CG e mais conteúdo opcional do que eu consigo lembrar de cabeça em qualquer outro jogo de PS1 até então), o jeito é trincar os dentes e ver o quanto eles podem ter melhorado em uma continuação lançada 17 meses depois do primeiro ...

segunda-feira, 14 de novembro de 2022

[#1003][Out/96] PANDEMONIUM!

Como eu já comentei aqui em outras oportunidades, o período de 96/97 foi a época de uma grande mudança no paradigma dos videogames. Isso pq os jogos de plataforma eram até então os reis absolutos dos videogames desde que a Nintendo botou essa indústria pra funcionar com Super Mario Bros de 1985, mas com o advento dos jogos 3D isso estava mudando.

O que deixava no ar a pergunta "o que caralhas fazer com os jogos de plataforma?", porque não é como se as pessoas estivessem disposta a deixar o genero mais popular da industria simplesmente morrer do dia par a noite e nisso algumas ideias foram tentadas. Algumas criativas, mas pouco práticas, como JUMPING FLASH, até que Miyamoto-san (sempre ele) disse "toca po pai que o pai resolve", mostrando um masterclass de como fazer um jogo 3D com SUPER MARIO 64.

Isso não quer dizer, entretanto, que outras pessoas não continuaram tentando seu próprio caminho e uma das tentativas mais pitorescas que nasceu dessa proposta foi o que hoje chamamos (embora na época claro que esse termo ainda não tinha sido cunhado) de "Plataforma 2.5 D". Mas o que parque aquático da Turma da Monica é um jogo de "Plataforma 2.5 D"?

domingo, 13 de novembro de 2022

[#1002][Nov/96] DISRUPTOR


Uma das coisas interessantes nesse projeto é acompanhar de perto os começos humildes de desenvolvedoras que hoje são titanossauros da indústria dos videogames. Eles já exibiam os traços de design que exibem ainda hoje, ou seu começo foi algo totalmente constrangedor e embaraçoso?

A From Software, que hoje por exemplo só lança jogo se for pra empilhar GOTY, teve seu começo com KING'S FIELD, que dadas as limitações técnicas do Playstation já exibia um bom naco do DNA da empresa. Por outro lado, a empresa mais premiada da história dos videogames, a Naughty Dog, teve um começo beeeeeem menos digno com WAY OF THE WARRIOR.

Eu estou falando isso pq hoje é dia de falar do jogo de estreia de um dos cachorros grandes e quentes do mercado: a Insomniac Games. Caso o nome não lhe seja imediatamente familiar, com certeza seus jogos o são.


Então como foi o começo da carreira desses caras que não dormem? Terá sido um fracasso aterrador ou desde o começo eles já apresentavam um dado potencial para a grandeza? É o que veremos hoje com o INTERROMPEDOR!

sexta-feira, 11 de novembro de 2022

[#1001][Jan/96] RISE 2: Ressurection

Passadas as épicas, mastodonicas e ululantes celebrações do milésimo do jogo desse blog, voltamos a nossa programação normal e não tem como ser mais normal do que... oh... oh boy... voltamos ao normal com a corda toda, heim?

Bem, então a continuação de RISE OF THE ROBOTS. A minha vida não é nada fácil.

quinta-feira, 10 de novembro de 2022

[#1000][Jan/97] FINAL FANTASY 7


Quase um mês desde a última postagem é algo que não acontece comumente nesse blog, na verdade acho que nunca aconteceu. Porém isso é por um motivo bastante nobre: afinal, o jogo de hoje como vocês já viram no título é algo especial. Eu quero dizer, realmente especial.

domingo, 16 de outubro de 2022

[#999][Out/96] TOMB RAIDER


Eu considerei por um longo tempo se esse jogo deveria ser o jogo número 1000 desse blog, mas por fim eu decidi que 999 é um número bacana o suficiente. Entertanto se esse fosse o caso não estaria errado, já que nossa amiga Laura saqueadora de tumbas totalmente seria uma entrada digna para o milesimo review, Tomb Raider é um jogo importante assim.

Isso pq em 1996, a Sony estava metida em uma alhada: o PS1 vendia mais que o Saturn nos EUA, o preço era okay, os jogos estavam entrando e alguns jogos eram realmente do balacobaco, como RESIDENT EVIL ou TEKKEN 2.

ISSO NÃO PARECE EXATAMENTE A DEFINIÇÃO DE UM PROBLEMA, SABE?

sábado, 15 de outubro de 2022

[#998][Jul/94] POLICENAUTS



Em 1985 o filme Rambo 2 era o maior sucesso entre os filmes de ação e grande motivo de culto da molecada (até porque Rambo 1 não é um filme de ação, pouca gente lembra disso) e óbvio, todas as criadoras de jogos queriam o seu próprio Rambo genérico (já que licenciamento custava dinheiro e já havia sido feito) para vender seus joguinhos como se não houvesse amanhã.

O MSX (finado console-computador do qual quase nenhum de vocês já viu na vida) também queria o seu Rambo, mas tinha uma limitação técnica bastante grande: você podia colocar poucos inimigos na tela e menos ainda atirando (pq balas consomem preciosos sprites de animação) e eles não sabiam como resolver esse problema. De forma simples, o MSX era limitado demais para entregar um jogo de ação que pudesse competir com o Nintendinho, por exemplo.

 Aí entra a figura do novato Hideo Kojima e resolve essa questão de forma genial: usou a limitação do MSX como ferramenta. Não seria um jogo de ação, e sim um jogo de espionagem que você deveria evitar os inimigos - dessa forma você pode ter poucos inimigos na tela e manter o jogador tenso. Nasciam assim os jogos de stealth.

Mas ainda sim seria um pouco chato para a mente de um moleque (mesmo japonês) de 8 anos. Como convence-los a não ser visto por inimigos quando os outros jogos ofereciam a possibilidade de mandar chumbo de 8 bits (ou seja, um pontinho branco) neles?

Simples: com uma boa história para fisga-los. Pela primeira vez nos videogames, Kojima usou a história como ferramenta narrativa para complementar um jogo de ação. Se trinta anos depois temos experiências únicas como Bioshock ou Spec Ops: The Line, é graças a esse japonês esquisitão. O jogo do MSX, como você pode imaginar, se chamava Metal Gear e hoje é isso:



É realmente importante ressaltar o quanto Kojima é uma das mentes mais criativas e visionárias de toda indústria de games, porque Policenauts é um dos projetos pessoais dele que a Konami o deixou fazer o que ele bem entendesse.

O que poderia sair errado?