Uma das lendas a respeito da indústria dos videogames é que a relação das revistas de videogames dos anos 90 com a Atari é que a empresa se recusava a pagar aquele cafezinho, molhar a mão, dar uma ajudinha pro uisque, sabe como é... e como quem quer rir tem que fazer rir, as revistas destruiam os jogos da empresa nos reviews sem motivo nenhum.
Tá, okay, não que realmente precise muito muito pra esbodegar o Jaguar Do The Math, um console que tem jogos como RAYMAN, AIR CARS e ZOOL 2 merece ser esbodegado mesmo, mas o ponto é que mesmo quando não merecia eles desciam a lenha como se o console tivesse encoxado a mãe deles no tanque. Vide o port de DOOM que na verdade é bastante decente, mas que lendo as matérias nas revistas americanas de jogos (aqui a matéria do Baby Betinho na Super Game Power foi honesta até) parece que é um dos sinais da volta do capiroto.
Ou então esse Flip Out, que vendo o quanto esse jogo apanhou desnecessariamente é dificil não acreditar que era perseguição porque eles queriam grana, só isso explica (tá, embora eu não coloque acima de um jornalista tentar acabar com a marca porque ele se sentiu ofendidinho por qualquer frescura).
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| Eitaporra, to entendendo nada |
Isso porque enquanto Flip Out não é um jogo BOM por nenhuma métrica, também não é a fúria de mil sóis amarelos indutor de vomito que dizem que é. É um jogo simples? Mais do que deveria, mesmo para um puzzle. Mas não é esse terrortron todo também.
Então vamos ver como o jogo funciona: você clica em um tile e ele "flipa" aquela peça pra cima, e então enquanto ele está no ar você clica em outro para escolher onde ele vai cair. Com isso você tem que arranjar o padrão que a fase exige - tipo alinhar todos os tiles de uma cor, por exemplo. .
Parece bastante simples, certo? Bem, é aqui que o jogo atira uma bola curva: quando você clica pela segunda vez, para escolher onde a peça vai cair, isso também flipa o aquele tile - logo você tem um bando de tiles voando e precisa juglear esse caos todo.
Flip-Out ainda adiciona um novo desafio que são os pequenos alienígenas na plateia que interferem na partida, pois eles vão comer seus tiles, pular neles para atrapalhar suas flipadas ou pintar os tiles de outra cor. Em compensação, você ganha pontos extras se esmagar os sacanas fazendo um tile cair em cima dos sacanas enquanto eles estão no campo e não vou negar que esmagar os filhosdeumaroncaefuça é bem satisfatório. As fases seguintes mantem o mesmo gameplay, mas trocam os gráficos de tiles para coisas coloridas aleatórias como carinhas sobre... cogumelos aliens, eu acho...
... ou o monte Rushmore, just because. Como eu disse isso não muda o gameplay e só deixa o jogo confuso e visualmente poluído.
Bem... e é isso realmente. É a coisa mais espetacular do mundo? Não, definitivamente não estamos falando do sucessor de Tetris aqui. Mas é serviçavel enquanto puzzle, eu achei okay-ish e com certeza absoluta já tive que jogar coisas muito piores no console da Atari.
É um jogo que podia ter saído pra Gameboy como a Gamepro disse? Hmm, dificilmente, tem muita coisa para juglear no ar ao mesmo tempo para um hardware mais simples, embora eu concorde sim que poderia ter sido um jogo de SNES ou Mega Drive - como quase tudo que saia no Jaguar (salvo uma ou outra exceção que realmente pareciam visualmente jogos nível Playstation, como RAYMAN ou ALIEN VS PREDATOR)
Enfim, definitivamente não é um jogo que justique tanto hate que a Super Game Power teve que editar o texto original da Gamepro quando traduziu, mas hey, pelo menos dá uma boa visão de como o gamejournalismo já era tão ruim naquela época quanto é hoje...
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| O texto original da Gamepro |
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| E a SGP que cortou o final de puro hate. Cara, quando a SGP é a voz da razão nessa história vc sabe que alguma coisa errada não tá certa |
Edição 020
