quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

[#836][SNES/MEGA] VENOM - SPIDER-MAN: Separation Anxiety [Novembro de 1995]

Apenas quase 30 anos depois, eu descobri que esse jogo não se chama Spider-Man and Venom, é Venom TRAÇO Spider-Man. Que era bizarra em que o Venom vinha antes do Homem Aranha, aí anos 90...

Rapaz, os anos 90 foram uma coisa, né? Eu já disse aqui algumas vezes que enquanto eu até gosto da interpretação atual do Venom com o Tom Hardy puxando mais pra comédia, seu conceito original de ser um Homem-Aranha mais DARQUII TREVOSUUU E DU MAUUUU defitinitivamente não era o meu copo de chá.

E como isso deu tão certo (os anos 90 eram os anos 90, afinal), então a Marvel continuou empurrando o envelope e fez uma versão MAIS sangrenta, violenta e MAUVAUDONAAAA do Venom, que viria a ser o Carnificina. Como o nome pode dar a enigmática pista.


Mas enquanto Carnificina é um personagem BEM merda (do tipo que é mau pq edgelords de 14 anos amam ser DU MAU), ao menos a sua história SPIDER-MAN and VENOM: Maximum Carnage é bacaninha, então vá lá. 

Porém como a vida tá cara e o tempo não para, o que foi que a Marvel fez em seguida? Ora o que mais, chegou a conclusão que se uma versão DU MAU do Homem-Aranha deu certo e uma versão DU MAU do personagem que já era todo trevosão vendeu bem também... vamos logo enfiar o pé na jaca e sair fazendo simbiontes adoidados huahuahuahau!!!

Sério Marvel, vocês também não se ajudaram pra ter se metido nesse buraco, né? Então essa é a história da HQ Separation Anxiety, que no Brasil foi publicada como “A Dor da Separação” porque o termo “separation anxiety” - que é um termo psiquiatrico real - não era popular.

Para surpresa de absolutamente ninguém, a mini-série em quatro edições não realmente emplacou a nova leva de filhotes do Venom (Scream, Agony, Lasher, Phage e Riot, o nomezinhos heim) tanto que ninguém fala neles realmente. Quer dizer, é óbvio que em algum momento a Sony vai fazer um filme dessas inhacas, mas enfim. 

Pra vc ter uma ideia de como esses personagens não pegaram de tal forma que a adaptação videogamistica dessa série (que é esse jogo em questão) meio que ignora essa HQ e o jogo chamado “Separation Anxiety” usa os filhotes simbiontes do Venom mas a história é essencialmente a da minisérie “Lethal Protector” - que é a minissérie que inspirou primeiro filme com o Venom tretando com a fundação Vida que quer fazer poutaria com os simbiontes.


Cara, quando a fucking LJN acha que a sua história não vai render um caldo pra um fucking beat? Meu, não é como se um jogo desse tipo exigisse um romance chinês... e ainda sim a LJN disse “nah”. Ser rejeitado pela LJN deve ser pior que... pior que... cara, não consigo pensar em nada pior que ser rejeitado pela LJN.

Falando de energia LJN, a Software Creations que fez esse jogo realmente não tava com muita tesão por esse jogo tanto que até tirou as cut-scenes em estilo de HQ que o jogo anterior tinha. Ao invés de fazer isso que dava trabalho, eles simplesmente colocam uma tela preta com texto explicando em um segundo você está em uma ponte, depois em uma floresta, depois em um shopping subterrâneo… 

Lembrando como eram as cutscenes no jogo anterior...

... e como ficou nessa continuação.

Os cinco novos simbiontes que aparecem na capa do jogo e são os chefes das fases nem tem seu nome no jogo. Isso porque esse jogo é um beat’m up que nem se dá ao trabalho de colocar os nomes dos inimigos no jogo (sim, esse PUTA trabalho), então se você não tinha o manual do jogo você só sabia que tinha o Venom Verde, a Venom Flamejante Peituda, a Venom Roxa... cara, que falta de interesse em fazer um jogo, taqueopareo véi...

Do ponto de vista da jogabilidade, esse jogo também não adiciona nenhum esforço ao que já tinhamos visto em “Maximum Carnage” - já que o jogo usa os mesmos movimentos e a mesma programação do jogo anterior. 

Bom, pra não dizer que esse jogo é exatamente o mesmo do anterior ele parece levemente menos dificil - os inimigos comuns dropam mais energia e dão mais power ups de limpeza de tela. O último chefe, Carnificina, não apenas é o mesmo do jogo anterior como ataca exatamente da mesma maneira... mas dessa vez ele pode ser derrotado por algo que não seja pura sorte.

Então essa é a tonica da coisa: eles reaproveitaram toda programação do jogo anterior que puderam, só que causando menos dando e com levemente menos vida. Os heróis de suporte também retornam aqui, mas são em menor número: no lugar do Quarteto Fantástico e alguns X-Men, agora temos Capitão América, Gavião Arqueiro, Motoqueiro Fantasma e Demolidor. Bom, pelo menos são personagens mais legais (vivemos em um mundo em que o Gavião Arqueiro é mais legal que o Quarteto Fantástico), mas não é como se dar um golpe e vazar fosse mudar muito jogo.

Por outro lado, escolher o Homem-Aranha ou o Venom no jogo anterior resultavam em fases diferentes... mas como isso também dá trabalho, foda-se: agora tanto faz escolher qualquer um dos dois resulta nas mesmas fases.

A famosa fase do elevador, que todo beat'm up é legalmente obrigado a colocar

Outra coisa que esse jogo faz mais preguiçoso que o anterior é a trilha sonora: a trilha sonora de “Maximum Carnage” é composta por músicas que são ripoffs de rockzões nervosos como Mob Rules do Black Sabbath ou Hard Lines Sunken Ships do Pantera. A trilha sonora de “Separation Anxiety”, por sua vez... não se dá ao trabalho. Não é nada que dói no ouvido, mas é apenas... meh.

Então “Separation Anxiety” é uma versão piorada do jogo anterior (que já não é nenhuma maravilha) e merece queimar no marmore do esquecimento? Bem, não realmente. Esse jogo faz UMA coisa melhor que o jogo anterior e que calha apenas de ser uma das coisas mais importantes em um beat’m up. Discutivelmente "A" mais importante que um : ao contrário do jogo anterior, esse jogo tem coop.


Sim, eles tiveram a incrível, revolucionária, escalafobética habilidade de jogar com dois players ao mesmo tempo. Parece que eu estou zoando, mas isso torna esse jogo minimamente jogavel. Então se você tiver com quem jogar coop... existem opções piores para passar o tempo do que jogar isso. Não muitas, mas existem.

Agora, se você está solito na mano... rapaz... aí é complicado. Talvez se a Software Creations tivesse escolhido uma história diferente (uma mais interessante com personagens melhores) para criar o jogo, ou mesmo tivesse tentado fazer uma história original com alguns vilões mais ... familiares .... ao Homem-Aranha, a experiência seria mais memorável. Ou uma música melhor... ou ter algo no jogo além de socar e ir pra direita (itens, interagir com o cenário, poder jogar os inimigos em buracos... qualquer coisa!)... ou fazer com que agarrar os inimigos não te deixe completamente vulneravel, então você não pode chegar muito perto de ninguém... resumidamente, fazer um jogo novo praticamente. 

Porque do jeito que foi feito, “Separation Anxiety” é apenas uma continuação visivelmente mais desinteressada de um beat-em-up que já não era muito bom em primeiro lugar.

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