quinta-feira, 18 de setembro de 2025

[#1556][Abr/2000] ARMY MEN: World War


A página de Army Men: World War na Wikipédia tem exatamente 57 palavras. Sim, eu contei. Bem, mais precisamente, pedi a uma IA para contar e com isso acelerei o Dia do Julgamento da humanidade em alguns anos por força-la a um trabalho tão idiota. Mas isso é um problema para o C do futuro. A questão é: o maior reservatório mundial de conhecimento humano coletivo — o mesmo lugar onde você pode aprender sobre mecânica quântica, os hábitos de acasalamento dos axolotes e cada aparição do Batman na cultura popular — só pode dispensar três míseras linhas para Army Men: World War. Três. Linhas.

Então, isso é realmente tudo o que tem para dizer sobre este jogo? Army Men: World War é tão desprovido de conteúdo que pode ser resumido em menos texto do que um tweet? Ou será que simplesmente ninguém se importa o suficiente para se dar ao trabalho?

Bem... a resposta é um pouco dos dois.


Primeiro, as boas notícias: o sétimo título da franquia Army Men (sim, sete jogos em menos de dois anos — porque isso sempre grita "controle de qualidade") consegue consertar a maioria dos problemas gritantes de jogabilidade do terrível ARMY MEN: Sarge Heroes. Mesmo sendo um exclusivo do que era o mais fraco dos ports anteriormente — a versão de PS1 — as coisas finalmente se movem, disparam e ficam paradas como deveriam. Então, kudos onde kudos são devidos: parabéns à 3DO Company. Eles realmente consertaram o brinquedo. Yay! 

Agora, as más notícias: é isso. Esse é o jogo todo. Ele funciona. Ponto. E a essa altura, parece que a 3DO adotou um novo lema: "Funciona. Lança. Próximo". Quando você está lançando sete títulos em menos de dois anos, "funcional" parece ser o limite da ambição.

Então, quando eu digo "não espere muito", é sério. Não tem história, modos de jogo alternativos, cutscenes, cenários criativos — nada que se assemelhe ao esforço além do design básico de missões. Army Men: World War é essencialmente um pacote de níveis adicionais para ARMY MEN 3D, e você pode terminar em cerca de uma hora.


As missões em si são... boas, eu acho. Você resgata, escolta, dirige, destrói alvos — a lista de tarefas militares de sempre. Mas não há nenhuma centelha de criatividade aqui. Nada de shenanigans tipo "soldados de brinquedo no mundo real", nada de cenários memoráveis, apenas uma sequência de mapas gerados aleatoriamente onde você segue pontos de referência, mata todos os bronzeados que você ver (isso não soou muito legal, mas "Tan" é literalmete o nome do exército inimigo) e avance para o próximo objetivo sem graça.

Surpreendentemente, parece que a 3DO realmente aprendeu alguns truques gráficos desta vez. A textura, embora longe de ser ótima, é notavelmente melhor do que seus esforços anteriores... o que não é uma barra muito alta, mas eu celebro minhas vitórias onde conseguir encontra-las. Terminam os raios de luz translúcidos pavorosamente usados em cada explosão. Agora, eles só aparecem onde fazem sentido: como flashes de disparo. Explosões têm um estrondo próprio, com rastros de fumaça multicoloridos pairando sobre os destroços fumegantes. Pela primeira vez, as mesmas texturas não parecem ter sido copiadas e coladas em todos os lugares e tem uma variedade real aqui. Você vai ver de tudo, desde pedras espalhadas ao longo de uma praia até densa vegetação da selva e — bem, na verdade, não, é só isso. Praias e selvas. Talvez um morro. Ponto final.

A taxa de quadros, pelo menos, é suave. Não tem slowdown, mesmo que o motivo seja óbvio: nunca tem muita coisa acontecendo na tela. Mas ainda sim, uma uma taxa de quadros consistente com menos detalhes é melhor que uma apresentação de slides ambiciosa. Como eu disse: funciona.

E é isso. Army Men: World War é a literal definição de medíocre. Ele fica perfeitamente no meio — nem ótimo nem terrível. Se alguém pagou mais que 20 dolares nesse jogo, eu classificaria como assalto a mão armada. É o tipo de jogo que você compra para o aniversário da sua sobrinha quando não entende absolutamente nada de videogame e simplesmente pega qualquer caixa com soldadinhos de brinquedo na capa. E, na verdade, foi esse o papel que toda a franquia Army Men sempre teve: o "presente de titia" do final dos anos 90. Ninguém vai se impressionar, e mesmo chamá-lo de "divertido" é uma palavra forte — mas então, a esse ponto, eu honestamente já aprendi que poderia ser bem, beeeeem pior.

MATÉRIA NA AÇÃO GAMES
EDIÇÃO 149 (Março de 2000)


EDIÇÃO 154 (Agosto de 2000)


MATÉRIA NA GAMERS
EDIÇÃO 064 (Maio de 2000 - Semana 2)