quarta-feira, 16 de junho de 2021

[SNES] THE ITCHY & SCRATCHY GAME (Março de 1995) [#708]


Eis aqui um jogo ao qual eu nunca dei a mais remota atenção quando era criança, embora tenha visto ele na locadora mais do que algumas vezes e isso por alguns motivos:

a) Pra começar, em 1995 os Simpsons não era mais a coisa mais quente do mercado. A esse ponto o desenho dos Simpsons já estava na sua sexta temporada e como era de se esperar não tava mais com esse gás todo.

b) Mesmo que estivesse, Comichão e Coçadinha não era exatamente o ponto alto do desenho pra mim. Eu entendo o ponto de fazer uma paródia de Tom e Jerry com ultraviolencia, porque quando você pensa sobre isso Tom e Jerry era violento pra caramba, só que de uma forma engraçada.

Isso casa perfeitamente com os Simpsons, que o ponto é debochar de como a sociedade americana não faz sentido nenhum dado que é uma sociedade obsecada em tratar as crianças como bebês manipulaveis enquanto algumas coisas que ela combate tão veentemente passam por razões completamente arbitrárias. Ou talvez seja ridicularizando o quanto de violencia passava batido e tava tudo certo

Eu sei lá, esse jogo é curto demais pra justificar um textão explicando a piada.


Seja qual for o motivo, uma coisa é uma piada pontual, outra é se tornar um quadro recorrente do cartoon. Hã, isso é bem menos legal caras, e eu realmente nunca achei essa parte dos Simpsons realmente divertida. Então não é surpresa imaginar que esse jogo não realmente chamou minha atenção na época.

c) E mesmo que eu fosse fã de Comichão e Coçadinha, bem é notório que os jogos dos Simpsons tem um histórico de... como eu posso dizer... serem uma pilha flamenjante de esterco radioativo. É, acho que isso sumariza bem.

Me desculpem por ser cético, mas acho que qualquer um seria depois de jogar THE SIMPSONS: BART VS SPACE MUTANTSTHE SIMPSONS: BART VS THE WORLDBART'S NIGHTMAREVIRTUAL BART e KRUSTY'S SUPER FUN HOUSE qualquer um não ficaria empolgado em jogar um jogo dos Simpsons. É praticamente um mecanismo de defesa.



Some tudo isso e você pode entender porque eu não realmente achei que estava perdendo alguma coisa ao cagar solenemente para esse jogo.

E quer saber? Eu estava errado. Não porque esse jogo do Comichão e Coçadinha é bom, "bom" é uma palavra que eu não chegaria a usar, mas tenho que dar a esse jogo que ele é criativo. Com efeito, é um tipo de jogo que eu nunca tinha visto ainda e considerando que essa é a review número 703, isso quer dizer alguma coisa.


Então kudos onde kudos são devidos: não existe outro jogo como esse. Talvez na época eu não saberia apreciar esse fato, mas hoje definitivamente eu o faço.

E que tipo de jogo é esse? É um jogo de plataforma de luta.

É O QUE, MEU AMIGO?

Então, imagine um jogo de plataforma: andar, pular, pegar itens, todo o velho raguru, sabe? Só que ao invés de achar o final da fase, ou coletar oito pindamonhangabas ou nada do tipo. Seu objetivo aqui é lutar contra um inimigo e a fase termina quando você acaba com a vida dele. Ergo, um jogo de luta só que no corpo de um jogo de plataforma.

Como eu disse, algo que eu nunca tinha visto antes em todos esses anos nessa indústria vital. Mas... isso funciona?

Hã, vamos dizer que a criatividade da ideia é mais interessante que a execução e melhor do que dizer, eu vou te mostrar o pq:


... e é isso basicamente o jogo. Você pega o power up de arma que tem espalhada pela fase, usa no seu inimigo e deus pros cocos. Isso é todo o jogo, simples assim.

Tá, não todo toooooodo pq depois tem uma luta de chefe que é bem tradicional: colete munição e atire nele. Mas isso não é o ponto de venda do jogo, claro, sendo as "fases de luta" sobre o que o jogo realmente é.


É um jogo extremamente simplório que parece ter saído de uma daquelas fases de minigames dos jogos do Bart (o que eu ficaria muito surpreso ao saber que a ideia não nasceu assim). Não tem particularmente nada que chame muito a atenção uma vez que você entendeu a ideia principal: as armas não são muito criativas, não tem a ultraviolencia ridicula do cartoon, os cenários não são nada para se escrever para casa a respeito... enfim, nada de qualquer coisa memorável. A ideia é nova, mas meio que só vai até aí mesmo.

Não é ruim realmente, só é simples demais para sustentar um jogo inteiro baseado nisso. Sabe o que faria esse jogo ser melhor, entretanto? Bom, talvez não melhor mas pelo menos gerar mais entretenimento para a época? Simplesmente fazer ele para dois jogadores.

Duas crianças lutando numa fase de plataforma é algo que eu vejo funcionando, pq sejamos honestos: nós nos entretiamos com bem menos do que isso. Hmm, mas sabe, agora realmente me pergunto se alguém um dia já pegou essa ideia de fazer um jogo de "luta de plataforma" e levou a sério, imagino se teria como dar certo se fosse uma ideia adequadamente bem explorada...


É, não. Pensando bem é uma ideia idiota, jamais daria certo.

MATÉRIA NA AÇÃO GAMES
Edição 080