A sério Hiryu no Ken é possivelmente a maior série de luta japonesa que nunca realmente aconteceu no ocidente - são 16 jogos lançados entre 1985 e 2000, sendo que apenas 6 foram lançados no ocidente. E se tem alguma coisa que eu aprendi jogando ULTIMATE FIGHTER (HIRYŪ NO KEN S: GOLDEN FIGHTER) é que essa série ser ignorada completamente não possui nenhuma injustiça.
E mesmo com SD HIRYU NO KEN sendo uma entrada muito menos pior... chamar de bom é uma forçação de barra severa. Então suponho que vocês vão me compreender quando eu disser que antes de jogar Virtual Hiryu No Ken, eu realmente não esperava muito dele. E agora, depois de ter jogado ele, posso dizer que eu não estava errado.
Bem, tá, vou dizer que o jogo é menos pior do que eu estava esperando. O que não é muita coisa também.
Por exemplo, o controle é... aceitável, mas não mais que isso. A sensação é de estar jogando algum clone barato de BATTLE ARENA TOSHINDEN (o primeiro de 1995). É lento e duro, mas ao menos funciona. Kinda.
O gamepla é exatamente o que você esperaria de um jogo de luta 3D da época... e meio que vai até aí tb. Quer dizer, o que esse jogo faz para se diferenciar é... hã... então... vc pode contraatacar com Block + Punch, eu acho? Quando digo que o jogo faz apenas o básico eu quero dizer isso mesmo, os personagens chutam e socam, e meio que é isso mesmo. Quando a barrinha de especial enche você pode executar um ataque especial, mas isso não é exatamente novo também.
O mais perto que esse jogo chega de ter algo interessante são os modos de jogo dentro do Circuit (que é mais ou menos a campanha single player). Os submodos são Hiryu Tipo 1, Hiryu Tipo 2, Especialista e Emocionante. Cada um deles apresenta uma pequena diferença em termos de jogabilidade... embora não espere muita coisa disso, eu já vou te avisando.
Hiryu Tipo 1 e 2 são semelhantes, ambos com um soco e um botão de chute e um sistema especial chamado Sin-Gan. Sin-Gan é bastante difícil de explicar em palavras, mas é basicamente um sinal que indica qual local do corpo foi atingido. Ou qual local do corpo é melhor para atacar o oponente. O modo especialista desativa todos os movimentos especiais, pq obvio que a grande atração de um jogo é lutar só com voadora e soco né... e por fim o modo Emocionante é o oposto do Expert, que simplifica os comandos dos ataques especiais.
E é isso. Eu disse que não era pra esperar muita coisa dele, não foi por falta de aviso...
Graficamente, o jogo não se compara com TEKKEN 2 (que saiu um ano antes), falta nitidez e os modelos de personagens não são tão bem construídos... pra não dizer que o character design é apenas desinteressante. Eu duvido que qualquer um consiga lembrar de um único personagem desse jogo no intervalo de tempo entre colocar o controle de lado e caminhar até o videogame pra desligar ele. Eu sei que eu não consegui.
Enfim, o jogo bem que se esforça pra ser um bom título de luta, até arrisca uma barra de golpes especiais, mas, no final das contas, não é muito realmente e vira aquele negócio lento e tartaruguesco com problemas de memória RAM - que era comum nos jogos de PS1 mal otimizados. Não fique triste pelo jogo, contudo: o computador sempre vai estar a um passo na sua frente e sempre vai conseguir fazer entrar os comandos dos especiais. Então foda-se ele.
Verdade que em todos esses anos nessa indústria vital eu joguei coisas muito, muito piores do que esse jogo, mas então esse é o seu maior problema: ele é tão blé, tão básico que não tem muito o que falar sobre ele nem para ruim, nem para bom. Com efeito, eu devia ganhar um desfile em um carro de bombeiros por conseguir juntar 500 palavras sobre esse jogo, te garanto que ninguém mais na internet está fazendo isso
POR UMA BOA RAZÃO, NÉ?
É. O que é que eu estou fazendo com a minha vida...
MATÉRIA NA AÇÃO GAMES
Edição 120 (Outubro de 1997)