Em 2010, Lauren Faust mudou para sempre o mundo da animação ocidental com uma proposta ousada e alguns até diriam insana: E SE, veja bem, E SE nós tratassemos as crianças como seres capazes de pensar? E SE no lugar de sons de peido e barulhos engraçadalhos, nós suposessemos que as crianças são capazes de apreciar coisas personagens bem escritos e uma construção de mundo interessante?
Esse foi o norte que levou a criação de My Little Pony: Friendship is Magic e de todas as coisas do mundo, eu jamais poderia cogitar a possibilidade que My Little Pony é algo que respeita a inteligência do seu espectador e realmente coloca esforço em contar um ponto relevante.
Por exemplo, tem um episódio que a Apple Bloom fica toda encucada que todas as outras meninas da sala dela já desenvolveram a sua Cutie Mark e ela ainda não. Se você não entendeu o que essa metafora significa para uma menina pré-adolescente, bem, não tem muito o que eu possa fazer para te ajudar a esse ponto. É de uma relevancia e uma finesse ímpares, para dizer o mínimo.
Tá, mas pq eu estou falando Marilouponei? Bem, pq enquanto é realmente impressionante que Lauren Faust tenha colocado tanto esforço e pensamento em um programa para um publico que se acredita que consome absolutamente qualquer merda desleixada... mais impressionante é que isso já tinha acontecido no Brasil a mais de 15 anos antes. Brasil-sil-sil.
Mas vamos começar do começo: em 1972, um programa norte-americano fez tanto sucesso no mundo todo que definiu para sempre os moldes de como se faz um programa infantil educativo. Esse era Vila Sesamo, que ensinava noções básicas de matemática, idioma e comportamento para as crianças com personagens são carismáticos e situações over the top que não ficava chato realmente E - mais importante, as crianças gravavam a mensagem.
Ou, você sabe, apenas ser divertido.