Se você acompanha esse blog, existem duas coisas que você pode supor sobre mim. A primeira, e mais obvia, é que eu não tenho nenhum amor pela Sega e chamo o Master System pelo que ele realmente era: um premio de consolação se os seus pais não podiam lhe comprar um videogame melhor ou eles apenas não se importavam com você. No seu caso, provavelmente é o segundo.
A segunda coisa que você já deve saber sobre mim, é que eu não sou exatamente um grande fã do nacionalismo. De qualquer nacionalismo, não apenas o brasileiro. Nações podem ou não ser necessidades técnicas para a vida diaria funcionar, mas dificilmente são algo do qual qualquer um deveria se orgulhar. Se alguma coisa, meu personagem histórico da história brasileira favorito é a Carlota Joaquina.
"Desta tierra non quiero nem el pó!" |
É bastante lógico então concluir que eu não sinto grandes emoções por uma obra ser brasileira com muito orgulho com muito amoooooor. Tipo, foda-se que um filme, jogo ou coleção de tazos é brasileiro, russo ou do sul-sudoeste do Afeganistão. Isso por si só é um dado tecnico, não uma qualidade.
Isso sendo dito, eu reconheço que tecnicamente algumas coisas PRECISAM ser feitas no Brasil porque ninguém mais no mundo inteiro as fará de outra forma. Por exemplo, o filme brasileiro do Jaspion que está em pré-produção. E esse filme PRECISA ser brasileiro porque ninguém mais no mundo inteiro liga a minima para o Jaspion, nem mesmo o Japão. Então é uma necessidade.
Outro bom exemplo é o excelente jogo de RPG tático Chroma Squad, que é brinca com os seriados tokusatsu mas usando humor que só um brasileiro entenderia - tem um chefe que é um Tigre Robocop, e se você não entendeu a piada acabou de perder sua certidão de nascimento dos anos 90.
VOCÊ NÃO QUER DIZER DOS ANOS 80? PORQUE QUEM NASCEU NOS ANOS 90 AINDA ERA BEBE QUANDO...
Você entendeu o que eu quis dizer, Jorge. Então, todo meu ponto aqui é que enquanto eu acho que de modo geral o Master System era uma tentativa desesperada da Sega de tentar imitar o sucesso do Nintendinho sem um décimo do talento por detrás dele (o que os numeros de vendas no Japão e nos Estados Unidos concordam), eu posso respeitar a Tec Toy por fazer coisas que necessariamente precisavam ser brasileiras para sequer existir.
Como por exemplo localizar o jogo Wonder Boy não apenas traduzindo o texto, mas substituindo os sprites dos personagens pelos da Turma da Monica. Essa foi uma jogada realmente admiravel, porque transformou uma franquia a qual ninguém dava a minima em algo que é memorável mesmo trinta anos depois do fato.
MONICA NO CASTELO DO DRAGÃO é uma boa intenção por parte da Tec Toy, porém não havia nada que ela pudesse fazer a respeito do fato que Wonder Boy in Monster's Land (o jogo original) tem problemas pavorosos que tornam toda a experiencia uma desgraça. E por problemas eu digo coisas tipo você ter que atacar cada pixel do jogo (principalmente no ar) para encontrar itens invisiveis para conseguir progredir - e daí ladeira abaixo.
Então enquanto eu prefiro viver em um mundo que um jogo da Turma da Monica existe, eu não prefiro tanto viver em um mundo que ESSE jogo existe. Felizmente o peso do nome da Monica aliado ao fato que os donos de Master System não tinham tanta coisa melhor assim pra jogar fizeram as vendas do cartucho justificarem eles não desistirem da ideia e assim em 1993 ele pegaram o próximo jogo Wonder Boy que saiu em 1989, e a Tec Toy adaptou ele como jogo da Turma da Monica de novo.
Felizmente, dessa vez Wonder Boy III: Dragon's Trap é um jogo bastante decente - tornado melhor quando os personagens viram a turma do bairro do Limoeiro.
Wonder Boy 3 começa na última fase de Wonder Boy in Monster Land, o Labirinto do Dragão, em uma espécie de prólogo em que você repete o final do jogo anterior - ideia que foi reutilizada anos depois no puta famoso Castlevania: Symphony of the Night quando você começa o jogo na luta final do jogo anterior.
Após derrotar o último chefe do jogo anterior, Wonder Boy 3 mostra o que aconteceu: antes de morrer, o dragão amaldiçoa o nosso herói (daí o nome do jogo) e o transforma em um Homem-Lagarto. Nosso reptiliano magia foge do castelo, que desmorona, e agora ele deve encontrar uma cura para sua maldição. Na tentativa, ele consegue no máximo dar uma "menos piorada" na coisa e se transforma em outras criaturas ao longo do jogo: ele vira Homem-Rato, Homem-Piranha, Homem-Leão e Homem-Gavião.
Cada um dessas formas trás mecanicas exclusivas, tornando o jogo bastante interessante. Por exemplo, a forma de Homem-Rato é pequena e anda pelas paredes, a do Homem-Piranha nada, a do Homem-Gavião voa e assim vai.
O design do jogo também é bastante inteligente: o jogo tem um um hub central onde você entra nas fases especificas. A sacada é que você só consegue acessar a fase com a forma correta. Então embora a fase do Homem-Rato e do Homem-Gavião estejam disponiveis na mesma cidade para serem acessadas, para entrar na primeira você tem que passar por um espaço que mais ninguem passa e para entrar na segunda você precisa voar - então embora não oficialmente, existe uma ordem das fases que você precisa jogar.
Tá, ok, show de bola, mas como isso exatamente virou um jogo da Turma da Monica? Bem, para isso a Tec Toy mudou algumas coisas aqui. O começo do jogo é igual a versão original, só que é a Monica que enfrenta o dragão.
Ao derrotar o Dragão, nossa amiga dentucinha e sabichona (essa musica não tem nada haver com a personagem, mas ok) é desaparatada por uma magia, e agora cabe ao resto da gangue se revezar em turnos para procura-la. Eu não faço a menor ideia do porque existe esse "revezamento" da galera e só um pode procurar a Monica de cade vez, mas é assim que a Tec Toy rola.
UPDATE: o pangolão aqui não olhou o manual do jogo, que vinha com uma história em quadrinhos que explicava o motivo disso. Dã para mim, ponto para a Tec Toy.
O primeiro personagem que você joga é o comedor de goiaba da fazenda do Nho Lau, e apenas o fato de eu saber o nome do vizinho do Chico Bento diz muito a respeito da Turma da Monica, não?
No original a fase era do Homem-Lagarto que dispara baforadas de fogo, aqui a Tec Toy resolveu isso dando um bacamarte ao roceirinho mais querido do Brasil. Foi uma sacada esperta, tenho que dizer isso.
Sabe, quando eu era criança eu não era muito fã do Chico Bento, mas vendo hoje acho as historinhas dele de longe as mais engraçadas. Chico Bento é um gosto adquirido, eu presumo. Me senti tão chique escrevendo isso.
A segunda parte do jogo é sobre o Homem-Rato e seu poder de andar pelas paredes. Eu fiquei me perguntando como eles adaptariam isso para a Turma da Monica. Bem, acontece que a resposta foi escolher o primeiro personagem criado pelo Mauricio de Souza para isso e ficou bastante bom.
Claro, eu sou parcial para falar porque eu sempre sou favoravel a jogos com Schnauzers. Com efeito, todo jogo ficaria melhor com Schnauzers, se tem algo que eu mudaria em The Last of Us é que a Ellie seria Sal e Pimenta. 11/10, GOAT - Greatest of All Time.
Piranha-Man é o terceiro personagem do jogo, e ao contrário do que o nome pode sugerir não é porque ele sai pegando todo mundo mas sim porque ele pode nadar e fazer as fases aquaticas.
O que isso tem haver com o Cebolinha? Absolutamente nada, mas alguém tinha que se-lo. Sei lá, não tenho muito o que dizer do Cebolinha, nunca fui muito fã dele - na verdade nunca fui muito fã dessa ideia de foil (personagem que é kinda antagonista do protagonista, mas não um inimigo exatamente) como o Patolino.
Quem melhor poderia representar o Homem Leão, que é o personagem mais forte do jogo e que pode quebrar pedras que trancam o caminho com suas lion-traulitadas? Ora, ninguém menos que a Magali e seu rolo de massa...
... porque ela tem um gato? Entendeu? Porque o leão é um felino... e eu não sei porque eu estou tentando explicar essa piada que já tinha graça desde o começo. Peço desculpas por isso. De qualquer forma, estou feliz que tenham incluido a personagem mais problemática da Turma da Monica nesse jogo (ela não é "apenas" obsecada por comida e vive a vida dela em função disso, ela efetivamente namora um menino só porque ele consegue coisas da padaria pra ela!)... o que não tem nada haver com a Magali ter sido o primeiro crush que eu lembro de ter tido em um personagem, não, claro que não.
POR QUE EU NÃO ESTOU SURPRESO DE VOCÊ NÃO SER UMA PESSOA NORMAL E TER UM CRUSH NA TINA, COMO TODO MUNDO?
Bem, em minha defesa, pelo menos a Magali não é uma personagem furry.
ISSO PORQUE NÃO TEM FURRIES NA TURMA DA MONICA. SE TIVESSE, CERTEZA QUE VOCÊ ESTARIA LÁ.
Yeah, about that...
POR QUE EU AINDA TENTO...
Caham, vou prosseguir... após deixar essa imagem da Magali gótica aqui por razões totalmente não relacionadas...
A última parte do jogo é o com o personagem capaz de voar, o Homem-Gavião. Logo, a escolha óbvia é enviar um Anjo do Senhor para chover fúria justa sobre os infieis. Como o cachê do Castiel é muito alto, mandaram o Anjinho mesmo. É o que a casa oferece.
Isso sendo dito, eu reconheço que tecnicamente algumas coisas PRECISAM ser feitas no Brasil porque ninguém mais no mundo inteiro as fará de outra forma. Por exemplo, o filme brasileiro do Jaspion que está em pré-produção. E esse filme PRECISA ser brasileiro porque ninguém mais no mundo inteiro liga a minima para o Jaspion, nem mesmo o Japão. Então é uma necessidade.
Se você acha que a Tec Toy nunca fez nada de bom por você, considere não dar de cara com a capa americana desse jogo em uma locadora quando criança como um enorme presente |
VOCÊ NÃO QUER DIZER DOS ANOS 80? PORQUE QUEM NASCEU NOS ANOS 90 AINDA ERA BEBE QUANDO...
Você entendeu o que eu quis dizer, Jorge. Então, todo meu ponto aqui é que enquanto eu acho que de modo geral o Master System era uma tentativa desesperada da Sega de tentar imitar o sucesso do Nintendinho sem um décimo do talento por detrás dele (o que os numeros de vendas no Japão e nos Estados Unidos concordam), eu posso respeitar a Tec Toy por fazer coisas que necessariamente precisavam ser brasileiras para sequer existir.
Como por exemplo localizar o jogo Wonder Boy não apenas traduzindo o texto, mas substituindo os sprites dos personagens pelos da Turma da Monica. Essa foi uma jogada realmente admiravel, porque transformou uma franquia a qual ninguém dava a minima em algo que é memorável mesmo trinta anos depois do fato.
MONICA NO CASTELO DO DRAGÃO é uma boa intenção por parte da Tec Toy, porém não havia nada que ela pudesse fazer a respeito do fato que Wonder Boy in Monster's Land (o jogo original) tem problemas pavorosos que tornam toda a experiencia uma desgraça. E por problemas eu digo coisas tipo você ter que atacar cada pixel do jogo (principalmente no ar) para encontrar itens invisiveis para conseguir progredir - e daí ladeira abaixo.
Então enquanto eu prefiro viver em um mundo que um jogo da Turma da Monica existe, eu não prefiro tanto viver em um mundo que ESSE jogo existe. Felizmente o peso do nome da Monica aliado ao fato que os donos de Master System não tinham tanta coisa melhor assim pra jogar fizeram as vendas do cartucho justificarem eles não desistirem da ideia e assim em 1993 ele pegaram o próximo jogo Wonder Boy que saiu em 1989, e a Tec Toy adaptou ele como jogo da Turma da Monica de novo.
Felizmente, dessa vez Wonder Boy III: Dragon's Trap é um jogo bastante decente - tornado melhor quando os personagens viram a turma do bairro do Limoeiro.
Wonder Boy 3 começa na última fase de Wonder Boy in Monster Land, o Labirinto do Dragão, em uma espécie de prólogo em que você repete o final do jogo anterior - ideia que foi reutilizada anos depois no puta famoso Castlevania: Symphony of the Night quando você começa o jogo na luta final do jogo anterior.
Após derrotar o último chefe do jogo anterior, Wonder Boy 3 mostra o que aconteceu: antes de morrer, o dragão amaldiçoa o nosso herói (daí o nome do jogo) e o transforma em um Homem-Lagarto. Nosso reptiliano magia foge do castelo, que desmorona, e agora ele deve encontrar uma cura para sua maldição. Na tentativa, ele consegue no máximo dar uma "menos piorada" na coisa e se transforma em outras criaturas ao longo do jogo: ele vira Homem-Rato, Homem-Piranha, Homem-Leão e Homem-Gavião.
Cada um dessas formas trás mecanicas exclusivas, tornando o jogo bastante interessante. Por exemplo, a forma de Homem-Rato é pequena e anda pelas paredes, a do Homem-Piranha nada, a do Homem-Gavião voa e assim vai.
O design do jogo também é bastante inteligente: o jogo tem um um hub central onde você entra nas fases especificas. A sacada é que você só consegue acessar a fase com a forma correta. Então embora a fase do Homem-Rato e do Homem-Gavião estejam disponiveis na mesma cidade para serem acessadas, para entrar na primeira você tem que passar por um espaço que mais ninguem passa e para entrar na segunda você precisa voar - então embora não oficialmente, existe uma ordem das fases que você precisa jogar.
Tá, ok, show de bola, mas como isso exatamente virou um jogo da Turma da Monica? Bem, para isso a Tec Toy mudou algumas coisas aqui. O começo do jogo é igual a versão original, só que é a Monica que enfrenta o dragão.
Mais impressionante que a Tec Toy na capa de uma revista de negócios é que depois de tanto tempo só com a Ação Games, eu até tinha esquecido como era uma revista com a capa visualmente clean |
UPDATE: o pangolão aqui não olhou o manual do jogo, que vinha com uma história em quadrinhos que explicava o motivo disso. Dã para mim, ponto para a Tec Toy.
CHICO BENTO
O primeiro personagem que você joga é o comedor de goiaba da fazenda do Nho Lau, e apenas o fato de eu saber o nome do vizinho do Chico Bento diz muito a respeito da Turma da Monica, não?
No original a fase era do Homem-Lagarto que dispara baforadas de fogo, aqui a Tec Toy resolveu isso dando um bacamarte ao roceirinho mais querido do Brasil. Foi uma sacada esperta, tenho que dizer isso.
Sabe, quando eu era criança eu não era muito fã do Chico Bento, mas vendo hoje acho as historinhas dele de longe as mais engraçadas. Chico Bento é um gosto adquirido, eu presumo. Me senti tão chique escrevendo isso.
BIDU
A segunda parte do jogo é sobre o Homem-Rato e seu poder de andar pelas paredes. Eu fiquei me perguntando como eles adaptariam isso para a Turma da Monica. Bem, acontece que a resposta foi escolher o primeiro personagem criado pelo Mauricio de Souza para isso e ficou bastante bom.
Claro, eu sou parcial para falar porque eu sempre sou favoravel a jogos com Schnauzers. Com efeito, todo jogo ficaria melhor com Schnauzers, se tem algo que eu mudaria em The Last of Us é que a Ellie seria Sal e Pimenta. 11/10, GOAT - Greatest of All Time.
CEBOLINHA
Piranha-Man é o terceiro personagem do jogo, e ao contrário do que o nome pode sugerir não é porque ele sai pegando todo mundo mas sim porque ele pode nadar e fazer as fases aquaticas.
O que isso tem haver com o Cebolinha? Absolutamente nada, mas alguém tinha que se-lo. Sei lá, não tenho muito o que dizer do Cebolinha, nunca fui muito fã dele - na verdade nunca fui muito fã dessa ideia de foil (personagem que é kinda antagonista do protagonista, mas não um inimigo exatamente) como o Patolino.
Ok, essa foi engraçada |
MAGALI
Quem melhor poderia representar o Homem Leão, que é o personagem mais forte do jogo e que pode quebrar pedras que trancam o caminho com suas lion-traulitadas? Ora, ninguém menos que a Magali e seu rolo de massa...
... porque ela tem um gato? Entendeu? Porque o leão é um felino... e eu não sei porque eu estou tentando explicar essa piada que já tinha graça desde o começo. Peço desculpas por isso. De qualquer forma, estou feliz que tenham incluido a personagem mais problemática da Turma da Monica nesse jogo (ela não é "apenas" obsecada por comida e vive a vida dela em função disso, ela efetivamente namora um menino só porque ele consegue coisas da padaria pra ela!)... o que não tem nada haver com a Magali ter sido o primeiro crush que eu lembro de ter tido em um personagem, não, claro que não.
POR QUE EU NÃO ESTOU SURPRESO DE VOCÊ NÃO SER UMA PESSOA NORMAL E TER UM CRUSH NA TINA, COMO TODO MUNDO?
Bem, em minha defesa, pelo menos a Magali não é uma personagem furry.
ISSO PORQUE NÃO TEM FURRIES NA TURMA DA MONICA. SE TIVESSE, CERTEZA QUE VOCÊ ESTARIA LÁ.
Yeah, about that...
POR QUE EU AINDA TENTO...
Caham, vou prosseguir... após deixar essa imagem da Magali gótica aqui por razões totalmente não relacionadas...
ANJINHO
A última parte do jogo é o com o personagem capaz de voar, o Homem-Gavião. Logo, a escolha óbvia é enviar um Anjo do Senhor para chover fúria justa sobre os infieis. Como o cachê do Castiel é muito alto, mandaram o Anjinho mesmo. É o que a casa oferece.
Sempre desconfiei que tinha um motivo para eu não ir muito com a cara desse ladrão de waifus, e que não tinha nada haver com eu ser um ateu satanista |
Outras melhorias de vida implementadas nesse jogo: o timer foi extinto, assim como a pontuação, e agora você pode salvar seu progresso com passwords. Nossa, quem diria que tirar as coisas que tornam seu jogo injogavel melhoraria tanto ele, não? Quem poderia pensar?
No entanto, algumas das novas mecânicas não funcionam muito bem. A maior tem a ver com seus Pontos de Charme ou CP. Isso é basicamente o equivalente ao atributo Charisma nos RPGs de mesa e determina quais itens os lojistas (nesse jogo, o Cascão) vai te vender.
O problema é que você nunca sabe quais são os requisitos, quanto carisma você tem e se já é o suficiente. Se seu CP for muito baixo, os itens que você precisa comprar não estão disponíveis. Seu CP é determinado pelo seu equipamento, sua forma atual e por itens raros chamados pedras de charme. A lógica por trás disso é provavelmente que um lojista não gostaria de vender nada para uma coisa grotesca de peixe (ou o Cebolinha), mas estaria mais disposto a separar seus produtos para algo mais fofuxo vestido com itens mais caros.
Ou seja, você tem que ficar grindando itens até o lojista achar que você já tá bom o suficiente de itens para te vender o que você precisa. O que nos leva ao segundo problema do jogo: VOCÊ NÃO SABE O QUE VOCÊ PRECISA!
Por exemplo, para entrar na última dungeon do jogo, você precisa da espada mágica que transforma estrelas em blocos. O problema é que você não sabe que isso existe, jogando tudo que você vai encontrar é uma tela que é um beco sem saída cheio de estrelinhas. Você só dá de ombros e diz "hã", e é isso
Então não é só farmar itens para o lojista decidir te vender a porcaria, é farmar itens para comprar uma coisa que você não sabe que existe para resolver um puzzle que é um puzzle! E a metade final do jogo é repleta de momentos assim!
Menino Maravilha 3 é um daqueles jogos feitos para vender revista que não tem como ser terminado sem um detonado debaixo do braço e isso torna ele bem mais exaustivo do que ele precisaria ser. Um NPC dando dicas já seria o suficiente, como é na versão japonesa de Castlevania 2 (dicas essas que não foram traduzidas direito e tornaram o jogo injogavel, sendo esse o motivo de ter nascido o Angry Video Game Nerd).
Não fosse esse problema, que de forma alguma é pequeno (embora relativamente comum a época), Wonder Boy 3 é um jogo de plataforma bastante sólido e agradavel, e definitivamente não a pior escolha para adaptar como um jogo da Turma da Monica (ao contrário do jogo anterior, que novamente, pelamor de lolicatmaid-sama...).
Uma curiosidade interessante é que em 2017 esse jogo recebeu um remake, que não apenas é um dos jogos 2D mais bonitos já desenhados como resolve muito dos problemas anteriormente citados colocando dialogos que dão um norte para onde ir.
Você pode pensar que foi uma grande oportunidade perdida pela Tec Toy de não lançar um DLC desse remake com skins dos personagens da Turma da Monica, e de fato foi. Felizmente isso não foi um impeditivo a brasilidade efervescente da internet, onde foi criado um mod para tal:
Este é facilmente um dos melhores remakes retrô já criados. O visual é incrível, a jogabilidade foi refinada, resolve os problemas do jogo original, e obviamente foi criado por pessoas que amam o original - os créditos do jogo constam os nomes e fotos de toda a equipe de desenvolvimento (tanto o remake quanto a original), e enquanto o jogo salva automaticamente seu progresso, eles se deram ao trabalho de fazer com que os passwords da versão de Master System funcione. Realmente impressionante.