segunda-feira, 10 de agosto de 2020

[AÇÃO GAMES 038] SUPER BOMBERMAN (SNES, 1993)[#456]



Sabe o que eu tenho dificuldade de entender? Real dificuldade mesmo? Vilões de videogames. Quer dizer, eles fazem coisas como tentar sequestrar a filha e extorquir um prefeito que tem dois metros de largura e cujos músculos pesam mais que toda população da Iugoslávia combinada, é esse tipo de coisa que eles fazem e eu nunca entendei como eles acham que isso vai dar certo.

Vejamos, por exemplo, o caso do nosso amigo Carat Diamond. O Sr. Carat é um humano como eu ou você, sem nenhuma habilidade em especial. Muitos humanos, como eu ou você, tem sonhos. Comprar uma casa, pagar as contas, viver em um mundo onde a ciencia desenvolveu cybermaidscatlolis para uso doméstico, coisas simples assim.


Nossos vilões, Mr. Carat e Dr. Mook

E, como não podia deixar de ser, o Sr. Carat também tem um sonho. Só que diferente de você. eu, ou Giorno Giovanna,  ele queria invadir e dominar Peace City. Mais conhecida como a maior cidade dos bombermans. Sim, existe uma raça chamada "homens bomba", que LITERALMENTE podem fazer brotar bombas de suas bundas. É com esses caras que você quer tretear. Quer dizer, sério? Mesmo?

Não é realista que qualquer pessoa voluntariamente acharia uma boa ideia se meter com homensbomba!

... err, deixa pra lá.

De qualquer forma, Sr. Carat e seu cientista maligno criador de robos de estimação. Dr. Mook, estão lá em Diamond City fazendo um torneio de robos para testar qual seria a arma de destruição definitiva que tomaria Peace City (ao invés de, só uma ideia, usar todos eles?) quando ninguém menos que o Bomberman Preto descobre seus planos e vai até lá tomar satisfações.

Até este ponto na série, o Bomberman Preto é o principal antagonista que tem como razão de existir acabar com o dia do nosso herói, Bomberman Branco (como visto em BOMBERMAN 2, por exemplo). Ora, só há lugar para um sacaneador de Bombermans Branco nessa cidade, ele pensou, e assim partiu para desafiar o Sr. Carat.

No que ele fracassou espetacularmente, do contrário não teria jogo, né?

Mr. Carat e Dr. Mook refletem sobre o erro de seus caminhos... ou por que paulistas colocam pure de batata no cachorro quente
Mas não apenas ele fracassou em derrotar o outro pretenso vilão, como ele perdeu seu castelo no processo. O manual do jogo não explica como, EXATAMENTE, alguém perde um castelo desse jeito. Quer dizer, ele tem bolsos dimensionais e andava com o castelo lá dentro? Ele perdeu as chaves do castelo em uma partida de strip-poker? Talvez seja melhor jamais sabermos.

O que sabemos, de fato, é que agora o Bomberman Preto precisa juntar forças com seu maior inimigo - o Bomberman Branco - e livrar a Bomberlandia desta terrível ameaça antes que ela seque e exploda!

Então é hora de não apenas um homembomba qualquer, mas um SUPER Homem Bomba!


Super Bomberman faz o mínimo que você pode esperar de um jogo de Bomberman, quando se trata de level design. BOMBERMAN 2, que é um jogo de Nintendinho, tem fases que se estendem lateralmente e puzzles envolvendo teleportes e botões a serem apertados. Super Bomberman, em um console muito mais poderoso, utiliza apenas telas fechadas e seu desafio é apenas explodir todo mundo e achar a saída (mas não explodir a saída, essa parte é importante).

Não que isso seja uma coisa ruim, Bomberman sempre é legal e afinal existem cinco jogos do Bomberman disponíveis no Super Nintendo (embora apenas dois tenham sido lançados nos Estados Unidos). É raro jogos não-esportivos lançarem tantas iterações em uma mesma geração. E, como jogos de esportes, não há muitas mudanças entre os lançamentos. Jogos posteriores têm mais modos, recursos, power-ups, inimigos e mecânicas que são adições significativas. Mas o núcleo dessa experiência está em Super Bomberman, e como eu disse, Bomberman is always a blast!

Bombermans, too, live in a society
A coisa aqui é que a Hudson Soft fez uma escolha: eles abriram mão de level designs mais complexos e telas que rolam para o lado em favor de permitir um modo cooperativo (já que, como eu disse em outras ocasiões, o SNES não lida bem em gerenciar duas telas ao mesmo tempo a menos uqe o jogo seja programado para ser assim o tempo todo). Assim, com uma única tela quadrada, você e um amigo jogando com o terrorista afrodescendente poderão explodir juntos todos bichos fofinhos que sempre quiseram destruir!

Capa japonesa do jogo que, enquanto tem a arte mais bonita, achei mais poluída visualmente
Como eu disse, o modo campanha é uma simples questão de destruir todos os inimigos e encontrar a saída. Existem seis mundos de oito estágios, sendo o último estágio uma luta de chefe. Inicialmente fiquei impressionado com a variedade de inimigos e ambientes, mas por volta do meio do caminho os inimigos começaram a ser reciclados. Teria sido bom ver inimigos mais complexos fora dos chefes.

Achei particularmente criativo o chefe boxeador que você não derrota ele com explosões, mas usando as bombas para empurrar ele contra o ringue eletrificado
Os chefes são divertidos, no entanto. A maioria das lutas exige pouco mais do que se esquivar de projéteis enquanto espera por uma abertura para atacar um ponto fraco. Com um chefe, você deve esperar que o olho se abra para danificá-lo. Outro chefe voa e você deve usar o poder da luva para lançar bombas nele (eu nunca consegui derrota-lo quando era criança, nunca pensei em usar a luva para socar bombas nele... eu não era uma criança muito brilhante, ok?).

Super Bomberman é uma experiência agradavel com um sistema de passwords generoso.



A melhor parte de qualquer jogo do Bomberman é o ponto em que você acumulou um estoque de power-ups. Estou falando de bombas de detonação remota, tamanho máximo de explosão, luva de arremesso, bota de chute, item de passagem através das paredes ... é absurdo o quão poderoso você pode ser. Os inimigos não podem fazer muito contra você com força total se você não for imprudente.

No entanto, eu sempre fico complacente. Quanto mais poderoso você fica em Super Bomberman, como em todos os outros jogos da série, mais perigoso você é para si mesmo. Você se explodir com uma das 50 bombas que você deixou em seu frenesi de poder e chamas é o seu maior inimigo, ou você tentar ser espertão e socar uma bomba por cima de um muro para ser pego em uma reação em cadeia que você nem esperava. Super Bomberman é um belo tratado sobre as armadilhas do orgulho e do poder, onde a falta de paciência é sua ruína definitiva.

Profundo, não?



De qualquer forma, o grande ponto de venda da série Bomberman com as crianças sempre foi o modo Battle Royale, e a versão de SNES não é exceção. Quatro bombermans em uma arena, nenhum monstro, o último bombeiro de pé vence. Simples e elegante.

Com efeito, algumas versões de Super Bomberman vinham com o Super Multitap, um adaptador que permite que até cinco controladores sejam conectados ao SNES de uma só vez. Também há suporte para bots controlados por computador para completar uma partida se não houver gente suficiente reunida.


O modo de batalha é um pouco limitado em termos de opções, entretanto. Os jogadores nem podem escolher qual cor bombardeiro controlar. Não tem como formar equipes ou modos de jogo além do deathmatch padrão. A única personalização é escolher a arena. Doze mapas gerados aleatoriamente estão disponíveis para a batalha e muitos deles têm pequenos truques para adicionar alguma variedade.

Eu gostaria que houvesse um pouco mais em Super Bomberman. Há uma falta de modos e recursos que os jogos posteriores da série incluiriam, o que torna esse provavelmente o pior jogo do Bomberman no SNES. Não é ruim, no entanto. Super Bomberman ainda é muito divertido, mesmo que seja apenas o exato básico que você esperaria.

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