segunda-feira, 24 de agosto de 2020

[AÇÃO GAMES 041] ASTERIX (SNES, 1993) [#470]




Asterix do Master System é um dos melhores jogos de plataforma que eu já joguei na vida. Apesar de não fazer nada particularmente incrível, o level design das fases é espetacular e está constantemente se esforçando para te fazer completar as fases de uma forma criativa. O mesmo pode ser dito a respeito dos inimigos, gastando os limitados recursos do Master System com inimigos únicos para cada fase, uma quantidade de quadros de animação impressionantes para cada inimigo e por aí vai. 

É um jogo no qual realmente foi colocado esforço para lidar contra todas as adversidades de se fazer um jogo para o Master System, sendo a maior delas que você está fazendo um jogo para o fucking Master System.

Por isso é apenas natural esperar que a versão de Asterix em um console dimensões inteiras superior como o Super Nintendo seja galaticamente bom, certo?




A versão Super NES difere bastante da versão de 8 bits da Sega de várias maneiras. Seguindo a mesma história de resgate de Obélix, todas as fases foram refeitas, os gráficos receberam um grande overhaul e o jogo é muito mais longo do que qualquer um dos jogos de 8 bits. O que não necessariamente reflete em um jogo melhor, como você pode imaginar

Por algum motivo, Astérix aqui é consideravelmente mais lento do que na versão para Master System, e essa é a falha que realmente derruba esse jogo. Existem outras, mas essa aqui é a pior. O salto de Astérix é excepcionalmente lento e geralmente não chega aonde ele deveria chegar a menos que você salte do pixel exato. Você pode correr para ganhar mais distancia, mas a corrida leva muito tempo para acelerar levando a muitas mortes frustrantes, muitas vezes caindo em buracos porque seu salto simplesmente não alcançou.



As fases também são maiores, mas não oferecem nada particularmente interessante para sua duração maior. Alguns estágios você tem que achar a saída, mas isso não acrescenta nada a diversão. As fases se prolongam por muito tempo e tem checkpoints. Na verdade, não tem password ou qualquer recurso de salvamento, por isso passar por todos as 50 fases e encontrar a saída frequentemente não aparente é mais cansativo que divertido. 

Alguns itens novos foram usados, como a poção mágica verde que permite voar no estilo Mario 64 com asas no capacete. Você também pode encontrar ossos para chamar Idéfix e tirar alguns romanos na tela, ou uma lira, para que o Chatotorix voe em uma nuvem e paralise tudo na tela, mas isso é tão esporádico que não faz muita diferença.

Asterix e seu ataque de alcance ridiculamente curto, uma (infeliz) marca registrada da franquia
Os inimigos são poucos e pouco inspirados, soldados romanos e animais como esperado. É uma escolha intrigante recorrer a animais que aparecem em todos os jogos de plataforma do mundo quando, nos quadrinhos, Astérix luta contra uma variedade tão grande de personagens diferentes. Parece tão preguiçoso dos programadores fazer Astérix dar socos em corvos e porcos-espinhos. 

O estilo de arte também é um pouco estranho, com alguns inimigos e cenários sendo bem desenhados e coloridos para ver de repente outros desenhados em um estilo foto-realista, como se tivessem sido tirados de outro jogo. O Astérix parece bom, pelo menos. 



O final também é um dos maiores anticlímax da história do jogo, pois você encontra Obélix dormindo no meio do último nível. Nenhum chefe final, nenhum último obstáculo, apenas passe por ele e a fase termina igual a qualquer outra fase.

Asterix para Super Nintendo  não é um jogo ruim, apenas funcional e mediano. Porém quando você o compara com o jogo do Master System, ele se torna DOLOROSAMENTE mediano. Eu aluguei esse jogo quando era criança e nunca tive grandes sentimentos por ele. Passados anos depois, nada disso mudou - de modo que não me surpeende que nunca se deram ao trabalho de lançar esse jogo fora da Europa