sábado, 22 de agosto de 2020

[AÇÃO GAMES 040] BLASTER MASTER 2 (Mega Drive, 1993) [#468]


Eu só tinha visto tanto verde-limão assim até hoje em embalagem de detergente

Blaster Master é um jogo de Nintendinho de 1988, e como foi antes da época da Ação Games eu nunca joguei ele - embora já tenha ouvido falar. Este texto é sobre a continuação, Blaster Master 2, lançada para Mega Drive em 1993 porém como ele é uma continuação da história do primeiro, suponho que seja relevante contar a história do primeiro jogo.

Nah, eu só vou contar porque é uma coisa completamente biruta mesmo, vocês me conhecem.



Nossa história começa com Jason, um simples menino do interior de um desses estados americanos que ninguém sabe nada exceto que eles votam no candidato republicano e casam com as próprias primas. Enquanto Jason não encontrava a prima da sua vida, ele passava o tempo observando seu sapo Fred dentro de um tanque. Até porque mais ele ia fazer? Desde que proibiram queimar negros em praça pública esse pessoal do sul ficou sem hobbies.


Jason, nosso herói, pode ser acusado de muitas coisas. Uma das que ele jamais será acusado, no entanto, é de ser o lápis mais bem apontado da caixa já que ele mantinha seu sapo de estimação em um tanque sem tampa. Parece ser uma grande surpresa para Jasão, mas nosso jovem argonauta não estava realmente ciente que sapos são conhecidos por pularem.

Na verdade, eu diria que são o seu one defining trait. Mas calma que essa história fica melhor.


O sapo Fred sai pulando (ainda para grande incredulidade de Jason) em direção a caixa de produtos radioativos que toda família do Kentuky, Colorado ou Arkhansas tem no seu quintal da frente (pela disposição da porta da garagem e material da construção, essa é a frente da fazenda). 

Embora isso possa parecer não fazer nenhum sentido, ao menos explica como alguém pode ser racista: é um tumor causado pela radiação pressionando o cérebro.


Assim, graças aos poderes de largar caixas radioativas no pátio sem tampa, o sapo Fred mega digivolve para...


Sapãodaporramon!

Yep, uma história sólida e coerente até aqui. Parasita não tem nada para competir contra Blaster Master. 


Seja como for, Fred agora sapão saiu pululando por aí porque é o que sapões mutantes fazem. Não é claro se o buraco que aparece nesta imagem foi criado porque o chão cedeu com o peso do sapão ou se ele cavou com suas poderosas mandíbulas mutantes. E honestamente eu não sei qual possui implicações mais perturbadoras.


Jasão Boy vai atrás do seu sapo mutante da morte, se jogando no buraco. Qual não sua surpresa ao descobrir uma caverna com uma máquina de morte e destruição dentro dela. Inicialmente ele imagina se tratar de um aparato usado por seu bisavo para ter lutado na Guerra Civil e defender o sonho dea famílioa que escravidão ainda existisse hoje.

Porém para sua grande decepção o tanque blindado se chama SOPHIA THE 3RD - e é um veículo projetado para combater mutantes radioativos que vivem dentro da terra. Como Jason não parece muito interessado nisso, SOPHIA então lhe garante que os mutantes do subterraneo estão tramando TAKE OUR JOOOOOOOOOOBBBBBBBSSSSSS e essa é toda a motivação que Jason precisará para ir até as terras mutantes massacrar todo e cada um dos aliens ilegais dentro de solo norte americano.


Assim, o jovem Jason parte em sua missão de fazer a superfície Great Again e esse é o Blaster Master do Nintendinho. 

A continuação para Mega Drive acontece quatro anos após o encontro de Jason com o Chefe do Plutônio e os mutantes radioativos sob a Terra. Um dia, um raio atingiu a casa e fez o teto desmoronar, deixando Jason inconsciente. Quando Jason acordou, S.O.P.H.I.A. estava em pedaços e os upgrades que ele colecionara de suas primeiras alterações com os mutantes estavam desaparecidas. 

Mal sabia Jason que o relampago que o atingiu não foi um relampago comum, e sim um ataque do povo relâmpagos e eles estão planejando destruir a Terra. Os seres relampagos começaram a cavar em direção ao núcleo da Terra, a fim de desviar o peso do planeta de seu eixo, levando à aniquilação total. As partes da SOPHIA foram roubadas para criar um exército robótico para ajudar a cumprir sua missão. 

Agora, Jason deve deter o povo relampago, mas ele não conseguirá sem a ajuda de SOPHIA. Como ele não pode recuperar as peças, ele decidiu apenas construir uma nova. Eu não faço ideia do que aconteceu, mas se Jason saiu dela com um doutorado em engenharia deve ter sido realmente épica. Seja como for, após 29 dias, SOPHIA foi completamente reconstruída e pronta para a batalha. 

Lembrando de onde ele viu as pegadas, Jason pulou em seu veículo e se dirigiu para as montanhas onde o desafio começa.

ESPERA, QUE PASSOS? ELE NÃO FOI ATACADO  POR UM RELAMPAGO?

É um relampago que deixa pegadas, ué... eu acho... é o que está no manual. Isso porque a versão de Mega Drive tem uma apresentação pior que a de Nintendinho de cinco anos antes, e não tem uma cutscene mostrando a história mesmo sendo em um console imensamente mais poderoso que o NES.

Isso não é um bom sinal...

Muita poluição visual, eu não consigo nem entender direito o cenário...
... ao contrário do NES, olha como o jogo faz sentido visualmente

Enfim, o gameplay de Blaster Master era bastante original para sua época: você controlava um carro-tanque que atirava em todas as direções, mas também podia descer dele para explorar a pé passagens que o carro era grande demais para caber.

Na continuação, essa ideia foi mantida mas Sophia e Jason agora parecem funcionar mais como uma única unidade, já que em Blaster Master 2, ambos compartilham o mesmo medidor de vida e upgrades de armas (ao contrário do original, onde o carro e Jason eram personagens diferentes para propositos de barra de vida e upgrades).

Isso não parece ruim na teoria, mas Blaster Master 2 se embanana com uma das coisas pelas quais o original é mais elogiado: os controles. Os controles são nível "parece port do Amiga" de rígido. Além disso, quase todos upgrades que você recebe são muito ruins ou apenas inuteis mesmo. Provavelmente você vai terminar o jogo usando apenas seu tiro básico, e isso não diz boas coisas sobre o gameplay.


No jogo original, parte dele era sobre sair do tanque e explorar pequenas dungeons onde a camera mudava para uma visão Zelda-like, como na imagem acima. Na continuação isso alterado e ao invés de pequenas dungeons, agora você apenas enfrenta chefes em uma batalha  2D bem ruinzinha onde sua melhor estratégia é atirar no chefe sem parar e tomar dano de volta, torcendo para a vida dele acabar antes da sua.

Como esquecer da grande batalha laranja contra a lagarta laranja em uma colmeia laranja em que você dá tiros laranjas?
O pior de tudo, no entanto, são as novas seções com visão por cima do tanques que você acessa no final de cada estágio, mais parecidas com as masmorras originais. Os controles nessas partes são especialmente ruins. Quando você se move e solta  botão, o tanque continua deslizando como se estivesse constantemente no gelo. E também quica nas paredes como um pinball. 

Além disso, você tem que usar A e B para girar seu canhão e ele gira muito lentamente. Então, basicamente, você passa as áreas aéreas deslizando desajeitadamente e quicando nas paredes, enquanto tenta freneticamente mover sua torre na direção em que o grupo de inimigos o golpeia com lasers de ricochete e mísseis de concussão.

Sounds fun, huh?

Nesta cena, seu canhão está apontando para a esquerda. Para acertar aquele disparador sem ser atingido, você tem que segurar C para o canhão girar 45 graus no sentido horário para você poder atirar em diagonal. Diversão para toda família.
Os gráficos são aceitáveis para um jogo posterior do Mega Drive de 93, mas eles dificilmente podem ser considerados memoráveis. Eles definitivamente têm aquele feeling de jogo do Amiga, com um tom monocromático vomito que dificultando a visualização de certos obstáculos. 

A música é uma mistura saudável de meh e terrível, já que muitos temas de fase têm bips e bloops irritantes que soam menos como música real e mais como ruídos aleatórios sendo arrancados do chip de som do Mega Drive.



Blaster Master 2 não é um jogo pavoroso, mas é absurdamente esquecível. Dá pra ver o esqueleto de um grande jogo aqui, que provavelmente foi o primeiro, mas poeira e ossos é meio tudo que restou agora. 

Mesmo sem ter jogado o primeiro jogo e apenas tendo visto videos, eu diria que você tem mais sorte tentando o original de NES de 1988 para uma experiencia de jogo muito mais bem organizada, fluída e divertida.