segunda-feira, 22 de março de 2021

[SNES/MD] AERO THE ACRO-BAT 2 (Abril de 1994) [#660]

Não. Apenas não. Vocês tem que estar de sacanagem comigo, mas só pode ser putaria para com a minha pessoa. Quer dizer, Aero The Acro-Bat  2? DOIS?

Olha caras da Sunsoft, eu realmente entendo, vocês fizeram uma piada prassódia e (sabe-se lá pq) tem muito orgulho dela. Eu entendi, é um bat acrobata, um Acro-Bat, saquei, sério. Só que isso realmente devia ter parado aí, alguém fez uma piada de tiozão no brainstorm, todo mundo dá um sorriso amarelo e vida que segue. Mas não, os caras foram e fizeram o jogo. E é claro que é um jogo bosta e lixoso, é óbvio que tem que ser! 

E como se não fosse o suficiente terem feito AERO THE ACRO-BAT só pra usar seu trocadilho infame, aí eles vão e fazem outro! OUTRO!?! Caras, o suficiente é o suficiente! Mas okay, vamos lá então né...


No final do jogo anterior, Aero, o garoto trocadilho, termina derrubando o vilão Edgar Ektor para uma queda que dura todos os créditos e certamente espalhará os órgãos de Ektor por pelo menos 5 estados diferentes. E é exatamente aqui que a continuação começa;


Esse é um daqueles momentos que você realmente reavalia suas escolhas de vida, heim Ektor? Quer dizer, ser derrubado para a morte certa e dolorosa por um mascote de jogo de plataforma que é só um trocadilho realmente é o ponto baixo da sua vida.

Bom, pelo menos foi um jogo curt...



No último momento Ektor tem sua vida salva pelo seu fiel sidekick, Zero - o Esquilo Kamikaze pq é o que japoneses fazem. Isso certamente envelheceu bem.


Depois de ter derrotado o vilão, Aero decide explorar ainda o museu de Ektor porque já que ele assassinou um homem a sangue frio (ou ele acha que fez isso) derrubando ele 80 km de altura, porque não aproveitar e vasculhar a casa do cara para ver o que dá pra saquear? Nosso herói, senhoras e senhores.

Bem, ele encontra essa porta mágica flutuando nada suspeita, e se ele fosse o Craig ele apenas iria embora pra casa dele. Como não é, o bocoió decide entrar só pra ver o qq dá, qual a pior coisa que poderia acontecer exceto talvez ele ser transportado para dentro de um vulcão, para o fundo do mar ou para um lugar sem atmosfera respirável?


Ah, okay. Tudo saiu melhor que o esperado. Mas o que foi feito do Ektor Bonilla? Bem, isso é algo que só descobriremos após derrotar o primeiro chefe. Vamos ver então que cutscene nos aguarda para a segunda fase e... HOLY NOSSA SENHORA DA JAEGER SALTITANTE!


HOLY MOMOLI, segura a bacurinha aí Sunsoft que isso aqui é um console de família! Quer dizer, eu não sei pq caralhas a noiva Gremlim entrou no jogo, mas é isso que aparece...


Mas okay, vamos ver o que a Batasha (sério Sunsoft? Sérinho mesmo que esse é o nome dela?) nossa morcega russa quer:


Uau cara, isso é a maior trap da história das treapeagens e eu não estou falando do tipo bom de trap. Quer dizer, quem possivelmente pode ser tão estúpido para cair em...


Ok, perdemos um guerreiro. Aero passa o resto do jogo indo de fase em fase atrás do que eu posso julgar como a única femea que ele já interagiu na vida, e esse é justamente o plano do Edgar Bonilla. Para surpresa de zero pessoas, Batasha foi contratada para conseguir uma amostra do herói e assim Edgar fazer uma versão maligna dele.

No fim o bem, vence o mal e espanta o temporal, mas não sem um grande custo... para o jogador.

Essa deixa sobre Zero, o capanga de Ektor, voltar para sua terra natal para salva-la não é gratuita: em alguns meses Zero ganhará o seu próprio spin-off, porque é claro que sim, né. Mas isso sera um problema para daqui a alguns meses, por hora vamos ver o jogo que temos em mãos.

A boa notícia é que o jogo teve vários upgrades em relação ao jogo anterior. Não o suficiente para o jogo deixar de ter a cara de jogo de plataforma europeu, mas upgrades realmente necessários - ao ponto que você se pergunta porque diabos eles não estavam no jogo original em primeiro lugar. 


O primeiro grande upgrade nesse jogo, Aero controla muito melhor e não é mais tão floatsy quando no anterior, que é uma das coisas que ajuda muito a diminuir a cara de "jogo de Amiga onde nada tem peso e tudo só é jogado na tela". Mais importante que isso, ele também ganhou novos movimentos como ser capaz de atacar para baixo! Oh!

Não, sério, por favor alguém me explica quem foi o mentecapto, retardado, nepomuceno que achou que seria totalmente cool fazer um jogo de plataforma que o único ataque do seu personagem fosse esse:


Mas que puta ideia de girico, taqueopareo mesmo... bom, agora Aero pode finalmente atacar para baixo, então yaaaaaa-finalmente-né-seus-calopsitas-aaay. Outra mudança também é que depois de acertar um drill no inimigo você pode emendar outro, o que evita o problema do jogo anterior que você sempre tomava dano ao acertar inimigos que precisavam de mais de um hit pq não tinha como evitar não tocar neles com o seu ataque.


A segunda mudança grande nesse jogo é que o objetivo das fases mudou. Antes o jogo exigia não apenas você encontrar a saída, mas como cumprir X objetivos por fase que você tinha que ficar caçando pela fase. Pular por 15 arcos em chama, colecionar 15 panetone, vacinar 34 velhinhos contra o coronga, você entendeu. E, como dá pra imaginar, ficar preso na fase caçando objetivos que você não faz a menor ideia de onde estão são não é exatamente... divertido. Pior que isso, em alguns lugares se você passasse por eles sem fazer o que precisava (ou apenas caísse mesmo), fazer o caminho de volta era sofrimento e dor. Um longo caminho de sofrimento e dor.

Agora basta apenas chegar ao final da fase porque alguém deve ter usado seus 15 phds em fisica quantica para concluir que isso que eu descrevi acima não tava funcionando. Então eles pararam de fazer. A vida não é simples quando vc para de ficar atrapalhando ela?


Mudança 3: espinhos não causam mais one-hit death. Sim, agora perigos no cenário só tiram energia - o que evita um grande número de mortes sacanas desgraçadas que você não tinha como saber até ter decorado a fase e um número maior ainda de controles atirados na parede. Como eu disse, é simples gente, é só não ser cuzão.

E segura mais essa: você começava com 3 vidas, se elas acabassem podia usar um continue para ter mais três vidas. O problema é que se você estivesse na fase 1-3 e usasse um continue, voltava pra 1-1. Agora isso não acontece mais, você continua da fase que parou. Ah, e o jogo agora tem passwords, olha só.


Essas mudanças tornam o jogo muito mais palatável, efetivamente o elevando do patamar de "projeto de jogo de plataforma europeu bosta" para "projeto de jogo de plataforma europeu eh okay ele existe". Embora seja verdade que ele resolve muitos dos problemas do jogo anterior, também conhecido como "mera decencia humana", mas isso transforma um jogo fundamentalmente horroroso... em um jogo. Só isso.

Por seus próprios méritos, Aero 2 é apenas um jogo de plataformas decente que não faz nada de especial em comparação com os jogos mais famosos do genero. Comparado com o jogo original, é uma melhoria cavalar, mas comemorar isso é mais ou menos o mesmo que comemorar não estar ardendo em chamas nesse exato momento. Claro que é melhor não estar pegando fogo do que estar, mas então isso é apenas o normal. 

É um jogo funcional, mas que rapidamente (e merecidamente), foi enterrado em uma avalanche de jogos mais ambiciosos.

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