Okay, isso já está ficando realmente ridiculo: é um fato bastante conhecido que a Bandai é a empresa que tem os direitos de explorar os personagens de basicamente todos os Tokusatsu e da franquia Gundam, o que frequentemente resulta em toneladas de brinquedos, bonecos e, é claro, jogos de videojogos. Com efeito, tendo o direito de grandes franquias populares no Japão lhe ocorreu a ideia de juntar várias delas em um só jogo e nascia assim a série "Compati Hero", juntando coisas como Kamen Rider, Gundam e Ultraman ... mesmo que eles sequer sejam do mesmo tamanho, mas foda-se.
Nesse blog eu joguei dois jogos dessa série já: THE GREAT BATTLE III de Super Nintendo, com Ultra Seven, Gundam F91 e Kamen Rider Black RX, e THE GREAT BATTLE 6 do Playstation com Ultraman Powered, Gundam Zero e o Kamen Rider Black RX de novo pq a franquia tinha parado no RX mesmo até o ano 2000.
Mas tá, isso eu já falei e esses jogos já foram jogados, não é essa a parte que eles forçam a amizade e sim que não bastasse Compati Hero ter quase quarenta titulos lançados, ela ainda tem um spin-off: Super Robot Wars é uma franquia de RPG Tático derivada do Compati Hero com apenas os mechas licenciados da Bandai
Super Robot Wars DD foi o último jogo da série lançado, em 2019 para Android e iOS
Só que.. não é um RPG Tático que estamos falando aqui. Pq não bastasse Super Robot Wars ter dezenas de jogos tambem, ainda foi lançada uma franquia spin-off do spin-off e eu juro que não estou inventando isso. É aqui que entra o jogo de hoje: Super Robot Spirits é o primeiro jogo da franquia que foi derivada de outra franquia que por sua vez foi derivada de uma terceira franquia, pq é assim que a Bandai rola, saiba você!
A nossa história aqui trama envolve uma guerra em todo o universo entre humanos e uma frota de robôs chamada "Aerogater". Para impedir que o Aerogater destrua a Terra, robôs de outras dimensões são transportados para a Terra para salva-la de uma vez por todas. Claro, sendo um jogo japonês todas as histórias de todos personagens possuem muitos dramas e reviravoltas... as quais eu jamais saberei pq esse jogo nunca foi lançado fora do Japão, mas sei que tem conversa pra carambra entre uma luta e outra para cada personagem e que são conversas diferentes, então deve ter historinha e dramalhão pacas.
O que eu posso dizer com certeza é que esse jogo tem apenas sete personagens jogáveis desde o início (e pensar que esses dias eu tava jogando THE KING OF FIGHTERS 98: The Slugfest, que já abre com mais de 30): tem o Shining Gundam de Mobile Fighter G Gundam... que é o único mecha que eu conheço realmente dessa lista, os outros sendo Daitarn 3 de Invincible Steel Man Daitarn 3, Dunbine de Aura Battler Dunbine, Voltes V de Chōdenji Machine Voltes V, Walker Gallier de Combat Mecha Xabungle, Dancouga de Dancouga – Super Beast Machine God e R-1, um robô criado pela Bandai para o jogo Shin Super Robot Wars de 1996 para PlayStation.
Caceta Bandai puxou umas referencias realmente obscuras aqui, pq Xagunburu é de cair o xabungu da bunda!
Tá, a música é maneira, tenho que dar isso a eles... alias quer saber? Esse blog é meu e foda-se, vou tocar todas as músicas que eu não conheço e colocar um pouco de cultura nesse corpo. A começar pela Super Fera Maquina Deus Dancougar!
Que é basicamente um Voltron da shopee, pelo visto... mas adiante, Chōdenji Machine Voltes V!
Essas marchinhas militares dos anos 70 com certeza é uma coisa que os animes não fazem mais hoje em dia. E por falar em anos 70, Aura Battler Dunbine!
Alias reparei um padrão aqui, os mechas desse jogo é só pedrada dos anos 70. Eu acho que faria mais sentido usar robos que a garotada da época conhecesse (sei que Gundam Wing tava arrebentando a boca do balão na época), mas respeito eles quererem fazer uma homenagem aos clássicos das suas infancias.
E por falar em clássicos, o Invencível Homem de Aço Daitarn 3!
E só pq eu falei, vou encerrar a lista com o título mais recente dessa seleção de personagens, Mobile Fighter Gundam G de 1994:
Agora, como eu comentei anteriormente e agora vc pode entender uma vez que conhece o elenco, vc pode estar se perguntando para quem exatamente seria composto por robos de animes dos anos 70? Quer dizer, esse é um jogo para Nintendo 64, parece exatamente o tipo de publico que sequer saberia quem são esses caras, quanto mais se interessar por um jogo deles?
A resposta, é claro, é absolutamente fucking não. Obvio que não. E o resultado disso é que enquanto os numeros precisos não são conhecidos, sabe-se que o jogo vendeu menos de dez mil unidades no Japão (não que ele tenha sido lançado em outro lugar, mais obviamente ainda) fazendo esse um dos jogos menos vendidos da história do Nintendo 64.
Uau, quem diria que um jogo baseado em nostalgia dos anos 70 não faria sentido nenhum para os jovens ultradinamicos de 1998, quem poderia prever um negócio desses heim Bandai... pouta que o pareo...
Mas tá, va lá, cabe então se perguntar se com isso o mundo (ou no caso os japoneses especificamente) perderam um incrível jogo de luta lendário ao não se interessar pelo seu lineup... e essa é uma pergunta que vc já sabe a resposta antes mesmo de eu terminar a frase. É um jogo de luta no Nintendo 64, em dia bom ele apenas existe e vc vai esquecer dele entre levantar do sofá e desligar o console, em um dia ruim pesadelos te assombrarão por decadas a fio.
A boa noticia é que esse é um dia bom, e Super Robot Spirits não é um jogo pavoroso. A noticia ruim é que ele não é muito mais que isso realmente: ele é um dos jogos já lançados e meio que termina por aí.
Como na maioria dos jogos de luta, o direcional se move e salta, porém diferente da maioria dos jogos de luta aqui vc usa apenas dois botões: soco e chute, em um setup que empalideceria os produtores dos 3 jogos de luta do Nintendinho.
Suponho que eu não vou te surpreender ao informar que esse não é um jogo muito complexo. Eu não esperava muito desse jogo, porque é um jogo licenciado e pouquissemos jogos licenciados da Bandai prestam (de cabeça eu não lembro de nenhum, mas suponho que deva haver alguma coisa), mas mesmo assim ele conseguiu me surpreender por ter menos ainda do que eu esperava. SRS é um jogo lento e feio mesmo para os padrões da época, mas principalmente é um jogo onde absolutamente nada interessante acontece.
Pra não dizer que ele não faz nada NADA diferente, os robôs podem voar - que é apenas mudar o plano para um nível acima, como em DRAGON BALL Z: SUPER BUTOUDEN, mas não acrescenta muito ao jogo. E por isso, leia-se nada.
A jogabilidade, gráficos, taxa de quadros, velocidade do jogo, controles, nada neste jogo é digno de nota. E considerando que a jogabilidade não é a razãopara jogar esse jogo e as licenças são de robos que provavelmente ninguém conhecia... bem, esse é um dos jogos menos vendidos da história do Nintendo 64 por uma razão, né?
Super Robot Spirits é um jogo lento com personagens pesados, as lutas demoram muito e os golpes causam poucos danos. Não espere combos também, não é como esse jogo rola. Os gráficos são meio feios e os cenários mal existem. A jogabilidade, gráficos, taxa de quadros, velocidade do jogo, controles, nada neste jogo é digno de nota. E considerando que a jogabilidade não é a razãopara jogar esse jogo e as licenças são de robos que provavelmente ninguém conhecia... bem, esse é um dos jogos menos vendidos da história do Nintendo 64 por uma razão, né?
Esse jogo é tão anime dos anos 70 que é o primeiro jogo de luta em quase 200 que eu já joguei aqui que não tem uma personagem feminina selecionavel no roster inicial
Embora seja possível fazer muito pior para um jogo de luta... tipo REALMENTE pior, como CRITICOM ou WAR GODS... também dava pra fazer muito melhor que isso. Tipo BEM melhor. Mesmo em um jogo de luta do Nintendo 64.
MATÉRIA NA AÇÃO GAMES Edição 132 (Outubro de 1998)
MATÉRIA NA SUPER GAME POWER Edição 054 (Setembro de 1998)