quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

[#1240][Set/98] METAL GEAR SOLID


Metal Gear Solid é um caso estranho. Dificilmente você vai ver uma lista de melhores jogos do Playstation sem as aventuras do nosso menino Cobra Dura, e frequentemente vc vai encontra-lo entre os melhores jogos de 1998 - um ano comumente citado como um dos melhores da história dos videogames. E enquanto isso é debate para outro dia, o ponto que importa hoje é que eu posso ouvir daqui todos vocês balançando a cabeça e concordando com Metal Gear Solid estar nessa lista. Sim, eu ouço as pessoas balançando a cabeça através da internet, esse é meu maior poder e minha maldição.

Mas eu dizia que Metal Gear Solid é um caso particularmente estranho pq frequentemente vc vai ver por aí memes sobre a (limitada) IA de como os guardas reagiam a furtividade do jogo, sobre a tendencia verborragica do Kojima de fazer cutscenes maiores do que o gameplay e varias outras coisas ao redor do jogo... mas não sobre o jogo em si. Existe muita coisa dita sobre o que MGS significa, o que representou, as memórias que criou, mas... pouca coisa é realmente dita a respeito do jogo de facto. O que você faz nesse jogo? Como você faz? Ele é bom? Se sim, pq?

Classic Metal Gear shenanigans

E eu acho isso realmente fascinante pq quanto mais eu leio a respeito de Metal Gear Solid lançado em 1998 para o Playstation 1, mais eu tenho a sensação que todo mundo parece gostar de um jogo que ninguém jogou realmente. Mas nada tema, meu traulitante amigo, pois aqui estou eu em minha eterna cruzada paladinesca da verdade videogamistica para satisfazer essa curiosidade e explicar quem é esse desconhecido jogo ultra famoso! 

Porém, devo adiantar que se vocês já não gostam muito de mim agora (o que é um instinto natural com o qual todo ser humano nasce, afinal), temo que após ler esse texto... não, ler as próximas linhas... seu apreço pela minha pessoa vai cair ainda mais mesmo que isso não parecesse fisicamente possível.


VOCÊ NÃO FEZ ESSA ENROLAÇÃO TODA SÓ PRA DIZER QUE METAL GEAR SOLID É UM JOGO RUIM, NÉ?

Não, claro que não meu factóidico amigo imaginário. Eu jamais diria que MGS é um jogo ruim!

... UFA!

O que eu diria é que Metal Gear Solid é o melhor jogo ruim de todos os tempos! Bem, talvez superado pelos outros da franquia que aprimoraram a arte de serem maravilhosos jogos ruins, mas isso é discussão para outro dia. O que eu posso dizer agora, nesse momento exato, é que MGS é uma obra prima dos jogos ruins e o fato desse jogo não ter sua própria galeria no Louvre definitivamente é um dos motivos pelos quais os aliens não falam com a gente!

ESPERA, AFINAL VOCÊ TÁ DEFENDENDO OU CRITICANDO O JOGO?

Tal como o amor florescendo no campo de batalha, poucas coisas na vida se enquadram em rótulos simples de isso ou aquilo. Com efeito, as melhores coisas desafiam tais rotulações simplistas como a pizza California e a Fanta Uva!

VOCÊ REALMENTE NÃO ESTÁ CONSTRUINDO SUA CREDIBILIDADE COM ISSO, SABE...

Temo que não esteja. Mas então, eu não estou no negócio de credibilidade, eu estou no negócio das VERDADES VERDADEIRAS! Então o que eu posso fazer é começar a explicar o que é, afinal, Metal Gear Solid. Então, isso posto, vamos começar do começo...

Quando as pessoas pensam em Metal Gear Solid, elas imaginam - provavelmente influenciadas por algumas das sequencias - que o jogo funciona essencialmente como um tipo de estrutura dos jogos survival horror: vc tem um grande mapa que anda pra cima e pra baixo, coleta itens, resolve puzzles, mete pipocos em inimigos, all the good stuf. 

Com efeito, é muito tentador imaginar a base de Shadow Moses onde nosso giga-ultra-super-agente-secreto, Solid Snake, se infiltra para dar cabo de terroristas que sequestraram armas nucleares e ameaçam o mundo se suas exigencias não forem atendidas como uma espécie de RESIDENT EVIL misturado com GOLDENEYE 007. Com mais efeito ainda, eu já vi Metal Gear Solid ser descrito como algo do tipo e essa me parece uma imagem bem acurada de como o imaginário popular lembra desse jogo.


Pois bem, vamos começar que essa imagem não poderia estar mais errada. Enquanto você tem alguma liberdade para visitar algumas salas do complexo, definitivamente e completamente não é esse jogo que MGS é. Se alguma coisa, eu vou te dizer que Metal Gear Solid tem mais em comum com MEGA MAN do que com RESIDENT EVIL.

METAL GEAR SOLID É PARECIDO COM MEGA MAN? EU JÁ OUVI FALAR DE PESSOAS ENLOQUECEREM DEVIDO A FALTA DE CONTATO HUMANO, MAS NUNCA ACHEI QUE SERIA TÃO GRAVE!

Bem, vc está errado! Quer dizer, não sobre a coisa do isolamento, eu acho... mas eu to falando do jogo, pq senão pensa comigo: no que é que as pessoas pensam quando falam do bombardeiro azul? O que é que REALMENTE importa nesse jogo? Os chefes. Os jogos do Mega Homem vivem e morrem por quão memoraveis são as lutas com os chefes e todo resto é apenas um acessório a isso.

Pois muito que bem, Metal Gear Solid é essencialmente isso: um boss rush. E eu não estou falando apenas pq as lutas com os chefes são a coisa mais memorável do jogo, eu estou falando pq literalmente não tem muito mais jogo para além de lutar com os chefes!


Sério, a duração desse jogo é aproximadamente seis horas de gameplay, se dessas seis horas você passar mais de meia hora fora de lutas com chefes ou cutscenes (mais sobre isso daqui a pouco) é pq vc largou de avançar o jogo pra ficar brincando com os soldadinhos.

Enquanto entre uma luta de chefe ou outra você pode explorar uma meia duzia de salas, não é sobre isso que o jogo é, é apenas um pequeno filler sem maiores consequencias. Talvez vc precise conseguir um item para abrir uma porta (nunca mais que duas), talvez o jogo te de um corredor cheio de guardas pra atirar, talvez vc precise passar por uma caverna que tem literalmente duas telas de tamanho com alguns lobos que não conseguem te atacar se vc não ficar parado. Enfim, nunca é nada mais do que um par de minutos para respirar, e nunca é nada memorável.

COMO NÃO É MEMORÁVEL! EU LEMBRO PERFEITAMENTE QUE O SNAKE TEM UM GRANDE ARSENAL DE MOVIMENTOS PARA SE ESCONDER OU PASSAR DOS INIMIGOS! OS ITENS PERMITEM ABORDAGENS DIFERENTES SEMPRE MUITO CRIATIVAS!

Fato. Eu nunca disse que as abordagens não são absurdamente criativas - especialmente para a sua época - eu disse que elas não importam. Por exemplo, sabe a parte dos lobos? Então, sabia que vc pode fazer um filhotinho que tem por ali mijar na sua caixa de papelão para ela ficar com o cheiro da matilha e os outros lobos não te atacarem? Outra forma de passar pela area é ter o lenço da chefe Sniper Wolf, que vc pode ter ou não dependendo de como se comportou na sequencia de tortura.


E tudo isso é incrível, é um nível de detalhe que vc não encontraria sequer num RPG em 1998, quanto mais num jogo de ação! ... só que, como eu disse, nada disso tem a menor importancia. Isso de passar pelos lobos é legal e tal, mas vc pode simplesmente ir andando mesmo pq realmente são apenas duas telas e a programação de ataque dos lobos é tão janky que é muito dificil eles te acertarem. Simplesmente não importa.

Ou então quando vc não tem o óculos de visão infravermelha, vc pode acender um cigarro e ver os lasers do mesmo jeito com a fumaça da baforada. Game design brilhante... que é usado apenas em duas telas no jogo inteiro e mesmo que vc dispare os alarmes não faz muita diferença pq são em salas fechadas onde é extremamente fácil vc se defender até o alarme passar. Mais uma vez, ideia brilhante, que não faz diferença nenhuma no jogo.


Então agora que estabelecemos que Metal Gear é essencialmente correr de um boss ao outro com alguma besteirinha pra te distrair no caminho (novamente, uma ideia que soa bastante MegaManesca), a pergunta de um bilhão de bilhões é: tá, mas isso ao menos é bom?

E a resposta, como quase tudo a respeito desse jogo é sim. E ao mesmo tempo não.


Pra começar, os controles do jogo também são bastante desajeitados mesmo para a época. Snake é excessivamente sensível ao responder ao seu controle, a distancia do ataque melee não parece constante e esse é um jogo com várias sessões obrigatórias de tiro onde literalmente não existe qualquer maneira de apontar as mirar suas armas antes de atirar. Sério, vc aperta o botão de tiro junto com um dos direcionais e torce para o melhor - o que funcionava em top down shooters como SMASH TV (no qual a ação desse jogo é claramente inspirada), nos quais vc tinha munição infinita para ajustar sua mira enquanto atira. Aqui, esse não é um luxo que vc pode se dar.

Esse é um jogo de tiro que não dá pra mirar, eu gostaria de deixar você refletir sobre o quão bem isso funciona.


Isso por si só faria de Metal Gear Solid um jogo de ação medíocre... não fosse o pequeno, minimo, imperceptível facto que as lutas com os chefes são tão, mas tão, MAS TÃO BOAS que literalmente vc esquece o quão tronchos são os controles desse jogo. Porque mais uma vez, novamente, se aplica aqui o duplipensar de MGS: enquanto os controles são medíocres, o que vc faz nas lutas é tão feladaputamente legal que isso meio que não importa.

Eis o que rola: a estrutura de Metal Gear Solid é, essencialmente, a de um anime shonen. Existe o terrível vilão maligno do mal e seus quatro generais do mal malvadões, que conforme vc luta com eles descobre que eles tem histórias bregamente trágicas. Ou seja, se o seu sonho sempre foi sair no soco com a Trupe Fantasma de Hunter x Hunter ou com a família Donquixote de One Piece, e quem não iria querer, não procure mais do que esse jogo.

Os quatro comandantes da organização renegada Fox Hound são material saídos diretamente das páginas da Shonen Jump: vilões com poderes exóticos e uma história tão triste quanto, que óbviamente será contada no campo de batalha. E acredite que tudo é tão exatamente brega e bom quanto a premissa soa. Vulcan Raven, Psycho Mantis, Snipper Wolf e Revolver Ocelot - além do grande vilão, Liquid Snake - são chefes que ninguém terá a menor dificuldade em lembrar deles mesmo decadas passadas - como de fato todo mundo lembra deles decadas passadas.

Só que não para por aí: Kojimão da Massa foi além e criou mecanicas únicas para cada um deles, cada luta contra um dos chefes é realmente única - algumas na história dos videogames, como é o caso da luta contra o Psycho Mantis. Quando você luta contra a Snipper Wolf pela primeira vez, por exemplo, é a primeira vez que o jogo te dá acesso a um snipper rifle e a luta toda é resolvida através de um duelo de snippers, com direito a vc poder tomar diazepan ou fumar um cigarrinho (o que consome  sua vida) para acalmar os nervos e estabilizar a sua mira.


Isso é tão brega, e justamente por causa disso tão bom!

De todas as iconicas lutas de chefe do jogo, certamente a mais memorável é a luta contra o Psycho Mantis que como o nome sugere, tem habilidades psiquicas e pode ler os comandos que vc coloca no controle antes que o jogo os execute. Existem algumas formas de burlar a forma que ele preve os seus movimentos, veja atirar sem pensar (ele não pode prever quando nem vc sabe o que está fazendo), seja preparar bombas das quais eles não tem como desviar... ou apenas tirar o controle do videogame e colocar na porta do controle 2, aí tu pega ele desprevenido.

Como eu disse, essas lutas são tão criativas mecanicamente e tão cheias de momentos top bregueira de anime shonen que você realmente esquece que os controles são meio pocotó. E para um jogo que é um boss rush onde vc faz muito pouco além de lutar com chefes, meio que ajuda as lutas com chefes serem algumas das mais memoráveis na história dos videogames, sabe?


Então, como você pode ver, Metal Gear Solid tem essa coisa que ele faz algo incrivelmente foda e ao mesmo tempo algo incrivelmente pateta, esse é o ethos sobre o qual esse jogo é construído. Porém nada, absolutamente nada exemplifica isso melhor do que a história desse jogo. Se vc ainda não pegou como MGS é ao mesmo tempo abobalhado das ideias e absolutamente genial, então acompanhar as (longuissimas cutscenes) desse jogo vai te fazer entender isso.

Assim como acontece com a jogabilidade e o game design em geral, a história de Metal Gear Solid tem momentos de pura genialidade intercalada com momentos que vão te fazer rir de vergonha alheia. É uma história única e bastante intensa, executada de uma forma constrangedora não raramente.

A qualidade do dialogo é daí pra baixo

Vamos lá: o enredo geral do jogo é bastante bom. Enviar um soldado lendário para combater um grupo de soldados rebeldes que capturaram uma base militar isolada e ameaçam lançar uma ogiva nuclear se suas exigências não forem atendidas é tão emocionante quanto a premissa parece. Algumas das reviravoltas e conspirações que aparecem funcionam bem com a narrativa básica e adicionam tensão extra para a missão de Snake nunca ficar chata ou previsivel.

O problema dessa história é que o Kojima é um cidadão absurdamente verborragico na sua narrativa e se ninguém segurar ele, suas histórias ficam inchadas mais cedo do que tarde. Kojimão da Massa simplesmente não resiste a tentar fazer muito e adiciona tantos elementos, tantos subplots - muitos dos quais são quase inúteis - que a história se torna complicada e difícil de acompanhar (um problema que só piora em episódios futuros). Se tivesse permanecido tão simples quanto a premissa original, com alguns plot twists e traições aqui ou ali, teria funcionado muito bem. 

Pode não ser profundo basear a moça que está sequestrando sua base para conseguir arma nucleares ser o amor da sua vida, mas não dá pra dizer que é uma analise de personalidade errada

Só que depois da metade do jogo basicamente todo dialogo do jogo introduz uma nova traição, uma nova reviravolta, adiciona uma nova organização ou personagem a trama que em dado ponto vc não sabe se esta assistindo uma história séria que não faz ideia do quão ridicula está sendo, ou se é uma paródia escrachada dos filmes de espionagem. Dada como a cabeça do Kojima funciona, eu diria que ambos.

A principal coisa que faz esse jogo ser absolutamente cringe de se assistir nem é tanto que é introduzida uma reviravolta de novela mexicana e sim que o diálogo nesse jogo é incrivelmente bobo e muito frequentemente bastante ruim. Tipo ruim mesmo para os padrões dos videogames, que já não é uma barra muito alta.

Cheeeeeeyyyyyy

Existe tanta exposição e repetição constante de informações, às vezes até dentro da mesma conversa, que mais frequentemente sim do que não eu me sinto assistindo um episódio de Cavaleiros do Zodiaco. Adicione a isso que o Kojima tem horas que ele acha que é o Tarantino e os personagens começam a tergiversar sobre cultura pop no meio da conversa que vc fica tipo:

De modo geral, o dialogo desse jogo é de uma coisa que atinge vários niveis The Room de "é tão ruim que é bom". Eu juro pra vocês que o jogo termina com frases motivacionais sobre a tolice das armas nucleares enquanto mostra imagens tiradas diretamente de posteres motivacionais. 

Eu não estou de zoeira com vocês, manja só as imagens dos créditos:

É ao mesmo tempo tão brega mas a música é tão boa que é muito dificil dizer se você está vendo algo muito bom ou muito ruim, pq é os dois ao mesmo tempo! Metal Gear Solid em uma casca de noz, eu te digo!

E o mesmo vale para as cutscenes, como tudo mais nesse jogo: enquanto o dialogo é terrível, as cutscenes na verdade são impressionantes! O que é mais impressionante nas cinemáticas é como elas conseguem ser tão dramáticas e interessantes considerando o quão limitados são os visuais do jogo. 

Isso pq os personagens têm rostos estáticos e não têm olhos, o que tornaria muito difícil transmitir emoções. E não ajuda muito que a voz do Snake seja ridiculamente grave a niveis Batman do Christopher Nolan, de modo que não tem como não rir da paródia que vc está ouvindo. No entanto, as cenas conseguem emoções através de uma cinematografia e direção realmente excelentes que usam a linguagem corporal dos personagens para transmitir emoção, ultrapassando os limites das animações limitadas e dos dialogos toscos. É bem surreal que cenas tão bem dirigidas de um ponto de vista cinematográfico mesmo estejam em um jogo abarrotado de breguice.

Sério, especialmente para o PS1, essas cenas são muito bem dirigidas

De qualquer forma, a história de Metal Gear Solid nunca é chata. Ela pode ser confusa e as vezes ser engraçada por razões de vergonha alheia, mas chata ela nunca é. As cinemáticas de alta qualidade contribuem muito, mas não tem como tirar o quão criativa ela é. Kojima criou algo verdadeiramente único. Não existe história que combine espionagem, ação, ficção científica, temas sobrenaturais e políticos como Metal Gear, em qualquer meio, em qualquer midia. 

Mais do que um game designer, Hideo Kojima é um artista e como tal é difícil não apreciar o tempo e a criatividade que Kojima dedicou à elaboração desta história, desse mundo. Mesmo hoje existem poucas coisas que combinem tantos temas diferentes quanto Metal Gear Solid - talvez XENOGEARS, é esse o nível da ambição da história aqui.


Porém goste vc das cutscenes ou não, o que realmente se aplica no fim do dia é a regra de MGS: um erro para cada acerto, um acerto para cada erro. E por isso eu quero dizer que por mais que eu tenha gostado das ceninhas desse jogo, não tem como negar que eles falam muito! Sério, das seis horas que esse jogo dura, pelo menos METADE (e isso não é exagero) é assistindo cutscenes. Kojima é viciado em jogos que vc mais assiste do que joga - tanto que seus dois jogos anteriores são visual novels, SNATCHER e POLICENAUTS, mas aqui vc assiste a duração de dois filmes inteiro quando questionavelmente tinha conteúdo para apenas um.

Mesmo para quem tem paciencia com cutscenes e gosta da verborragia brega kojimesca como eu, uma hora fica cansativo. E se eu que sou o publico ideal do Kohima style cansa, imagina o cidadão normal que tem bem menos problemas psiquiatricos...

Enfim, acho que desde EARTHBOUND (uau, já são dois anos e meio) que eu não jogava um jogo que é ao mesmo tempo tão bom e tão ruim. Metal Gear Solid é verdadeiramente excepcional em muitos aspectos, mas então existem muitas falhas e decisões de design estranhas que são difíceis de ignorar (tipo o jogo te fazer backtracking para o começo do jogo DUAS vezes)

No geral, ainda sim eu diria que MGS é uma experiencia única demais para ser ignorado em razão dos seus problemas. Ter que lidar que controles supersensiveis e imprecisos é um preço aceitável a se pagar pelas batalhas de chefe únicas (seria melhor não te-los, mas é o que a casa oferece). Ter que lidar com dialogos constrangedores e bregas com plot twists e traições exageradas é um preço aceitável a se pagar por uma história interessante e ambiciosa como essa (e eu não diria que seria melhor não te-los, mas então eu sou apaixonado por um "tão ruim que é bom"). Eu gosto da mecanica de furtividade, mas gosto menos que ela não faz a menor diferença no jogo já que as sessões fora das lutas de chefes e cutscenes são tão curtas. E por aí vai.

Pra encerrar, eu acho que poucas coisas definem melhor o que Metal Gear Solid é do que o resumo das suas avaliações no gamefaqs:


Quem está certo? Quem deu nota 10 ou quem deu nota 3/4? Bem, acredite ou não, ambos. Como o Skill Up resumiu tão bem a respeito de Death Stranding (outro jogo do Kojima, que viria a ser lançado em 2019), "esse jogo não é para todo mundo, mas definitivamente é para mim". Metal Gear Solid é isso.

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