Hoje vamos falar de uma das mais iconicas e representativas franquias da história dos videogames! Sim, hoje é o dia, a hora, o local e a razão de falar da lendária série BEMANI!
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Que reação é essa, Jorge, não está animado de falarmos de um jogo Bemani?
EU NÃO SEI EM QUE MUNDO VOCÊ VIVE, MAS EU LITERALMENTE NUNCA OUVI ESSE NOME ANTES
Hã, bem, suponho que eu precise começar do começo então, né?
A série Bemani é uma sequencia de jogos musicais da Konami que começou com BEATMANIA - daí o nome da franquia, "BEatMANIa", japoneses adoram essas abreviações. Esses jogos foram a resposta da empresa à então crescente onda de jogos de música interativos no final dos anos 90 que tomaram os fliperamas japoneses de assalto. Lembra quando a Konami fazia coisas para os fliperamas que não eram máquinas de pachinko? Pois é, 3000 anos atrás isso acontecia.
De todo modo, a ideia era simples, mas genial: criar jogos de ritmo musical que simulassem tocar instrumentos ou mixar músicas, sendo que o diferencial entre eles é que cada um se focaria em deixar você brincar com um tipo de controle especializados como mesinhas de DJ no caso de BEATMANIA, tapetes de dança no caso de DANCE DANCE REVOLUTION e, no caso do GuitarFreaks, uma guitarrinha de plástico.
Lembre-se que no Japão, fliperamas eram (e ainda são, na verdade), imensamente populares e os jogos Bemani reinavam supremos. Pessoas se reuniam para competir, mostrar suas habilidades e até mesmo para dançar em público (coisas que só DANCE DANCE REVOLUTION consegue tirar de um japonês).
E tendo a série conquistado o coração dos japoneses e se tornado um fenômeno cultural, era apenas questão de tempo até o próprio Guitar Freaks receber um port doméstico. E hey, se DANCE DANCE REVOLUTION foi um bom port com dezenas de músicas boladonas e até algumas famosas, porque Guitar Freaks não poderia fazer o mesmo com sua guitarrinha de plástico nos lares de meninos e meninas de toda nação?
A versão de PS1 de GuitarFreaks é basicamente uma cópia do jogo de arcade, vendido com uma guitarra de plástico de 3 botões, que é, sem dúvida, a estrela do show. A jogabilidade é simples: notas descem pela tela, e você precisa segurar o botão correspondente no braço da guitarra... hã, bate a palheta? Tem um nome pra isso? Qualé gente, música não é meu forte, eu não posso também saber tudo sobre todas as coisas!
Mas enfim, o objetivo é acertar o máximo de notas possível e marcar pontos. E o que eu posso dizer é que a guitarra de plástico é, sem dúvida, a parte mais divertida do jogo. Segurar aquela coisinha e fingir que você é um rockstar é incrivelmente satisfatório, mesmo que você esteja só apertando três botões. Além disso, o jogo faz parte do ecossistema Bemani, o que significa que ele foi projetado para ser expandido com atualizações e novas músicas em jogos futuros. É a Konami dizendo: "Ei, compre isso agora, e prometemos que vai ficar melhor depois!"... porque é claro que a Konami moderna já estava lá desde o começo, apenas tentava disfarçar melhor nessa época.
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A weapon to surpass METAL GEAR? |
Isso me leva ao maior problema do jogo: ele é... bem, curto. Tipo, muito curto. Curto no sentido que em DEZ MINUTOS você já viu tudo que o jogo tinha a oferecer, e a seleção de músicas nem é tão incrível assim. Comparado com DANCE DANCE REVOLUTION, que tinha uma trilha sonora que grudava na sua cabeça por dias, GuitarFreaks parece meio sem sal. A jogabilidade, embora seja divertida, é limitada ao que se pode tirar de DEZ MINUTOS de musicas. Quero dizer, a guitarra de 3 botões é legal, mas falta uma coisinha em um jogo de ritmo musical chamado... TER MAIS MÚSICAS.
Pense nesse jogo mais como uma demo que vinha quando você comprava o acessório guitarrinha. Quer mais músicas pra tocar? Compre separadamente. Because Konami, that's why.
Agora imagine, apenas imagine, que eu ao invés de ter apenas DEZ MINUTOS de música, a Konami não tentasse ser a mais mão de vaca possível e tivesse se dado ao trabalho de licenciar não apenas umas trinta músicas, mas umas 30 músicas famosas que todo mundo conhecia, o quão popular esse jogo teria sido! Oh, não, espere, não precisa imaginar, porque foi exatamente isso que a Harmonix fez em 2005 e essa é a exata razão pela qual todo mundo e a mãe de todo mundo conheceu a febre GUITAR HERO, mas ninguém nunca ouviu falar do jogo que fazia essencialmente a mesma coisa só que SEIS ANOS antes.
Mas enfim, GuitarFreaks para o PS1 é um daqueles jogos que você aprecia mais pelo que ele representa historicamente do que pelo que ele realmente é. Ele não tem a profundidade, o polimento ou as músicas memoráveis de outros jogos de ritmo, mas é um marco importante na evolução do gênero já que a ideia da sua guitarra de plástico foi exatamente a mesma que tomaria o mundo de assalto alguns anos depois.
Para entusiastas de jogos de ritmo, vale a pena dar uma olhada, nem que seja só para segurar aquela guitarra de plástico e sentir como a história começou, agora se o usuário comum sente que realmente precisa jogar um jogo de ritmo músical no PS1, eu verdadeiramente recomendo que fique com o tapetinho de DANCE DANCE REVOLUTION até Guitar Hero chegar.
Quem diria que a forma mais eficiente de fazer dinheiro é pensar no longo prazo e não tentar arrancar cada centavo do consumidor como se estivesse morrendo de fome, né não, Konami?
MATÉRIA NA SUPER GAME POWER