Ranma 1/2 é um manga (posteriormente portado como anime) bastante... peculiar. Conta a história de um jovem mancebo chamado Ranma que durante uma viagem de treinamento em artes marciais caiu em uma fonte amaldiçoada da garota afogada e agora se transforma em uma novinha toda vez que é molhado com água gelada.
Na verdade parece que as fontes amaldiçoadas estavam em liquidação, porque ao longo da sua jornada para tentar encontrar uma cura para sua maldição de ter magumbos Ranma encontra vários personagens que tem seus próprios tipos de maldição ativadas por água gelada: seu pai vira um panda, seu melhor amigo/rival vira um porquinho e (uma das) sua noiva arranjada Shampoo vira uma gata.
O anime é um hibrido de anime do começo dos anos 90 harém com battle shonen, com todos os clichés que você pode esperar de ambos (de torneios de luta a episódios em fontes termais), mas com o diferencial de que o manga foi escrito por uma mulher e Rumiko Takahashi tem alguns insights muito inteligentes sobre como explorar a formula. O humor lembra bastante o nonsense do Dragon Ball original, mas com mais tetas de fora.
Isso sendo dito, é claro que uma franquia tão grande (o anime tem quase 150 episódios) eventualmente faria seu debut nos videojogos, e naturalmente seria um jogo de luta. O que mais poderia ser, não?
Bem, a coisa é que no começo de 1992 (ou seja, numa época pré-Street Fighter 2) ninguém tinha muita ideia de como fazer um jogo de luta e isso transparece muito. Os controles são duros, os golpes especiais simplistas, nenhuma das transformações dos personagens entra no jogo e o modo história só pode ser jogado com o personagem titulo (em sua forma masculina, é preciso um truque para jogar como menina).
Não é um jogo terrivelmente ruim, é mais esquecível do que irritante. Claramente é a primeira tentativa no genero. Ora, enquanto é verdade que todo mundo tem que começar de algum lugar, quando o jogo foi adaptado para o ocidente a distribuidora Irem achou que precisava começar em um lugar muito, muito diferente...