terça-feira, 3 de maio de 2022

[#874][ARC/NEO] REAL BOUT FATAL FURY [Janeiro de 1996]

Taqueopareo, essa capa é muito estilosa, isso precisa ser dito

Quando eu comecei esse projeto, obviamente que eu sabia que os jogos de luta eram bastante populares nos anos 90 - eu estive lá, afinal. Porém o que eu realmente não imaginava era o quanto: esse é o centésimo jogo de luta analisado nesse blog.

Uau, cem jogos de biff soc pow, é o segundo genero mais popular desse blog - atrás apenas dos jogos de plataforma, sendo que na geração que está começando agora as plataformas vão definhando enquanto os jogos de luta não vão a lugar nenhum tão cedo. Serão capazes de ultrapassar? Apenas o tempo dirá...

Essa propaganda era muito comum nas revistas da época, e como eu disse sempre achei ela muito estilosa

De qualquer maneira, é bastante fortuíto que centésimo jogo de luta desse blog seja justamente de um dos pilares dessa indústria vital: a SNK, grande rival da Capcom nesse filão.

 Só que enquanto a SNK e a Capcom eram inimigas ferrenhas disputando cada ficha dos jogadores a tapa, não quer dizer que elas também não aprendessem uma com a outra. Por exemplo, quando a Capcom lançou o patch de update semestral de Street Fighter como um jogo com gráficos completamente renovados, se passando em outra época da história daquele universo e uma jogabilidade mais leve (vulgo TREET FIGHTER ALPHA: Warrior's Dream), a reação da SNK foi basicamente essa:


 Então a SNK decidiu que faria o seu Street Fighter Zero só que com prostitutas e black jack, e assim nasceu a subsérie “Real Bout” de Fatal Fury. Mas... o que é “Real Bout”? Quero dizer, o que diabos esssa expressão significa? Eu nunca soube isso ou ouvi essa palavra usada em outro lugar que não nesses jogos de luta


 Uau, eu realmente aprendi algo novo aqui. Então, eu dizia de que a versão “luta de verdade” é meio que o Street Fighter Zero de Fatal Fury, só que enquanto o spin-off da Capcom se passa anos antes com todos os lutadores ainda novinhos (incluindo o Ken cabeludo adolescente fiu-fiu), o spin-off da SNK se passa em uma timeline diferente.

 Isso porque a coisa da série Fatal Fury é o que giga vilão maligno do mal que odeia o bem, Geese Howard, é o kingpin de South Town e entre um torneio de luta e outro que ele organiza (que se chama “The King of Fighters”), pq todo vilão de videogame é contratualmente obrigado a organizar um torneio, ele procura três pergaminhos lendários que o darão vida eterna.

Na série oficial de Fatal Fury, os irmãos Bogard encheram o cara de porrada (mais de uma vez) e impediram que ele reunisse os pergaminhos da imortalidade. “Real Bout” é um what if, de uma timeline onde Geese conseguiu o que queria, reuniu os pergaminhos e agora é imortal para sair dando pingoladas imortais em todo mundo por aí.

 Alias eu gosto muito da campanha de marketing desse jogo (apareceu em contracapas de revistas por muito tempo) que coloca o Geese como godfather da Mafia. Pq se tem algo que aprendemos com Jojo’s Golden Wind, é que mesmo que você seja um vilão invencível ainda vale a pena ser o chefão da mafia apenas pq é estiloso.


Bem, isso aconteceu e Geese decidiu que a melhor forma de mostrar que ele era o pirocudo da porra toda era... fazer um novo torneio de luta, obviamente. Então aqui estamos, novo torneio, nova timeline... mas é um novo jogo?

 Hã, essencialmente não. O jogo é um update de Fatal Fury 3, e como tal poucas coisas mudaram além do básico (resposta dos controles, quadros de animação, etc).


As duas pelas quais esse jogo é mais conhecido é que os controles mudaram em relação aos jogos anteriores de Fatal Fury. Agora, em vez de quatro botões de ataque, existem apenas três: Soco, Chute e um "Ataque Forte", que é um chute mais forte ou um ataque de soco (depende do personagem). O que é meio o que a SNK está fazendo com todos seus jogos de luta a esse ponto, mudar de 4 botões para 3 botões para tornar os arcades mais baratos e jogo mais acessível a iniciantes.

 A outra grande novidade dessa versão é que o jogo agora apresenta estágios com ring outs, uma moda que veio dos jogos de luta 3D como Virtua Fighter ou Toshinden. Na lateral da fase existem barreiras quebraveis, o jogador pode quebrar essa barreira com um ataque e depois disso dá para cair para fora do ringue - o que termina o round imediatamente.

Bem, o jogo é conhecido por essas duas coisas... e os tempos de loadings monstruosos no Neo Geo CD

No geral, Real Bout Fatal Fury é um dos Fatal Fury mais bonitos até hoje: os sprites dos personagens são grandes, coloridos e decentemente animados. Os backgrounds desenhados à mão também são muito bons. Pessoalmente eu não sou muito fã da arte de Fatal Fury, acho o estilo de arte meio dura, mas dentro do estilo de Fatal Fury não fica muito melhor que isso.

Teve um upgrade notável nos controles e nos combos, assim como nos gráficos, mas fora isso é essencialmente um patch de update de Fatal Fury 3. O sistema de ring out é curioso para um jogo 2D, mas é muito facilmente exploravel por um jogador mais experiente - tanto que acabou sendo eventualmente abandonado.


Eeee... é isso, basicamente. Eu queria ter mais o que dizer para celebrar o centésimo jogo de luta desse blog, mas a verdade é que é isso que o jogo me deu para trabalhar.

MATÉRIA NA AÇÃO GAMES
Edição 110 (Dezembro de 1996)

Edição 115 (Maio de 1997)

MATÉRIA NA SUPER GAME POWER
Edição 024 (Março de 1996)

Edição 032 (Novembro de 1996)


Edição 033 (Dezembro de 1996)


MATÉRIA GAMERS
Edição 008 (Abril de 1996)

Edição 013 (Dezembro de 1996)


Edição 017 (Abril de 1997)