terça-feira, 22 de setembro de 2020

[AÇÃO GAMES 058] X-KALIBER 2097 (ou Sword Maniac, no Japão)[#499]



 O ano é 2097 e a civilização como a conhecemos não existe mais. Não existem mais empregos, não existe mais comércio, não existe mais entretenimento, tudo que existe são ruas de medo controladas por forças milicianas. Ou seja, esse jogo se passa no Rio de Janeiro em 2020.


De qualquer forma, as ruas são controladas por um mercador da morte chamado Jair Donald III, mais conhecido com o Raptor - um homem que só liga para duas coisas realmente: poder, e ficar parado no meio de maquetes para se sentir o Godzilla.

Sob seu comando, Raptor soltou um exército de ciborgues mutantes conhecidos como Morphs por motivo nenhum que mostrar que é ele quem manda nessa porra. Seus avôs teriam ficado orgulhosos.

Raptor pode mandar e desmandar na cidade como bem deseja, pois ele tem a policia ou no seu bolso, ou com medo dele. Apenas dois agentes da lei incorruptíveis e initimidáveis estão fora de suas garras: um agente chamado Slash e sua parceira Alix.

Você pode se perguntar porque Raptor simplesmente não se inspira no governo chinês e faz esses dois policiais apenas nunca terem oficialmente existido, mas isso é porque tal tarefa é mais fácil falar do que fazer: Slash tem uma espada mágica.


ESPERA, O QUE?

Sim, uma espada mágica. Mais precisamente, a X-Kaliber porque ele acho que Excalibur seria um nome muito brega.

ESPADA MÁGICA. NESSE CENÁRIO DISTÓPICO FUTURISTA. DO NADA, ASSIM?

É, assim. Ele apenas tem uma espada mágica e nós jamais responderemos de onde ela veio - se bem que esse é um jogo de ação dos anos 90, para ser honesto nós não responderemos meio que nada na verdade. Então, resumo da história, Slash tem uma espada mágica e por isso Raptor não pode com ele.

E A ALIX?

Que tem?

ELA TEM UMA ESPADA MÁGICA TAMBÉM?

O que? Não, claro que não! Isso seria rídiculo, DUAS espadas mágicas em 2097! Não seja absurdo!

ENTÃO O QUE IMPEDE O RAPTOR DE PEGAR A ALIX SE ELA NÃO TEM UMA ESPADA MÁGICA?

Hã... ele não tinha pensado nisso ainda? Oh fuck...


Bem, essa é a história de X-Kaliber 2097 - o jogo com nome mais anos 90 de todos os tempos. Para ser mais anos noventa que isso, acho que você teria nomear seu jogo com algo como "ANGEL OF DARKNESS KILLER FROM H311", ou algo assim.

Enfim, esse nome noventístico é a primeira coisa que você nota a respeito desse jogo. A segunda é a capa americana dele, dê uma boa olhada nela e então me responda: de que genero você acha que é esse jogo?


Sério, essa capa não me diz nada sobre ele! Com uma ilustração genérica dessas esse jogo pode ser qualquer coisa desde, sei lá, um jogo de navezinha até um tipo de Sim City 2097. Talvez seja um jogo sobre um cyberesporte futurista, não tem como saber com uma ilustração genérica dessas!

E o que diabos é "morph-shredding moves in cutting edge grooves"?!? Eu sei que são sons que soam bastante noventísticos, mas essas palavras juntas não significam nada! Uau, o Blast Processing realmente marcou uma era, não?

Falando em era, outra coisa muito noventística desse jogo é que ele tem a trilha sonora composta por uma banda de verdade - a Psykosonik, uma banda indie que era sensação nas baladas de música eletronica de 93 (a banda teve quatro singles de sucesso no Top 40 da Billboard na parada de músicas do Dance Club). Curiosamente, essa não foi a única iteração da Psykosonik: eles também assinaram músicas para o hediondo, pavoroso, destruidor da fábrica de realidade de tão ruim, segundo filme de Mortal Kombat: Anihilation.

Isso não é um cosplay zoado, ESSE é o Sub-Zero de um filme que custou 30 milhões de dolares

Esses caras definitivamente precisam de um empresário melhor... ainda sim, a trilha sonora é composta por um tuntz tuntz bastante competente. Para o que o SNES é capaz de fazer, é o mais perto de estar na sua própria baladinha.

Mas bem, você meu ligadaço leitor já deve ter percebido que eu já falei da história, da capa, da trilha sonora... mas e do jogo? Ora, a resposta é muito simples: eu não falei do jogo porque eu estou enrolando. Mais precisamente, porque não tem muito o que falar do jogo em si.

X-Kaliber é um dos jogos mais básicos que eu já vi na minha vida, e definitivamente o mais básico que eu joguei dessa leva de 94. Quer dizer, seu personagem anda em linha reta, pula, dá espadada e... é isso. Não tem muito mais que isso realmente, o jogo é tão básico quanto os primeiros jogos de Master System.


Para não dizer que o jogo não faz NADA de diferente, você tem um "ataque especial" que é um corte de ar... o que é um dos piores golpes da história dos videogames porque todos os inimigos defendem, e nas raras vezes que acerta ele não causa mais dano que um ataque normal. E depois de usar seu personagem fica vulnerável durante alguns segundos because foda-se você.


Então tudo que você faz é avançar e dá espadadas, o que ainda seria ok se isso fosse divertido... o que não é o caso porque os inimigos frequentemente defendem seus ataques, então você tem que ficar parando e batendo em vão até eles decidirem abrir a guarda.

A única coisa mais irritante que os inimigos são os chefes: eles são a pior parte do jogo. Não tem um padrão de ataque, defendem ate os seus pensamentos e apenas ficam defendendo até o tempo acabar. Eu nunca vi um chefe de videogame que tenta te vencer por tempo, é inacreditável uma coisa dessas isso...


E o que é uma pena, porque o visual dos chefes é bem legal - especialmente as cutscenes dos chefes são bem desenhadas;

Enfim, é um jogo inacreditavelmente simplório, um level design nível estilo começo da vida do Master System, e um sistema de combate simples que nem isso faz espetacularmente. Esse é um daqueles jogos que eu vi várias vezes na locadora quando criança e nunca me animei em aluga-lo. O que acabou se provando uma decisão acertada.

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Edição 058


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