domingo, 27 de setembro de 2020

[AÇÃO GAMES 044] CHUCK ROCK II: Son of Chuck (Mega Drive e Sega CD, 1993) [#505]




Com poucas exceções, as continuações de filmes são conhecidas por serem inferiores aos originais. Músicos famosos costumam falar sobre a luta para alcançar uma boa recepção com seu segundo álbum depois do sucesso do primeiro. No entanto, videogames parecem ser a exceção a regra. 


A capa europeia do jogo, disputando taco a taco qual a mais horrível. Taco, entendeu? Hã? Hã?
Normalmente, o jogo de estréia de uma série é mais um ponto de partida em que os jogos subsequentes se baseiam do que uma obra-prima atemporal em si. À medida que a tecnologia avança e os desenvolvedores se acostumam a usá-la, a qualidade dos jogos aumenta. Ao criar uma sequencia de um jogo popular, muitas vezes a mecânica do prequel é refinada e aprimorada. O tempo de desenvolvimento é gasto na otimização do que veio antes, em vez de começar do zero. O desenvolvedor também tem a vantagem de saber o que o público e os críticos gostaram em um jogo anterior; quais coisas no jogo funcionaram e quais frustraram. Uma continuação, portanto, tende a ressaltar os pontos fortes da prequel e fazendo dele , pelo menos em teoria, um jogo melhor.

E por fim a capa japonesa do jogo. Como de costume, a menos pavorosa das três

Só que para que uma sequência exista, é claro, o que foi feito antes deve ter tido algum sucesso; seja de crítica ou comercialmente. Poucas publishers estão dispostas a financiar a continuação de uma série que ninguém gostou ou comprou. É por isso que é surpreendente ver que uma sequência de 'Chuck Rock' exista. 



A revista "The One", especializada em Amiga (porque alguém se condenaria a isso é algo que eu jamais saberei explicar) afirmou que a programa da sequência começou no final de 91, antes mesmo que o primeiro "Chuck Rock" fosse concluído. Embora o primeiro jogo não tenha sido o pior jogo de Amiga jamais feito, também não foi muito bom. Ou sequer bom. Embora apresentasse alguns puzzles baseados em pedras interessantes, a novidade disso cansava rapidamente quando era repetidos sem parar. É difícil ignorar a mediocridade do jogo ou perdoar sua misoginia subjacente. 

Bem, não que os meus sentimentos em relação ao primeiro jogo (nascidos mais de vinte e cinco anos após o lançamento dele) não foram compartilhados pelos clientes no momento. Claramente, pessoas o suficiente compraram o primeiro jogo para garantir que sua sequência pré-planejada fosse adiante.

No primeiro jogo, o homem das cavernas Chuck salva sua esposa Ophelia do vilão Gary Gritter. Você deve se lembrar que a versão sem censura do final mostra Ofélia prometendo noites de paixão para agradecer ao heróico marido. 



Claramente, ela foi fiel à sua palavra, já que agora eles têm um bebê; o protagonista desse jogo chuck Jr. Já o herói do jogo anterior, Chuck Sr. tornou-se empreendedor e os clientes estão fazendo fila para comprar os carros de pedra que incrivelmente constrói batendo em pedras com porretes. 

Invejando o sucesso que ele está desfrutando com a Chuck's Motors, a empresa rival DatStone sequestra Chuck. O proprietário desta empresa rival, Brick Jagger, só liberará Chuck se a propriedade ações da empresa for passada para ele.


Abertura exclusiva do Sega CD

Felizmente, o gene heróico obviamente está presente na família, então Chuck Jr. decide salvar seu pai. Assim começa uma aventura que leva o jogador a vários níveis cheios de plataformas, repletos de dinossauros e trocadilhos com pedras francamente terríveis.

Já que ele é um bebê, Chuck Jr. não é forte o suficiente para carregar pedras como no jogo do pai, mas ele carrega um porrete que é basicamente usado da mesma maneira. Não apenas mata inimigos, mas também é usado para mover rochas a uma curta distância e limpar o cenário; permitindo a progressão através do jogo.



Basicamente parece com o primeiro "Chuck Rock", e isso não é uma coisa necessariamente boa. Ou boa at all.

Simples e direto, o jogo usa um esquema de 3 botões. O botão C pula, o botão B faz o pequeno Junior atacar com seu porrete e o botão A faz Junior colocar seu taco no chão e equilibrar-se sobre ele para... bem, eu não sei. Existem momentos muito pontuais no qual isso é útil, mas são tão poucos que é dificil entender porque se deram ao trabalho de programar isso em primeiro lugar.



Com esse comando ele pode subir em cima do seu porrete para subir em cima de animais para usar como montaria. Porque você não pode apenas pular nas montarias é um mistério para mim.  

Falando em porrete, alguns níveis são desnecessariamente difíceis devido ao alto volume de inimigos que constantemente o atacam do nada. Junior simplesmente não consegue balançar seu porrete rápido o suficiente, então ele pode derrotar o primeiro inimigo de uma fila de inimigos, mas o segundo atrás dele sempre te atinge. 

Em Son of Chuck, parece haver menos ênfase nos puzzles e mais nas plataformas tradicionais. Ninguém está reclamando disso, os puzzles do primeiro jogo eram bem bosta de qualquer jeito, mas os quebra-cabeças adicionavam certa variedade a jogo que de outra forma é bem genérico. 



Chuck Rock era um jogo de genérico para ruim, sem entrar na questão do mau gosto, enquanto Chuck Rock 2 é... um jogo genérico para ruim, só que mais rápido, com gráficos melhores (em relação ao primeiro, para 1993 pareciam bem lavados) e músicas marginalmente melhores. Não faz o suficiente. 

Como Chuck Rock 3 nunca existiu, suponho que mesmo os fãs de Amiga concordam. E olha que eles não tinham opção muito melhor que isso...

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