terça-feira, 2 de agosto de 2022

[#937][Mai/96] DRAGON BALL Z: Idainaru Dragon Ball Densetsu

Jogos de luta são conhecidos por muitas coisas, mas definitivamente não pela inovação. Quer dizer, vc tem que meter a porrada no coleguinha em lutas 1x1, o quanto vc pode realmente variar isso? Certo que a forma que a porrada é entregue (os ataques especiais e as caralha tudo) podem variar, mas meio que vai até aí só.

... ou seria, não fosse que de vez em muito, quando as estrelas estão certas temos um jogo de luta que tenta algo realmente diferente. Não necessariamente bom, mas diferente. No caso, me vem a mente jogos como BASTARD: Ankoku no Hakai-Shin ou YU YU HAKUSHO: Tokubetsu Hen. Hã, parece que é uma coisa de jogos de luta de anime, mas é o que a casa oferece.


Então como a coisa acontece aqui? Bem, esse é um jogo de luta que pra começar tem movimentos diferentes: apertando pra cima você e aproxima do oponente, apertando para baixo você se afasta. Isso parece meio contraintuitivo (ao invés de apertar direita e esquerda pra se aproximar ou afastar), mas meio que faz um pouco de sentido dado que como é Dragon Ball Z todo mundo tá voando pra todo lado o tempo todo.

Entretanto não é isso realmente que faz o jogo ser diferentão e sim em como as lutas funcionam: ao invés de barras de energia para cada personagem, existe apenas uma única barra de energia (o "Power Balance" na tela) que funciona como um cabo de guerra: as porradas puxam a barra pra lá ou pra cá, e se um lado encher a barra venceu o "round" e finaliza com um ataque especial.

Os direcionais para esquerda e para direita são usados não para se mover e sim dar os ataques especiais. Tipo fazer o comando da meia lua do hadouken e faz o Goku teleportar e meter a porrada, clássic DBZ stuff.

Isso por si só já faria o jogo ser diferentão... mas ainda tem mais coisa. No começo de cada luta você escolhe o time que vai lutar, podendo ter até 3 membros na sua equipe (você controla 1 e os outros 2 lutam por conta própria). Tipo a primeira luta é contra o Nappa, e as opções que você tem são Goku, Gohan, Picollo e Kuririn.


Você pode montar o time que quiser, como em um tipo de prototipo da série Marvel Vs, MAAAAAS tem uma pegadinha aqui: fazer as lutas fieis a série desbloqueia golpes finais, personagens e até mesmo lutas diferentes.

Por exemplo, na luta contra o Nappa para atingir o 100% de fidelidade vc deve perder com o Picollo

Por exemplo, na luta contra o Freeza você tem uma caralhada de personagens para montar o seu time - mas você colocar Kuririn, Picollo e Gohan e perder a luta controlando o Kuririn ele morre mas desbloqueia o Goku Super Sayajin nessa luta. Você não é obrigado a fazer isso, se vc quiser vencer o Freeza usando o Vegetta vc pode, mas eu considero que a graça do jogo é tentar desbloquear as coisas opcionais do jogo.

Tipo na luta contra as Forças Especiais Giniyu o time do adversário fica trocando de lutadores durante a luta, mas se você acompanhar e fizer as mesmas combinações de lutas que aconteceram no anime isso triggueia a troca de corpos como no anim e vc luta controlando os corpos do inimigo.

Depois de cada luta o jogo mostra um percentual de fidelidade da luta, e se você terminar o jogo com 100% de fidelidade desbloqueia várias ilustrações retiradas diretamente dos mangas originais de Akira Toryama e o tema de abertura da saga do Majin Boo.

Esse ataque especial do Gotenks, por exemplo, só é triggeado nas condições certas

Esse jogo do Dragon Ball, no fim das contas, lembra bastante o jogo de MOBILE SUIT GUNDAM: é um jogo ultra simples, mas o ponto dele é mais ser um item de colecionador para os fãs se divertirem fazendo coisas de fãs do que ser um jogo bom enquanto jogo per se. O objetivo do jogo não é esse, então não faz realmente muito sentido julgar o jogo por isso. E ao que se propoe a fazer o jogo funciona, que é os fãs tentarem fazer 100% de fidelidade e desbloquear todos os gimmicks secretos.

Vale pela curiosidade, e definitivamente é mais interessante que o bilionésimo nono jogo genérico de luta.

MATÉRIA NA SUPER GAME POWER
Edição 025 (Abril de 1996)


Edição 029 (Agosto de 1996)