sexta-feira, 5 de agosto de 2022

[#940][#941] MICROSOFT RETURN OF ARCADE e NAMCO MUSEUM VOL. 1


Talvez seja uma grande coincidencia, talvez seja uma teoria da conspiração regida pelos homens-lagarto thessalianos que levarão ao fim da vida como a conhecemos (peguem uma senha, bros, a lista de espera de candidatos para isso é longa), talvez seja uma daquelas modinhas que "vc tinha que estar lá para entender", eu não sei. O que eu sei é que em setembro de 1996 duas empresas tiveram a mesma ideia de lançar uma coleção de joguinhos MUITO antigos de Arcade: a Namco e a Microsoft.

Eu não sou o maior fã do mundo de cobrar preço cheio por algo que em 1996 já era apenas uma coleção de minigames que vc joga em 5 mminutos, mas hey, parece que tinha um publico pra isso já que essa é a segunda coleção de minigames que a Microsoft estava lançando (a primeira se chamava apenas "Microsoft Arcade", por isso essa é o "Return of Arcade"), então o que eu sei realmente?

Seja como for, como eu não estou afim de fazer uma introdução pra duas coisas que são essencialmente a mesma eu juntei as duas coletaneas em um post só pq o que importa aqui são os joguinhos... que alias se repetem nos dois pacotes just because. Isso sendo dito, vamos aos trabalhos então!

PAC-MAN
(Tem no "Return of Arcade" e no "Namco Museu Vol. 1")


Durante muitos e muitos anos, as aventuras do "Comilão" (como foi dublado no desenho no Brasil) foi sinonimo dos próprios videogames. Hoje a maioria dos jovens ultradinamicos provavelmente nunca jogou esse jogo, mas ainda sim fazem uma ideia sobre o que se trata. 

Bem, a boa notícia pra mim é que eu já escrevi um post bastante interessante contando a história de Pac-Man, o fenomeno cultural e o que ele representou para os videogames e eu tenho que dizer sem falsa modéstia que ficou bastante legal - especialmente para um post de dois anos atrás, eu tendo a não gostar muito dos meus posts antigos mas esse eu dei uma olhada e tá bom.

Então para maiores informações sobre Pac-Man, eu recomendo ver o post sobre MS. PAC-MAN.

POLE POSITION
(Tem no "Return of Arcade" e no "Namco Museu Vol. 1")


Em 1982, Pole Position era um arcade como nunca havia sido visto antes. Embora já existiam joguinhos de corrida, Pole Position era um coisa de outro mundo: mais do que um arcade, era uma cabine pra vc sentar com volante e pedais.

Isso pode não parecer coisa de outro mundo hoje, mas o que você tem que entender é que não existia nada do tipo até então. Nada de ficar de pé e apertar botões no joystick, vc realmente estava dirigindo um carro! Bem... dentro do que era possível com a tecnologia da época, mas ainda sim uou, era definitivamente uma porra e tanto!


Adicionalmente, seus gráficos eram diferentes de tudo visto antes com uma visão de terceira pessoa que até então era única. Os joguinhos de corrida tinha, no máximo, uma visão de cima pq era mais fácil de fazer os desenhinhos. Essa coisa de fazer um jogo com visão de trás era uma tecnologia completamente nova - e que que é como os jogos de corrida são feitos até hoje, alias. .

Verdade que hoje o jogo não envelheceu muito bem, onde o menor movimento errado em questão de pixels resulta em uma colisão com um carro ou um outdoor. É um jogo punitivo, implacável em sua exigência de perfeição por parte do piloto e o desafio aumenta ainda mais com uma corrida de quatro voltas completa com armadilhas na pista (derramamentos de óleo e água), juntamente com pilotos adversários que vc não pode tocar e um relógio inclemente correndo.

Mas o que realmente importa é que Pole Position moldou os jogos de corrida e os próprios arcades até os dias de hoje, um jogo de importancia histórica inenarravel.

GALAXIAN (1979)
(Tem no "Return of Arcade")



Imagine a cena: o ano é 1979 e você entra em um fliperama escuro, enfumaçado e barulhento em qualquer cidadezinha à beira-mar para onde seus pais o levavam nas férias de verão (para mim foi Tramandaí em 1988).

Entre as garras mecânicas, mesas de pinball e arcades das mais diferentes cores e sabores, uma máquina se destaca. A primeira vista, Galaxian pode ser dispensado como apenas um clone de Space Invaders... só que tem uma pegadinha aqui: diferenças gráficas à parte, Galaxian tem um comportamento da IA inesperado já que os inimigos quebram a formação para te atacar. 

Não muito tempo depois essa programação de inimigos com IA diferente foi utilizada no megaboguico sucesso de Pac-Man - e de certa forma é até hoje - mas Galaxian foi o primeiro a brincar com essa tecnologia de não saber o que esperar dos inimigos.

DIG DUG
(Tem no "Return of Arcade")


Os anos 80 foram estranhos e os videogames mais ainda, mas poucas coisas serão mais estranhas na combinação games+anos 80 do que Dig Dug. Pq? Bem, esse é um arcade bastante simples que vc precisa eliminar todos os inimigos na tela - o que não é estranho, é apenas como as coisas eram.

A parte estranha é em COMO você faz isso: nosso herói simplesmente enfia uma bomba de ar na boca dos inimigos e bombeia ar até eles explodirem como balões. Uau cara, eu entendi que vc quer matar esses bichos, mas isso são níveis Garth Ennis de ultraviolencia.


Em adição a isso, a movimentação pela tela de cavar tuneis e andar pelas paredes dos tuneis que você cavou era algo completamente inovador, e com um toque especial de que os objetos no cenário obedecem a gravidade - então vc pode fazer coisas como cavar por debaixo de uma pedra para ela esmagar os inimigos. Eu definitivamente gosto de como esse jogo pensa, tenho que te dizer isso.

RALLY-X e NEW RALLY-X
(Tem no "Namco Museu Vol. 1")


Vc não pode pensar em arcades dos anos 80 sem necessariamente pensar em Rally-X, isso é um fato da vida. Mas não porque esse jogo é historicamente relevante, ou porque ele é incrivelmente bom, nada disso. Não, não. Rally-X está marcado a ferro e fogo na história dos videogames simplesmente porque essa porra brotava em tudo que é lugar! 

Não tinha um, mas eu te digo UM boteco que não tivesse esse arcade do carrinho de F1. Pq isso? Jamais saberemos, mas meu palpite é que a Namco tinha um esquema de lavagem de dinheiro. Isso porque se havia outra característica desse jogo é que suas máquinas estavam sempre desocupadas, então pq havia tantos e tantos desse jogo se ninguém jogava isso?


Seja como for, Rally-X ou sua continuação (que é só um DLC com novos mapas) é essencialmente um clone de Pac-Man com o diferencial que vc pode gastar sua barra de tempo para soltar fumacinha que vai deter os inimigos por alguns segundos. Então imagine um Pac-Man com um limite de tempo ferrado, controles levemente piores e vc vai ter essencialmente Rally-X.

De qualquer forma, New Rally-X não é um jogo ruim - apenas não é algo que te mantem entretido por mais do que algumas rodadas antes de você se cansar de dirigir um pequeno carro em um labirinto de cima para baixo e coletar 10 bandeiras antes que seu combustível acabe. Se tivesse que escolher, eu prefiro fugir dos fantasmas de Pac-Man ao limite de tempo filho da puta desse jogo em qualquer dia da semana.

Mas hey, pelo menos o jogo ter sido incluído na coleção resolveu um grande mistério da minha infancia já que eu finalmente descobri qual é o nome desse jogo depois de quase 35 anos. Rally-X não precisará mais ser chamado de "aquele fliperama da baratinha de F1 que solta fumaça", embora seja mais charmoso desse jeito.

GALAGA (1981)
(Tem no "Namco Museum Vol.1")


Se você acha que foi a Capcom que inventou isso de "relançar o mesmo jogo anualmente só com um patch novo", oh minha doce criança do verão... lançado dois anos depois, Galaga é o "patch de update" de Galaxian, que por sua vez já era construído sobre Space Invaders.

O que não que dizer que é necessariamente uma coisa ruim, já que as atualizações de Galaga tornam absolutamente impossível cogitar voltar a jogar Galaxian ou Space Invaders uma vez que você a experimenta. Não estou falando apenas de gráficos mais bonitos (embora sejam), inimigos com uma rotina de AI mais desafiadora ou de controles melhores, mas sim duas características que são imprescindíveis hoje em dia: modo coop e a capacidade de dar mais de um tiro de cada vez.


Jogar um shmup só podendo dar um tiro e esperando ele sair da tela ou acertar algo antes de poder dar outro é impensável hoje em dia, e foi Galaga que trouxe essa inovação. 

Como uma boa continuação que é Galaga, é uma experiência geral mais polida. Animações mais fluidas, sprites de personagens melhores, sons melhores, gráficos, fases dois jogadores, os inimigos tem ataques especiais como sugar sua nave... definitivamente uma atualização que aposenta o seu antecessor que fica chato depois que vc jogou Galaga.

BOSCONIAN (1981)
(Tem no "Namco Museum Vol.1")


Hã, essa é nova: um arcade que eu jamais remotavamente sequer ouvi falar na minha vida. E olha só, é um shmup realmente interessante. As pessoas tendem sempre a creditar Galaga por ser o melhor shoot'em up dos anos 80, mas eu diria que pessoalmente Bosconian é um jogo de tiro melhor.

A premissa básica é simples - você manobra sua nave espacial em torno de um mapa grande, eliminando estações espaciais verdes através de atirar em seu núcleo ou destruir os seis canhões que as defendem, enquanto evita inimigos, asteróides e minas. Simples, o suficiente, certo?

O que realmente pega aqui é que esse oferece mais liberdade do que a maioria dos jogos da época e você recebe um radar para encontrar todas as estações espaciais que precisa destruir para avançar assim como os inimigos. Ter um mapa torna o jogo bem mais focado e prático, e com efeito é omesmo recurso muito legal que também foi usado no Rally-X, só que sem o limite de tempo nojento.


Como curiosidade, não apenas sua nave podia disparar para a frente, mas também pode disparar para trás - um recurso quase inédito na época e que tornava os combates dinamicos e diferentes, definitivamente esse jogo não parece apenas um clone de alguma coisa, ele é toda sua própria coisa!

Adicionalmente, a possibilidade de destruir as estações em um tiro no nucleo (que é desafiador, mas possível) passa uma sensação de atirar na Estrela da Morte - suponho que a intenção era justamente essa. E se você conseguir a façanha de acertar dois nucleos com um tiro só... agora isso era algo para se contar no recreio do colégio, sem dúvida!

O jogo também possui um dos recursos mais influentes da história do arcade - a capacidade de continuar seu jogo! Isso mesmo, Bosconian é o primeiro jogo a permitir que o jogador continue seu jogo de onde parou colocando uma ficha, um recurso que está praticamente em todos os jogos de arcades desde então mas até então vc só tinha a opção de recomeçar do começo.

TOY POP (1986)
(Tem no "Namco Museum Vol.1")


O jogo mais recente dessas coletaneas é, pra mim, o menos interessante de todos. Toy Pop é outro clone de Pac-Man, só que com inimigos que spawnam aleatoriamente para te impedir de pegar os itens que precisa para terminar a fase.

Na verdade ele é mais um "shmup com objetivos", mas esse é meio que o ponto: o jogo tem um jeitão de colagem genérica de coisas que eram populares na época sem nenhum proposito em particular. O tema de brinquedos é legal e o jogo é bonito, mas o que quer que ele faça já tinha sido feito muito melhor antes.

Não é ruim, mas meh... e com meh encerramos essa coletanea, pq esse é o meu blog e aqui a gente faz as coisas de um jeito meh e foda-se. Meh.

MATÉRIA NA AÇÃO GAMES
Edição 107 (Setembro de 1996)


MATÉRIA NA SUPER GAME POWER
Edição 030 (Setembro de 1996)