Review número 950, um número tão bonito de review exige um jogo especial e, boy oh boy, você não realmente fica muito mais especial nesse blog do que contar histórias da Sega segando loucamente. E, sinceramente, você não fica muito mais seguívoro do que essa Segada da Sega. Mas vamos começar do começo...
Em 1996, a Sega estava desenvolvendo um jogo de luta 3D novo para competir com TEKKEN 2 de ter um jogo de luta menos tecnico que VIRTUA FIGHTER e mais ultradinamico do futuro. Esse jogo era Fighting Vipers, e eu falarei ele sobre ele dentro em breve. Até aí tudo bem, le magronese, certo?
O problema começou quando, só de zoas, o programador do jogo Yu Suzuki (responsável pelos jogos da série Virtua da Sega, inclusive VIRTUA FIGHTER) decidiu colocar o Sonic e o Tails como personagens secretos no jogo. Os personagens não servem realmente para um jogo de luta (os braços são muito curtos para lutar e as cabeças muito grandes), mas era uma brincadeirinha inocente então nada demais.
Exceto que Yu Suzuki gostou tanto do resultado que teve uma ideia supergenial radical pimponeta: E SE, veja bem, E SE a gente transformasse esse gimmick em um jogo a parte. Tem a marca do Sonic então as pessoas jogariam, era o que importava. O jogo seria minimamente bom? Não, mas se colocasse o nome do Sonic em uma pedra venderia para os fãs da Sega, então foda-se porque zero fucks foram dados naquele dia.
E assim nasceu Sonic Os Luteiros porque foda-se você, é por isso.
Verdade seja dita, o conceito de Sonic the Fighters não é a pior coisa do mundo. Um jogo de luta com bichinhos fofinhos e movimentos simples não é sinonimo de sofrimento e dor, e definitivamente o jogo tem vários personagens visualmente carismáticos e muito diferentes uns dos outros. É um jogo engraçadinho, tenho que dar isso a ele.
O problema mesmo é que Sonic the Fighters falha miseravelmente como jogos de luta mesmo. O maior problema com Sonic the Fighters é o quão insanamente rudimentar ele é. Esse jogo é o mais básico do básico possível para um jogo de luta 3D e eu estou falando de REALMENTE BÁSICO aqui: os movimentos consistem em socos e chutes, as vezes o personagem tem um movimento para se arremessar para frente. E é isso o jogo, acabou. Sério, essencialmente é isso.
A única coisa realmente nova no jogo é que no lugar da defesa os personagens possuem barreiras. As barreiras só ativam se você estiver completamente parado (imagine o quão bem isso funciona em um jogo de luta, gosh...) e você tem um número limitado de barreiras por round: se todas as suas barreiras quebrarem você fica indefeso e precisa acertar alguns golpes no seu oponente para ganhar barreiras novamente.
É uma ideia ... meh, adicionaram burocracia ao simples ato de defender e você não recebe muita diversão em troco disso - ou mesmo sequer pouca, para esse proposito. Adicionalmente, como a execução do jogo é tão simplória você pode basicamente apertar o botão de soco até enjoar para desgastar as barreiras do seu oponente e continuar fazendo o mesmo até conseguir um nocaute. Se tem um jogo que estava na fase alfa de desenvolvimento e lançaram de qualquer jeito porque foda-se essa merda, é esse. Como eu disse, não tem como ficar muito mais básico que isso.
E como é padrão nos jogos da Sega, Sonic the Fighters ainda carece de profundidade em seus modos de jogo, com apenas o modo arcade single player padrão e dois jogadores versus estando disponível. O modo arcade tem oito personagens, antes de vc enfrentar Metal Sonic e o Dr. Robotnik (o primeiro sendo ridiculamente robão, e ele pode acabar com você em apenas três golpes, enquanto o último é hilariamente fácil). Além do roubado Metal Sonic, a IA do jogo é tão simplória quanto tudo mais no próprio jogo.
A seleção de personagens inclui as escolhas óbvias de Sonic, Tails, Knuckles, com adição de Amy Rose (de SONIC CD), Espio the Chameleon (de KNUCKLES CHAOTIX) e Knack the Weasel (lançado no ocidente como "Fang the Sniper") de Sonic Triple Trouble para o Game Gear. Completam o elenco o pato Bean (do jogo Dymite Dux, para Arcade e Master System) e o inédito urso Bark the Polar Bear.
Como eu disse, o roster não é a pior coisa do mundo e os personagens são carismáticos, o jogo é bonito em um nível VIRTUA FIGHTER KIDS e fica mais charmoso com as gags visuais estilo Looney Tunes de olhos girando quando atingidos e perdendo anéis como nos jogos do Sonic. Isso é tudo que eu posso dizer de bom sobre esse jogo, definitivamente.
Enfim, o jogo em si foi claramente feito na moda bumba-meu-boi e taca-taca-lapetaca apenas pq vão colocar fichas pq tem o nome do Sonic e foda-se. E para adicionar ofensa a injúria, o jogo estava programado para ser lançado para o Saturn mas acabaram desistindo pq não valia o esforço programar para a bomba de hardware que era programar no Saturn. Absolutely fantastic.
Diz particularmente muito sobre a situação em que as coisas estavam que no mesmo ano que Mario arrebacalou a boca do balão com SUPER MARIO RPG: Legend of the Seven Stars e SUPER MARIO 64, o Sonic ... teve esse jogo aqui. Mesmo naquela época, era fácil ver para onde a guerra entre Mario e Sonic estava indo.
MATÉRIA NA AÇÃO GAMES
Edição 107 (Setembro de 1996)
MATÉRIA NA SUPER GAME POWER
Edição 025 (Abril de 1996)
Edição 028 (Julho de 1996)