Como é tradicional à Sega, VECTORMAN é um jogo que entrou para a história não devido as qualidades do seu gameplay, mas sim as pirotecnias de marketing que a Sega fazia para empurrar sua giromba forceps goela abaixo. Isso pq o jogo foi criado com o objetivo de chamar atenção tendo gráficos renderizados como resposta a DONKEY KONG COUNTRY.
O problema é que todo esforço na criação do jogo terminou por aí, pq ele é um run'n gun tão básico quanto básico pode ser. Não tem uma única característica marcante na jogabilidade daquele jogo e por isso não é realmente surpresa que a franquia foi varrida para o rodapé da história... exceto que treze meses depois saiu essa continuação para Mega Drive. Então lá vamos nós, e não vamos sós.
Antes de falar sobre o jogo, entretanto, eu preciso mencionar que o marketing da Sega fez um sólido esforço promocional com uma bolsa de US $ 25.000 em seu concurso “Play to Win”, no qual cartuchos selecionados exibiam uma mensagem “YOU WIN” dentro do menu de opcoes. Tipo uma raspadinha de loteria, só que ao invés de raspar vc precisava checar o options do jogo.
Okay, isso foi legal e uma maneira divertida de incentivar as vendas de cartuchos... o que a Sega realmente precisava, porque convem lembrar que a palhaçada do 32X deixou um gosto ruim na boca das pessoas, o Saturn era patético comparado as vendas do PlayStation ou até mesmo do recém-lançado Nintendo 64, e as pessoas ainda esperavam um jogo do Sonic next-gen (e, como eu comentei, SONIC 3D BLAST para Saturn definitivamente não era esse jogo). Então, como você pode ver, a Sega estava em uma tremenda alhada e toda ajuda era bem vinda.
Dito isso, vamos falar sobre o jogo... o que nesse caso é bastante simples, porque aqui literalmente todas essas coisas são quase idênticas ao seu precursor, VECTORMAN. Os gráficos ainda são muito acima do que se poderia esperar para um jogo de Mega Drive, mas é apenas um tapa no anterior. De igual forma, os controles são essencialmente a mesma coisa do jogo anterior apenas levemente menos escorregadios.
Então V2 é um patch de update do seu predecessor? Bem, é uma forma de ver a coisa. A outra forma de ver a coisa é que Vectorman 2 é um jogo sem inspiração, frustrante, tedioso e muito chato. Sim, as fases são diferentes, sim, tem algumas armas extras (que duram apenas poucos tiros, como no anterior), tem alguns morphs novos (que duram apenas poucos segundos, como no anterior) como se transformar em um escorpião, e alguma variedade maior de inimigos do que o original, mas no geral parece apenas um DLC do mesmo jogo anterior.
E enquanto eu frequentemente digo que mais de uma coisa boa ainda é algo okay, o mesmo não pode ser dito de um jogo que já era medíocre em primeiro lugar. Ei crianças, ninguém se importou muito com o primeiro VECTORMAN, então aqui mais fases disso pra vocês! Yay!
Na verdade, é até justo dizer que V2 até dá um passo atrás no level design. Uma versão levemente piorada do primeiro VECTORMAN, yay! Mas sério, as fases são okay na maior parte, mas parecem muito um jogo de Mega Drive de 1992 ou 1993.
Tem uma fase em particular que você fica pulando de galho em galhos enquanto sobe em uma árvore e desvia de inimigos idiotas. O que torna esses inimigos idiotas? Os inimigos respawnam infinitamente e de derrubam com knockback... um design que era comum no começo dos anos 90, mas em 1996 ninguém mais fazia jogos de plataforma irritantes assim.
Outra coisa que Vectorman 2 gosta de fazer é posicionar inimigos em um lugar cuzão, como colocar os inimigos no fundo de um buraco - de onde Vectorman não pode atirar neles. Vc pode tentar pular sobre eles, mas a coisa vira um salto de fé na torcida de que você não caia em algo pior ainda. Simplesmente delicioso.
E quando não é irritante, o design é apenas sem graça. Cada nível é um design de “ponto A ao ponto B” que envelhece rapido em 20 e poucos níveis.
No geral, o Vectorman 2 é uma replicação de seu antecessor - sendo que VECTORMAN pelo menos tinha os gráficos novos para chamar a atenção. A sequência, entretanto, não oferece nade de particularmente novo ou interessante em cima de um jogo que era apenas... é. Eu nem digo que Vectorman 2 é um jogo ruim, tecnicamente ele é um jogo okay, ele é apenas apenas… apenas… *suspiro*… Neste ponto você provavelmente entendeu como eu me sinto.
A melhor coisa que eu posso dizer sobre esse jogo é que a capa é uma das mais legais do Mega Drive... o que não quer dizer muita coisa também, porque eu nunca fui muito fã das capas americanas do Megão da Massa. Mas essa pelo menos é maneira, tho.
MATÉRIA NA AÇÃO GAMES
Edição 111 (Janeiro de 1997)
Edição 027 (Junho de 1996)