segunda-feira, 5 de setembro de 2022

[#967][Set/96] THREE DIRTY DWARVES

Este blog não é apenas diversão, é também muita informação e por isso mesmo hoje nós vamos desmistificar um conceito equivocado que muitas pessoas tem a respeito dos videogames: Three Dirty Dwarves não é, eu repito, NÃO É a continuação ou o sucessor espiritual de THE LOST VIKINGS. Sim, eu sei que é uma ideia muito comum, mas apenas não está correta.

O QUE? ABSOLUTAMENTE NINGUÉM ALÉM DE VC PENSAVA ISSO!

Hã... bem, pode ser, mas isso é meio que tudo que eu lembrava desse jogo, que eu achava que era algum tipo de spin-off de THE LOST VIKINGS. Acontece que não é, não tem nada haver nem é minimamente relacionado. Isso sendo esclarecido para todo mundo que tinha essa ideia errada...

OU SEJA, APENAS VC

... isso sendo esclarecido para mim, vamos ver que tipo de jogo os três anões sujos são.


Three Dirty Dwarves é um beat'm up 2D tão tradicional quanto tradicional pode ser, lançado em 1996 para o Saturn e PC. A uma primeira vista a animação é boa, especialmente para os personagens principais, tem uma estética meio pateta (e por isso mesmo divertida), efeitos sonoros engraçada-lhos e co-op para até três jogadores.

Isso soa muito como um beat'm up regular (na pior das hipoteses esquecível) mas okay, certo? Bem... majoritariamente sim, você não vai ver grandes declarações de amor por esse jogo (nem de ódio, para esse propósito), mas ainda sim ele ao menos tenta fazer algo diferente. Isso é alguma coisa... certo?


Three Dirty Dwarves tem uma história interessante, verdade seja dita: um grupo de crianças criadas em laboratório pelo exército (tipo Akira) está jogando um D&D casual, um D&D maroto, um D&D toco y mi voy... quando descobrimos que a Record estava certa esse tempo todo, D&D é coisa do capiroto mesmo. Isso significa que algumas das runas que eles estão usando no jogo são magia de verdade, e ao rolar um 20 natural a magia se ativa e summona os personagens do jogo para o mundo real.

O exercito então vem recuperar os seus assets capazes de abrir portões interdimensionais e leva as crianças embora. Cabe aos nossos bravos anões sujos resgatar as crianças para que de alguma forma elas os enviem para casa... tá, não é exatamente literatura russa de profundidade, mas pelo menos a animação de abertura é bacaninha para o estilo de cartoon europeu, isso tem que ser dito.


De qualquer jeito e maneira, a jogabilidade em Three Dirty Dwarves é o bom e velho estilo de beat'm up da Sega, onde cada um dos anões tem uma arma única para ataque corpo a corpo e a distancia (um pino de boliche e bola de boliche, uma espingarda e um taco de beisebol com bolas de baseball). Alem disso, como de praxe cada personagem também tem força e velocidade diferentes (tem o rápido e fraco, o forte e lento, o mediano, você sabe, o velho ruguru dos videogames).

Similar ao beat'm up dos Simpsons (aquele que eu não joguei aqui pq a Ação Games cagou pra ele, obrigado por nada ¬¬), os personagens também tem um ataque especial que depende da combinação de anões que você tiver

A variedade de inimigos em Three Dirty Dwarves é ocasionamente divertida, com ninjas pelados de mascaras e barras pretas censurando suas ninjenitália, malas assassinas com fita adesiva e nerds pq obviamente teriam nerds mortais, como não? Bem, melhor do que a bilionésima oitava gangue de punks, eu suponho...

Ou seja, com base apenas nos parágrafos acima pode-se chegar à conclusão de que Three Dirty Dwarves é um beat'm up bastante legal e que é estranho ele ter caído na categoria de jogos esquecidos do Saturn, certo? Então... 

O problema desse jogo é que ele faz uma coisa muito esquisita para um beat'm up, e como você imaginar não é um esquisito do tipo bom: seu personagem só tem um hit de energia. Sim, sério, é um beat-up de 1-hit kill (bem, não exatamente, mas já chegamos a isso) e eu suponho que não precise explicar o quão bem isso funciona.

Apenas... pq? Sério, quem faz uma coisa dessas?


Funciona assim: com três jogadores, cada pessoa controla um anão e eles devem coordenar seus ataques para derrotar os inimigos e quando um colega é atingido ele precisa ser revivido com uma porrada. Se os três caírem, é game over man.

No modo de 2 jogadores, um anão fica acinzentado seguindo os outros dois. Quando um jogador é atingido ele perde o seu anão e assume o reserva, se não o reserva já foi gasto então te fode aí nerdão.


E por fim no modo single player você pode alternar entre os três personagens a vontade, porém o mesmo esquema que quando você toma um hit perde o seu anão e assume o da reserva. Perdeu os três anões já elvis, meo. 

Pra que o jogo não fique injogavel, como a descrição sugete, frequentemente você encontra barris para recuperar anões perdidos bem ao estilo DONKEY KONG COUNTRY. O que, se quer saber a minha opinião, é um remendo tosco para o fato de que beat'm ups não foram feitos para serem jogados com o sistema DONKEY KONG COUNTRY onde cada hit vc gasta um personagem. Eu achava que isso sequer precisava ser dito em voz alta, mas parece que precisa sim...

E se esse sistema não for irritante o suficiente, para adicionar ofensa a injúria seis dos quinze estágios só podem ser jogados por um único jogador. Isso significa que o player 1 assume o controle dos outros anões enquanto os outros jogadores apenas sentam e assistem... quem é que está tomando essas decisões por aqui, pq não é normal uma coisa dessas!


Uau, não é realmente supresa que esse jogo foi recebido com "que porra é essa... ah, whatever" que o jogo justamente recebeu logo após o lançamento. Certamente vão ter vários canais do youtube com clickbait de que essa é mais uma "hidden gem" do Saturn, mas honestamente, não se perdeu muita coisa por ele passar batido. Adicione a isso que ele foi lançado na mesma época que GUARDIAN HEROES... e tá feito o estrago, né?

Enfim, jogando de três jogadores ele é um beat'm up okay-ish, mas sem um multitap e dois amigos (a parte mais dificil, ter um já é um desafio) o jogo passa de okay para merecidamente esquecido. Existem vários jogos injustiçados na história dos videogames, mas esse aqui DEFINITIVAMENTE não é um deles...

MATÉRIA NA AÇÃO GAMES
Edição 110 (Dezembro de 1996)


MATÉRIA NA SUPER GAME POWER
Edição 032 (Novembro de 1996)

MATÉRIA NA GAMERS
Edição 014 (Janeiro de 1997)