Eu pensei bastante sobre se eu escreveria sobre esse jogo, afinal eu já falei o que eu gostaria de falar sobre WIDGET quando falei do jogo de Nintendinho. Alguns meses depois disso a Atlus lançou a versão para Super Nintendo, pouco surpreendentemente chamado de "Super Widget". Porém tem uma coisa sim que eu gostaria de falar sobre esse jogo da casa da Mona-chan.
Enfim, o jogo de Nintendinho é um jogo padrão de plataforma, enquanto o jogo para Super Nintendo... também é um jogo padrão de plataforma, porque é assim que os anos 90 rolavam.
O defining trait do alien roxo mais feio que tombo de mão no bolso é que, além de se meter na vida de planetas que não pediram ajuda pra ninguém, ele pode se transformar em qualquer coisa. O jogo do Nintendinho seguia esse gimmick, que era até legal poder se transformar em várias criaturas com habilidades diferentes, mas prejudicava isso com um sistema de mana que limitava enormemente a diversão do jogo.
Não era RUIM, apenas que o gimmick era frustrado pelo sistema de mana.
Esta noite, Super Dude contra o Porco Pelado! |
A boa noticia é que a Atlus percebeu isso, e em Super Widget essa coisa de mana é abolida. Você pega power ups e transforma em outras criaturas até tomar dano e voltar ao normal, ou pegar outro power up para mudar sua transformação. A noticia ruim é que as transformações foram nerfadas e são praticamente a mesma coisa - mudam o peso do personagem e o alcance do ataque, o que não é a mesma mudança de gameplay que as transformações do jogo de NES ofereciam.
Um passo para frente, um passo para trás. Meh, não é ruim, mas não é muito interessante... então porque eu disse que tinha algo a dizer sobre ele?
Este é um trabalho para o Brococop! |
Bem, porque jogando esse jogo, antes da metade do jogo eu já estava entediado - muito porque o jogo é estranhamente fácil para os padrões da época. Quer dizer, eu já tinha patrolado metade do jogo mal tomando hit uma única vez - e embora eu seja um jogador fabuloso, nesse caso é mais mérito da ausencia de desafio no jogo mesmo.
Foi só depois de terminar o jogo que eu me liguei de uma coisa muito importante, entretanto: espera, esse jogo é baseado em um desenho infantil e pode ser que ele seja direcionado a - olha que loucura - para o publico alvo do desenho animado.
É uma ideia realmente inesperada fazer um jogo para crianças baseado em um desenho animado para crianças, porque videogames dos anos 90 não conhecidos pelo seu bom senso e tato com o publico alvo. Mas até então, todos sabemos que a Atlus é realmente uma empresa de bom senso afinal de contas.
E quando você considera que Super Widget é um jogo feito para crianças e não para marmanjos de 36 anos que leem a Ação Games quase 20 anos depois dela encerrar sua publicação, muita coisa faz bem mais sentido.
Para crianças de 5-8 anos de idade, Super Widget é um jogo bastante acessível na verdade. Claro, o jogo tem problemas de momentum - mais conhecido como "toda fase parece a fase do gelo", mas o level design é bastante direto, o design dos inimigos é excessivamente simples e as lutas de chefe são super fáceis - quase tutoriais do que um jogo de plataforma costuma ser.
Adicione a isso um visual colorido que não deve em nada ao cartoon (não que o cartoon seja qualquer coisa que não horroroso, mas isso não é culpa da Atlus), um jogo que é muito generoso com vidas (você ganha uma vida a cada cem moedas, e as moedas são tão grandes na tela que quase não tem como evita-las). O jogo tem um sistema de passwords também, para maior comodidade de seus usuários.
Então se você jogar esse jogo como eu, inevitavelmente ficará entediado em poucos minutos. Mas se você considerar o publico alvo, bem, esse jogo então faz o trabalho decentemente bem. Os gráficos são cartoon like, a música é inspirada na série de TV, o jogo é fácil e super forgiving, e os power ups são interessantes de se olhar - embora não sejam tão interessantes mecanicamente.
Tudo é uma questão de perspectiva, eu suponho.