Okay, vou ser direto e reto com vocês aqui porque aqui o negócio é fogo no polenguinho: Space Griffon VF-9 não é um bom jogo. Simplesmente não é. O sistema de mira é todo duro e troncho, os dialogos são ridiculamente toscos e eu vou ter muita dificuldade para acreditar que a equipe de dublagem desse jogo não trabalhou com uma arma apontada para suas famílias. Não tem como dizer que isso é bom, desculpe mas não é.
Mas agora, prestem atenção que essa é a parte importante, esse é o tipo BOM de jogo de ruim.
UAU, PASSAR O NATAL SOZINHO BEBENDO NO ESCURO REALMENTE NÃO ESTÁ FAZENDO BEM PARA SUA CAPACIDADE DE ANALISE.
Eu contemplo essa possibilidade por mais tempo do que você pode imaginar, Jorge, mas isso realmente faz sentido na minha cabeça. E para explicar o meu ponto eu preciso começar do começo, como de costume.
Sabe qual é minha piada favorita do Pernalonga de todos os tempos? Essa:
Ele não apenas enrolou o cara pra vender o terreno do rei pra ele, como o cara passou meses construindo uma casa antes de se dar conta. Quando ele realiza o que estava fazendo, a expressão na cara ele é genial. Sério, essa tirada é muito boa.
E por que eu estou falando dessa cena em particular? Porque foi EXATAMENTE a reação que eu tive jogando esse jogo. Isso porque estava lá jogando feliz e contente... bem, não feliz e contente mas mais sobre isso daqui a pouco... e aproximadamente uma hora e meia depois eu parei igual o cara que foi trolado pelo Pernalonga... olhei ao redor bem lentamente... e então me dei conta: espera, eu já joguei esse jogo!!!
Depois dos jogos de plataforma e dos jogos de luta, passando pelos jogos de esporte, eu diria que com certa folga os genero de jogos mais comum para Super Nintendo no ocidente naquela são... os clones de Tetris. Não, sério, tem absolutamente toda variação de Tetris que você puder imaginar: Tetris de retangulos, Tetris de Mario 2, Tetris de pilulas, Tetris de letras, Tetris de Chapéus, Tetris de biscoitos, Tetris do Pacman... o que você pensar, eles fizeram um Tetris disso. Com efeito, fizeram de muitas coisas que você não pensou também ao ponto que é de se perguntar se uma hora não iam acabar as ideias de fazer variações de Tetris?
Bem, foi algo que a nossa querida Atlus pensou: e se a gente usasse a estrutura de Tetris (o modo versus, os power ups) com outra coisas que não fosse Tetris? Digamos, hã, quebra-cabeças!
Como a gente pode chamar atenção para o nosso jogo de luta no meio de tantos outros... hmm, já sei, vamos fazer uma das capas mais feias já concebidas pelo homem! Com certeza isso vai chamar atenção...
Como você já deve estar ciente a essa altura, estamos no olho do furacão da febre dos jogos de luta. Esse era de longe o genero mais popular no ocidente, e um dos top de popularidade no Japão. Os fliperamas estavam cheias de máquinas de Street Fighter, Mortal Kombat e The King of Fighters. Todas revistas sempre tinham sessões inteiras de dedicadas ao Champion Edition ou Turbo ou qualquer pequena atualização que os jogos de luta estavam lançando - e quando não era isso, era pra tentar acertar o "próximo grande hit" como Darkstalkers, por exemplo.
Nesse cenário, não é realmente surpresa que desenvolvedoras menores em todos os cantos tentavam desesperadamente capitalizar em cima da moda emplacando seu próprio brawler 1 contra 1... normalmente tendo resultados fisicamente dolorosos ao jogador, como RISE OF THE ROBOTS e SHADOW: War of Succession.
O ano é 2998. Jair Trump Jr XXIII. é eleito presidente da Terra pela décima segunda vez consecutiva, e graças a uma coincidencia totalmente não relacionada, o planeta está em vias de se tornar inabitável graças a poluição e deterioração do meio ambiente de forma geral.
Tá meio marrom essa Terra, bora passar um paninho nisso dae!
Diante disso, a humanidade adota a única medida capaz de resolver uma situação dessas: desenterrar seus DVDs de Wall-E e copiar o plano que não deu certo naquele filme. Como esperado do nosso grande lider JTJr XXIII!!!
Mas sério, o plano da raça humana é mesmo picar a mula pra fora do planeta, deixar alguém limpar tudo e voltar quando a barra que é gostar de você estiver limpa.
Eu pensei bastante sobre se eu escreveria sobre esse jogo, afinal eu já falei o que eu gostaria de falar sobre WIDGET quando falei do jogo de Nintendinho. Alguns meses depois disso a Atlus lançou a versão para Super Nintendo, pouco surpreendentemente chamado de "Super Widget". Porém tem uma coisa sim que eu gostaria de falar sobre esse jogo da casa da Mona-chan.
Enfim, o jogo de Nintendinho é um jogo padrão de plataforma, enquanto o jogo para Super Nintendo... também é um jogo padrão de plataforma, porque é assim que os anos 90 rolavam.
Em junho de 1992, no Rio de Janeiro aconteceu talvez o evento mais importante dos anos 90: a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, mais conhecida como Eco-92. Não apenas porque foi a primeira conferencia sobre meio ambiente em mais de vinte anos, mas nunca a preocupação com o futuro do planeta recebeu tanta cobertura e atenção.
Até a Eco 92, as pessoas tinham como proteção ao meio ambiente apenas salvar uns bichinhos fofinhos que você via no zoológico mas na real não mudaria nada sua vida. Dessa vez não, foi a primeira vez que as massas tomaram noção de uma coisa muito importante: foda-se os pandinhas cute cute, a gente está tornando a Terra inabitável pra gente! E não é daqui a 5 mil anos, é até o final desse século!
Isso é realmente importante, e é realmente importante que esse assunto faça parte do senso comum do cidadão mediano. Uma consequencia até certo ponto previsivel é que isso spawnou uma leva de desenhos animados de concientização ambiental nos anos 90 como o famoso Capitão Planeta, Free Willy e Widget, the World Watcher.
Permita-me ir direto ao ponto: eu nunca gostei dos desenhos da Hanna-Barbera. Mesmo quando criança, eu achava terrivelmente chatos. E como tanto Will Hanna quanto Joe Barbera já estão mortos, eles nunca terão a chance de deschatizar também.
Eles eram inovadores em poupar dinheiro, verdade, mas essa era uma das suas maiores fraquezas. As recliclagens intermináveis de background eram uma forma de baratear o custo, mas à custa de fazer o desenho parecer terrivelmente preguiçoso e, em alguns casos, de ter falhas de continuidade terriveis. Na maioria das vezes, erros grandes e óbvios foram cometidos, que ninguém corrigiu, sem dúvida para economizar mais dinheiro. O mais frequentemente notado é o clássico "Pessoa A abre a boca, a pessoa B fala" ou "Por que o cabelo de Salsicha está loiro?", erros desse tipo. Não acho que custaria tanto voltar e recolorir alguns frames de cabelo, mas não é como se alguém estivesse se importando.
O mais interessante é que havia uma clara distinção entre os desenhos que eles se importavam e os desenhos que eram feitos a toque de caixa porque foda-se, as crianças eram idiotas mesmo. Tom & Jerry e os Flintstones, por exempo, eram feitos com muito carinho pelos produtores... já Jambo e Ruivão eram produzidos tipo uns 150 episódios em uma tarde.
Mas o pior mesmo pior é que eles sempre pegaram uma ideia e secavam ela até a fonte. A ideia de fazer uma sitcom que se passava na idade da pedra foi muito boa na época, passou em horário nobre e tudo mais. Show de bola. Então eles fizeram isso no espaço. Então eles fizeram isso nos tempos romanos.
A cara de pau deles era impressionante. Havia, entretanto, um desses desenhos feitos a toque de caixa e com esforço nenhum que eu gostava, e apenas um: Corrida Maluca. Não sei exatamente porque, talvez porque houvesse algo imprevisivel na competição que os demais desenhos não tinham. Você sabia que o Zé Colmeia ia se dar bem em cima do Seu Gualda antes que o desenho sequer começasse, mas você não sabia quem ia ganhar a corrida.
Eu também gosto de como o Dick Vigarista poderia facilmente ganhar qualquer corrida já que ele ia de último a ficar na frente de todo mundo sem nenhum esforço, mas escolhia deixar a vitoria de lado para sacanear os coleguinhas - o que sempre falhava, mas suponho que ele queria provar um ponto aqui... seja ele qual for.
De qualquer forma, não é uma ideia ruim que tenham adaptado isso como um jogo. O NES era capaz de ter jogos de corrida decentes, então uma versão 8 bits de Super Mario Kart com personagens querido dos desenhos não seria a pior coisa ... eh? Como é que é, produção? Wacky Race não é um jogo de corrida e sim um jogo de plataforma genérico sem muita ligação com o desenho? Sério?
... é, esquece o que eu disse. Parece que esse vai ser outro dia daqueles...
No Japão "nyah" é a onomatopeia que eles usam para o som de gato, equivalente ao nosso "miau". Eu queria dizer isso porque dá para ver um trocadilho bem sem vergonha com o titulo japones do jogo já que é sobre um gato que tem altas aventuras em Nova York. Só a Atlus mesmo pra fazer um jogo só pra poder usar um trocadilho, sua safadeeeenha linda!