sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

[SUPER NINTENDO] MELFAND STORIES (Março de 1994) [#595]


Uma coisa que eu não imaginava antes de começar este projeto é que existia todo um universo de jogos que se enquadram na categoria "jogos japoneses que nunca foram lançados no ocidente e embora não sejam espetaculares ainda sim são melhores que pelo menos 80% de tudo que foi lançado por aqui" ao ponto que daria um genero próprio de jogos - o qual imagino que nunca emplacou porque JJQNFLNOEENSEASSMQPM80%DTQFLPAmaníacos não é uma giria que pegaria mesmo nas revistas da época.

Estou falando de jogos como THE LEGEND OF MYSTICAL NINJA 2SUPER BACK TO THE FUTURE 2 e NANGOKU SHONEN PAPUWA-KUN, e junta-se a lista este jogo das Histórias do Melfolandia. Eu realmente não sei o que são Melfos, suponho que eles não tinham os direitos autorais para usar elfos, ou talvez sejam MEGA ELFOS - o que seria massa uns elfão da porra.

Olha o tamanho do passarão, se fosse um Quero-Quero já eras meu

TU SABE QUE O NOME DO JOGO NÃO É "MELFLAND" E SIM "MELFAND", NÉ?

Hmm, isso explica muita coisa realmente. Exceto que eu ainda não sei também o que é um Melfando. E não que eu vá saber, porque o jogo nunca foi traduzido então toda sua história está em japonês. Não que seja realmente necessário para jogar o jogo, apenas que eu teria que completar a história com a minha criatividade e um pouco de Google-fu.

TU NÃO PODE APENAS GOOGLEAR E CONTAR A HISTÓRIA DIREITO?


SUSPEITEI DESDE O PRINCIPIO...

Nossa história começa em um belo dia de primavera em que os camponeses caminham aleatoriamente de um lado para o outro da rua em Melfand, a terra mais improdutiva desde a invenção do comunismo. Se é isso que eles fazem para se divertir, imagino quais são as opções que foram rejeitadas...


Porém como você já pode imaginar a essa altura, se todos forem felizes e agridoces para sempre não tem jogo. Então é claro que uma catastrofe, hecatombe, o pior e mais trágico evento na história da humanidade - conhecido apenas como "a tragédia" deve acontecer para que o mundo possa ser salvo de um mal concentrado em uma única pessoa que se eliminada fará com que tudo magicamente fique bem.

Como acontece na vida real.


Nesta tarde fatídica, duas coisas terríveis acontecem. A primeira é que o céu escurece abruptamente e seus habitantes sentem que tomaram no toba because AS ROPA NO VARAL! E provavelmente essa tempestade sombria é algo sobrenatural do mal, tem isso também.

A outra coisa inconveniente que aconteceu naquela tarde é que o conselheiro do rei, o maligno (o que é um pleonasmo, dado que se trata de um conselheiro do rei em uma história de fantasia, é óbvio que ele é maligno) ... NOMOLWA. Olha, amigo, eu não sei porque você está empregando seu plano maligno do mal, mas se seu plano é assumir o trono para finalmente poder mudar seu nome saiba que tem meu total apoio. 

De fato eu apoio tanto a sua causa que por mim a partir desse momento você se chamará... BETTY!


BETTY usa sua magia para... hã... fazer os camponeses serem  encoxados por guardas que desrespeitam distanciamento social. Oh, BETTY e seu exército de sarradores blindados, realmente se mostra o mais vil vilão dos videogames!

Mas nada tema, pois nesse instante nossos bravos heróis estavam convenientemente fora do reino e não foram submetivos a magia da sarrada terrestre! Marchem para casa heróis e salvem o dia do maligno BETTY!!!


Oh não, nossos heróis entretanto estão em uma alhada! Seu navio é abordado por um polvo gigante ... e nosso herói parece estranhamente animado com isso. Aparentemente ele já viu muitos hentãos na vida e não apenas sabe onde isso vai dar como está ansioso por esse momento. 

... okay, né? Seja como for, imagino que deva ser muito dificil nossos heróis sairem dessa roubada e desembarcarem em Melfand para salvar o dia!


... ah, o Kraken estava só estacionando o barco, muito gentil da parte dele. Viu, isso é o que eu sempre digo sobre julgar pelas aparencias, mesmo que seja um monstro de tentaculos rosas em um material japonês.

Mas bem, agora que chegamos são e salvos, suponho que seja um bom momento para conhecer nossos heróis!


El, nosso menino de 13 anos (a única coisa que eu entendi da ficha dele) com a espadinha é o tradicional personagem mediano, regular em todas as categorias: pulo, alcance, velocidade e força. Quanto a história dele, hm... acho que ele é um órfão criado no convento da Santa Irmã molestadora (afinal pra que mais alguém se envolve com a igreja católica senão para molestar crianças?).


Só que no final ele descobre que era o principe bastardo o tempo todo, e a Santa Irmã Molestadora realmente questiona suas escolhas de vida ao não apoiar o capeta invocado pelo BETTY dado que logo em seguida El assumiu seu lugar de direito ao trono onde passou a Jiromba em muitas novinhas enquanto começava uma inquisição reversa para livrar o reino de freiras molestadoras.

Ah, e uma guerra civil começa porque as casas menores de Melfand não apoiam a reclamação ao trono do bastardo El e começa uma era de miséria e pestilencia no reino. Fim.


Corse, nosso menino Sasuke e suas animações de "ai que saco eu sou muito bom pra fazer isso" de 22 anos tem o maior ataque e defesa, mas é muito lento e não pula quase nada. Sua arma também tem um alcance ridiculo, é a lança de menor alcance que eu já vi na minha vida (apenas o terceiro hit do combo tem algum real alcance).


Quanto a sua história, eu não faço ideia do que pode ser mas aparece uma fadinha e ele fica secando preocudoramente o quadril dela com um olhar daria uma ordem de restrição judicial enquanto ela fala. Vou assumir que ele é um... hã... amante da natureza?


Hã... aparentemente ele é um amante da natureza apenas se a natureza for kawaiizinha de maiô. O que é moralmente questionavel, mas dificilmente inesperado. Fica dificil não dar razão a causa feminista que defende que o homem tem que acabar.


Lemon é nossa menina elfa, ou no caso desse jogo uma MELFA de ... 51 anos? Está mais para MILFA, hã? Hã? ... é, tá certo, o homem tem que acabar mesmo... então, a Limoneta é a mais fraca porém a mais rápida e, mais importante, a com maior alcance de ataque.


Após livrar o reino do mal, Limonosa abre uma escola de magia ao mesmo tempo que reforça seu status de MILFA em um único movimento. Sim, tem quase um minuto de texto em japonês, mas essa piada foi tudo que eu peguei da cena. E a esse ponto você já devia esperar isso, honestamente.


Nora é uma Limão aguada: ela tem um bom alcance, mas não tanto quanto a outra menina, e o ataque é fraco mas não tanto quanto a MILFA. Em compensação ela tem um chicote elétrico e... bem, você sabe onde isso vai dar, né?


No final dela aparece esse anão... que eu não faço ideia de onde se encaixa, realmente, apenas essa imagem vai me atormentar até o final dos meus dias e eu queria que o mesmo acontecesse com você.


O que podemos pegar dessa história é que Nora chicoteou seu caminho até ser lider dos piratas e assim fundou Limsa Lominsa, onde atualmente se ocupa em encher o saco das tribos vizinhas e correr para o Warrior of Light quando eles se emputecem e chamam um primal. Bem, talvez não, mas realisticamente era a chance que eu ia ter de dizer "Limsa Lominsa" nesse blog.

E, bem, agora que conhecemos os personagens, vamos falar do jogo em si...


... exceto que nesse aspecto, não tem muito o que realmente falar. Melfand Stories é um beat'm up 2D (o que quer dizer que você só anda em linha reta, não tem como ir pra cima ou pra baixo na tela) que você tem um botão de ataque (cada personagem tem um combo de três hits, sem agarrões), um botão de pulo e um botão de usar ataque especial e... é isso realmente.



A única coisa diferente que esse jogo faz é que ao final de cada fase você pode escolher qual será a próxima fase: o caminho "fácil" ou o "dificil"... o que não muda tanto assim realmente, a fase "dificil" é apenas ligeiramente mais longa que a "fácil". Mas sim, são fases diferentes ainda sim, e dessa forma o jogo tem que ser reconhecido por ter fases diferentes e finais diferentes, o que dá um fator replay a um jogo que de outra forma seria bastante curto.

O grande atrativo de MS é justamente o quanto ele é bonito: os personagens são adoraveis e fofinhos (a fotinho embaixo muda quando você toma dano ou pega itens, o que dá um charme extra ao jogo), os chefes são grandes e muito vistosos na tela, assim como o jogo tem pequenos toques de adorabilidade aqui e acolá, como a fase de bonus em que você tem que destruir uma estátua... e depois vem uns soldados te perseguir por vandalismo porque você destruiu uma estatua cara, pra que você foi fazer isso?!?

Eu realmente gosto como os guardas param pra olhar e ficam tipo "meu, qual a necessidade disso?"

Mas a verdade é que fora o quão bonitinho esse jogo é... não tem quase nada realmente. Um gameplay absurdamente simples que nem funciona tão bem assim já que tem há um certo lag nos controles, o personagem demora a virar, pular e atacar. 

E colocar o botão de defender no mesmo botão de atacar (pra defender você segura o ataque) não é a melhor solução do mundo já que as vezes o jogo não le o comando direito e o personagem ataca quando você queria. Considerando que sobram botões no controle do SNES não usados, isso é meio tosco da parte do jogo. Não é nada que quebre o jogo, até porque a dificuldade é okay, mas é... inconveniente. E eu não jogo videogames para ser inconveniado.

Olha como a carinha na barra de vida muda quando você toma dano de fogo, essa não é a mesma cara de dano de outras situações - o que é muito cool, na verdade.

Nessa eu vou ter que concordar com o espaço que a SGP deu para ele. Como diria Nelson Rodrigues, é bonitinho mas ordinário. 

MATÉRIA NA SUPER GAME POWER
Edição 005