segunda-feira, 28 de outubro de 2024

[#1332][Mar/1999] RAMPAGE 2: Universal Tour

Em 1986, nos fliperamas, Rampage foi uma grande ideia. Você coloca uma ficha e por alguns instantes - até minutos se você for incrivelmente bom - você é um monstro gigante destruindo prédios em uma cidade totalmente destrutível, o que há para não gostar aqui?! 

Então, é, o conceito original de Rampage para os fliperamas era, de facto, awesome. A ideia, no entanto, de substituir a experiencia de alguns poucos segundos por um jogo doméstico onde vc tem que fazer isso por horas, hã... bem... aí eu tenho bem mais problemas com isso. O que é uma forma eufemista de dizer que eu odeio essa franquia com a fúria de mil sóis amarelos.

Vamos lá, se eu tivesse que resumir o jogo anterior, RAMPAGE WORLD TOURem uma palavra seria “repetitivo”, mas isso seria subestimar o quão tedioso é aquele jogo. De tela em tela, você basicamente fez exatamente a mesma coisa e tudo que o jogo tem a oferecer foi apresentado nos primeiros 35 segundos. O jogo dura de 4 a 6 horas, aproximadamente. 

Olha, eu amo um bom kaiju tocando terror tanto quanto qualquer um - mais do que a maioria, na verdade - mas seis horas para um jogo que cansa em 5 minutos, meu irmão, não tem monstro gigante na face da Terra que segure minha alma jogando esse jogo.

Mas muito que bem, um ano e meio depois de RAMPAGE WORLD TOUR, temos uma sequencia que melhor algumas coisas... mas não o suficiente para mudar o fato principal que Rampage tem 3 minutos de gameplay em um jogo de 6 horas.


Universal Tour faz algumas pequenas melhorias, mas não se emocione muito com a possibilidade. O jogo apenas aumenta a quantidade de tudo, sem necessariamente oferecer mais qualidade, incluindo quatro novos monstros na forma de um rinoceronte gigante, uma lagosta de aparência um tanto perturbadora, um rato crescido e um alien... que não mudam nada mecanicamente, na prática. 

Além de um novo elenco que não melhora nada, o jogo tambem apresenta mais cidades do que o World Tour, totalizando 125 vezes que você faz a mesma coisa agora. Tá que pelo menos dessa vez algumas cidades tem marcos turisticos baseados na vida real, então espere destruir o edificio Chrisler em Nova York ou o Arco do Triunfo em Paris. Porém não se anime muito com isso, é apenas um prédio com sprite diferente a cada 10 ou 15 fases e deu.


Tirando esses pequenos detalhes que não mudam muita coisa realmente, e no fim do dia temos a mesma experiência por mais meia duzia de horas, yay... Se  Universal Tour fosse um jogo para PC, isso seria apenas uma expansão do original - nada mais. E considerando que não mexe no principal problema aqui, sua mecânica cansativa e chata, não é uma que resolve realmente. Quer dizer, por quanto tempo podemos continuar quebrando os mesmos edifícios de aparência semelhante e comendo pessoas de aparência semelhante antes que isso encha o saco? Nem perto das horas que esse jogo dura, eu te garanto.

Falando nisso, tem uma coisa importante a ser dita: os continues agora são limitados. Ao contrário do jogo anterior, agora a sua quantidade de vidas pode realmente acabar e você ter que recomeçar do começo é algo que vai acontecer bastante... porque não alongar um jogo que já nem devia durar o que dura em primeiro lugar, né?


É meio ironico que eu esteja sendo repetitivo falando sobre o quanto esse jogo é repetitivo, mas então isso é uma boa amostra das várias e várias horas de experiencia com isso. Po gente, destruir um prédio é bastante divertido, destruir cerca de 20 em uma fase é está ok, mas lá pela fase 16 você não aguenta mais fazer a mesma coisa. Fase 16. O jogo tem 125. 

Alguns jogos conseguem lidar bem com a repetição, Tetris é um bom exemplo disso... mas o que Tetris tem em relação a Rampage é que, embora Tetris seja repetitivo, cada bloco é um pouco diferente e onde você os coloca acaba gerando uma partida inteiramente diferente a cada vez. A única coisa que não está pré-definida/pré-determinada neste jogo é o ponto em que você desiste do jogo, como diz o velho ditado árabe: "Depois de destruir um prédio, você destruiu todos".

MATÉRIA NA AÇÃO GAMES
EDIÇÃO 140 (Junho de 1999)


MATÉRIA NA SUPER GAME POWER
EDIÇÃO 063 (Junho de 1999)


MATÉRIA NA GAMERS
EDIÇÃO 040 (Abril de 1999)