sexta-feira, 11 de outubro de 2024

[#1315][Mar/1999] GEX 3: Deep Cover Gecko

Tá, a referencia a Stone Cold Steve Austin na capa é algo que eu definitivamente posso respeitar

Hey, olha só o jogo do Gex! O Gecko! The Gexter! Nosso G-Boy, amirite?!

VOU DAR UM PALPITE LOUCO E DIZER QUE VOCÊ NÃO TEM A MAIS REMOTA LEMBRANÇA DE QUEM É O GEX É...

Tá, não. Quer dizer, eu sei por cima que ele começou a carreira como uma tentativa desesperada de ser um mascote com ATITUDE SEU COROA do 3DO... puta merda, que missão ingrata, 3DO é de foder com a vida de qualquer um... mas enfim, e que depois disso ele teve um jogo quase bom que copiava o que podia de SUPER MARIO 64 em GEX: Enter the Gecko.


Eu tive que realmente ler as minhas reviews de GEX e de GEX: Enter the Gecko para lembrar que essa franquia é marcada por jogos QUASE bons. GEX é QUASE um excelente jogo de plataforma, mas... GEX: Enter the Gecko é QUASE um excelente plataforma 3D, mas...

Então a pergunta que não quer calar na fatídica e última aparição do nosso Gexonator nos videojogos é: e aí, agora vai? Será esse o jogo do Gexonício que ficará marcado em nossas memórias para sempre?

POSSO TE GARANTIR QUE NÃO SERÁ. EXISTE UM MOTIVO PELO QUAL NINGUÉM LEMBRA DE GEX HOJE EM DIA, TE GARANTO.

Bem, é aí que nós discordamos, Jorge. Existem dois grandes motivos sim pelos quais esse jogo entra na galeria de frente da história dos videogames!


ESSA NÃO VAI SER A ÚLTIMA VEZ QUE VC VAI FAZER ESSA PIADA DE "DOIS GRANDES MOTIVOS" NESSE TEXTO, É?

Você deveria me conhecer melhor que isso, estamos a quase nove anos nisso... Mas seja como for... será que esse jogo ficará marcado pelo GAMEPLAY? 

EU DE ALGUMA FORMA DUVIDO MUITO DISSO...

Certo, vamos começar pelo começo e por isso eu quero dizer que embora esse jogo tenha sido lançado para PS1 e Nintendo 64, é indiscutível que a única versão que deve ser jogada é a de PS1. Qual é a grande diferença? No Nintendo 64 não existem cutscenes entre as fases devido as limitações de espaço no cartucho e existem dois enormes motivos pelos quais você vai querer ver as cutscenes desse jogo:


Nossa história aqui é que a Agente Xtra foi sequestrada para o mundo da televisão, e cabe ao nosso calanguíneo agente secreto resgar a toraxicamente avantajada colega, interpretada por Marliece Andrada - na época bastante popular devido ao seu papel em SOS Malibu, capas de Playboy, o pacote todo dos anos 90.


Bem, agora que discutimos os melões balançantes no meio da sala, podemos nos voltar para o jogo em si... ao que eu tenho que dizer que felizmente, a Crystal Dynamics cansou por um momento de contar o dinheiro que eles enchiam a raba com o sucesso de TOMB RAIDER 3: Adventures do Lara Croft e leram a minha review de GEX: Enter the Gecko.

ISSO NÃO FAZ O MENOR SENTIDO...

O que significa que a primeira coisa que tem que ser dita sobre esse jogo é que ele resolve o maior e mais ululante problema do jogo anterior: a camera não te odeia a um nível pessoal como se você tivesse dado um tapa na bunda da mãe dela e saiu gritando "ipalelê, mariamole e pavê!"

SABE, A CADA DIA QUE PASSA EU ME PREOCUPO MAIS E MAIS COM SUA SAÚDE MENTAL...
 
Minha degradação neurológica a parte, o fato é que o problema com a camera foi resolvido nesse jogo e ela não mais é imbuída do espirito Dora Aventureira de tentar descobrir alguma relíquia oculta em uma parede pixelada enquanto vc precisa dar saltos de precisão pixelar. Outras coisas também mudaram para melhor, o tail-bouncing - sua famosa "QUICADA DE RABA", Gextor MC do funk - agora é muito mais fácil de ativar, já que você pode apertar o botão de pulo a qualquer momento enquanto estiver caindo, não mais apenas em uma janela muito especifica de frames de animação que só faziam você falhar nos pulos, trazendo frustração e vazio por você ter falhado em tudo na sua vida exatamente como seu pai sempre te disse que você falharia e nunca te deu um abraço... mas onde eu estava?


Hã, suas carencias emocionais e totalmente é você que está chorando e não eu a parte, o fato é que o diferencial dos jogos de Gex sempre foram que as fases são paródias de filmes e televisão, e nesse jogo eles estão realmente inspirados na coisa. Temos uma fase em uma mansão que é inspirada nos mistérios de Agatha Christie, uma luta de chefe que é um evento de pay-per-view de wrestling e até mesmo uma fase de anime em que os inimigos são mechas e colegiais que lutam kung-fu because anime!

Melhor ainda pq não apenas nosso herói tem uma roupinha para cada nível (incluindo se vestir de MOBILE SUIT GUNDAM na fase do anime), como nosso calangaveo amigo mantem a voz macia e meio FdP de "dá pra acreditar nesse cara?" do comediante Dana Gould. Isso nos dá perolas especificas para cada fase, como na fase do especial de natal em que ele imita a voz do Fox Mulder e diz "Im telling you Scully, it’s a santa that kills!”, ou na fase do Egito que ele mete um "Ah, is this one of those pyramid schemes?"

Ou seja, como se tornou uma tradição na série, a graça do jogo é ver que paródia eles farão a seguir e que referencias dá pra pescar. Até pq esse jogo em particular aumentou em muito a dose de referencias nos cenários, e na maioria das fases dá pra ver uma palhaçadinha que vc fica "aaaaaahn, eu vi o que vocês fizeram aqui..."

Tipo essa fase que você encontra uma foto dos desenvolvedores do jogo fazendo cosplay de... Sailor Saturn e Speed Racer... por algum motivo...

Seguindo o jogo anterior, esse aqui também se baseia em SUPER MARIO 64 no sentido que você tem que rejogar as fases varias vezes, cada vez para atingir um objetivo diferente. A boa noticia é que agora são apenas três objetivos por fase (ao contrário de 5 do jogo anterior), então você precisa repetir as fases menos vezes. A notícia ruim é que você ainda repete as mesmas fases vezes demais, já que a Crystal Dynamics claramente não é o Miyamoto desenhando.

Isso quer dizer que em metade do tempo, os três objetivos diferentes justificam as visitas repetidas a mesma fase, mas na outra metade todos os três controles remotos exigem que você refaça as mesmas ações e basicamente repita o nível três vezes da mesma maneira, já que você só pode obter um controle remoto principal por vez. O pior infrator é a fase "Mythical Station", pq essa fase da mitologia grega é longa e confusa e ter que fazer ela três vezes praticamente igual não é que o jogo evita. Mesmo com referencias ao Hercules do Kevin Sorbo.


Felizmente, o jogo pode ser completado com apenas 30 controles remotos, o que significa que você não precisa fazer os três objetivos mais o extra de coletar 100 moedas em cada nível. No entanto, é sempre um mau sinal quando você é grato por jogar "menos" do jogo.

Concluindo, quando comparado ao primeiro jogo 3D Gex, este jogo é altamente louvável. No entanto, esses dois jogos não existem no vácuo e olhando em retrospecto eu tenho que dizer que fui generoso demais com GEX: Enter the Gecko, porque mesmo depois de muitas melhorias, o jogo não se compara aos melhores jogos de plataforma 3D da sua época. Na maior parte do tempo ele é competente e ocasionalmente brilhante, mas então não tanto assim e não por muito tempo. Na imensa maioria do tempo ele é apenas um jogo de plataforma 3D arrumadinho, mas sem nada de realmente especial.


Provavelmente esse jogo é mais lembrado por ser o jogo onde no final o lagarto passa a jiripoca (que ele nem tem, sendo um lagarto afinal) na capa da Playboy, com direito a gemidos e tudo. Because anos 90.

MATÉRIA NA AÇÃO GAMES
EDIÇÃO 138 (Abril de 1999)


EDIÇÃO 139 (Maio de 1999)


MATÉRIA NA SUPER GAME POWER
Edição 058 (Janeiro de 1999)


EDIÇÃO 061 (Abril de 1999)


EDIÇÃO 063 (Junho de 1999)


EDIÇÃO 067 (Outubro de 1999)


MATÉRIA NA GAMERS
Edição 038 (Março de 1999)


EDIÇÃO 045 (Outubro de 1999)