O ano é 2998. Jair Trump Jr XXIII. é eleito presidente da Terra pela décima segunda vez consecutiva, e graças a uma coincidencia totalmente não relacionada, o planeta está em vias de se tornar inabitável graças a poluição e deterioração do meio ambiente de forma geral.
Tá meio marrom essa Terra, bora passar um paninho nisso dae! |
Diante disso, a humanidade adota a única medida capaz de resolver uma situação dessas: desenterrar seus DVDs de Wall-E e copiar o plano que não deu certo naquele filme. Como esperado do nosso grande lider JTJr XXIII!!!
Mas sério, o plano da raça humana é mesmo picar a mula pra fora do planeta, deixar alguém limpar tudo e voltar quando a barra que é gostar de você estiver limpa.
Só que ao invés de deixar robozinhos caristmáticos inspirados no Johnny-5 limpando a bagunça, o plano aqui é contar com o trabalho do Dr. Bruford para limpar a coisa toda. Mais especificamente, a única esperança da humanidade para a recuperação do planeta é a tecnologia desenvolvido pelo Dr. Bruford conhecida como "The Earth Renaissance Project".
Este programa revolucionário iria limpar a superfície da Terra e aproveitando uma fonte de energia universal: Fusion. E, antes que você pergunte, essa é toda explicação que você terá sobre o que diabos é Fusion. Lide com isso.
De qualquer forma, para converter criar energia de fusão que de alguma forma vai limpar o planeta, a estratosfera da Terra teria que ser submetida a quantidades letais de energia radioativa. Por isso, para sobreviver a esse período, a humanidade teve que deixar o planeta e dormir em crio sono a bordo de naves colonias durante um ano.
Agora, você deve estar se perguntando como diabos toda população da Terra caberia em naves. Bem, a resposta é bastante simples: não cabe. Apenas os escolhidos foram dormir lá fora, todo resto da humanidade "menos essencial" vai apenas cozinhar com radiação na bunda porque fodam-se vocês pobraiada.
Presidente JTJr XIII dando seu parecer pela operação do plano |
Quem não está feliz com essa situação é o Dr. Bruford, que decide que se ele vai ser o responsável por exterminar 2/3 do planeta, então ele deve assumir a responsabilidade por seu crime. Desta forma, ele decide ficar na Terra durante o tratamento radioativo.
Nobre, não?
O que ninguém sabia, entretanto, é que o Dr. Bruford sabia mais sobre os efeitos da radiação do que ele estava dizendo. A radiação de fato eliminou a poluição da face da Terra, porém um efeito menos esperado é que transformou todos habitantes da Terra em mutantes, inclusive ele.
E assim quando a raça humana voltasse para casa depois da sua soneca espacial, ele seria o chefe da porra toda com seu exercito de mutantes. A audácia do bofe!
Enquanto isso, a bordo das naves, o conselho de adminstração do grande cochilo estava acompanhando essa putaria toda do Dr. Bruford e decide fazer algo a respeito. Não, não bombardear a Terra de órbita geoestacionária, isso seria muito prático e não teria jogo.
Invés disso eles decidem fazer algo bem, bem mais legal: criar o "Projeto Saber", que é basicamente pegar três humanos, enfiar tecnologia até na bunda deles e manda-los para a Terra como ciborgues para chutar a bunda do Dr. Bruford.
Infelizmente o projeto não é tão bem executado assim, e um dos três ciborgues dá pau e logo é capturado pelos mutantes do Dr. Bruford, sendo reconvertido e se torna um boss recorrente contra o qual você tem que lutar durante o jogo.
Tu era meu brother, Cyber-Anakin! |
Sabe, essa é uma história... interessantemente elaborada para um jogo de Super Nintendo. Não que influencie alguma coisa no gameplay, mas a ideia é realmente boa e por isso eu realmente parabenizo este jogo.
Assim nosso menino Ciborgue Allen-magia e Sheena-waifu aguardam suas epopeicas aventuras de corridas sabrescas! Mas... como é o jogo?
Capa japonesa que acabou não sendo lançado no Japão, porém ainda sim conta uma representação bem mais interessante dos personagens - como d ecostume |
A coisa que você mais ouvirá a respeito desse jogo é que ele é um tipo de "versão do homem pobre" do arcade Strider - que nunca foi lançado para o SNES, afinal. A base dessa argumentação é que o ataque do personagem é alguma coisa similar, e pode se notar a inspiração claramente:
Strider, Arcade de 1990 |
... em comparação, Run Saber realmente parece um Strider pobre |
Outra coisa em comum que Corre Sabre possui com Strider é a habilidade ninjagaidenesca do personagem de grudar em paredes e andar pendurado no teto e essas coisas. Na verdade, todo level design é desenhado em volta disso e, mais uma vez, não tem como negar as semelhanças entre nos aracnideos herois.
Mais uma vez, Strider fez primeiro... |
... e seu primo pobre fez de novo, sem o cyber-macacão fazendo um depósito no Bank of Boston. Menos classy. |
Porém enquanto essas alegações são verdadeiras, a grande diferença está na execução delas. Veja, Strider tem um problema horrendo que não existe aqui, e isso por si só esse jogo já é melhor. Quando você pula em Strider, o pulo é completamente travado e você não pode mudar a direção do seu personagem no ar. O que é uma bosta, acredite.
Run Saber não tem essa putaria de travar o seu pulo, o que torna esse um jogo muito mais agradavel de jogar. Não apenas isso, mas os controles respondem satisfatóriamente bem: seu personagem responde bastante como você quer, do jeito que você quer.
Inclusive você pode destruir os projeteis adversários com seu ataque, e o jogo conta com isso te dando jogabilidade suficiente para você conseguir executar tal. O que é niiiiiiice.
Agora, o fato pelo qual Run Saber seja mais justamente celebrado é que é um dos raros jogos de ação cooperativos do Super Nintendo. Mais raro ainda que o jogo flui tranquilamente com dois players, não tem aquela coisa de um jogador ficar trancando a tela do outro ou empurrando o outro... porque THE BLUES BROTHERS achou que fazer um jogador empurrar o outro em um jogo de plataforma daria certo é algo que eu não consigo imaginar, mas enfim...
O meu ponto é que um coop que funciona ao que se propõe a fazer tanto quanto é possível, e novamente isso é algo que merece ser elogiado.
Legal que o Allen-magia tem o ataque mais horizontal, enquanto o da Sheena-waifu privilegia o vertical |
Outra coisa que eu gostei nesse jogo é que level design das fases não é exatamente linear, mas não chega a ser labirintico dado que existe uma seta indicando a direção a seguir - algo similar ao que acontece em BRAM STOKER'S DRACULA (que também tenta ser um clone de Strider, BTW) só que sem a coisa do jogo bosta.
Isso quer dizer que o jogo então é topzera, chuchu belezinha do açucar mascavo? Bem, não. Ele é melhor que o jogo que o inspirou, mas isso não é dizer taaaaanta coisa assim. A verdade é que Corre Sabre tem um problema que coloca toda experiencia em cheque, e não é pequeno.
Acontece que o jogo é incrivelmente curto, em um rush pode ser terminado entre 25-30 minutos. Então, responda rápido, como você extende seu jogo de 25 minutos para justificar vender ele por 50 dolares em 1993? (seria quase uns noventa dolares hoje)
Pois é, exatamente. O jogo tem spikes de dificuldade bastante cheaps aqui e acola que quebram o fluxo do jogo com momentos toscos de "aha te peguei". Run Saber não é um jogo terrivelmente dificil por design, exceto em momentos que ele decide fazer cosplay de arcade faminto por suas fichas.
A sensação de estar jogando um arcade é real em alguns momentos, e isso não é uma coisa remotamente boa. O que é uma pena, porque de outra forma esse seria um jogo que faz tudo absolutamente certinho. Não apenas é o melhor dos clones de Strider, como é melhor que o próprio Strider.
Run Saber é um passeio curto, mas agradável até ele decidir não ser mais. Definitivamente o jogo não atingiu todo o seu potencial e talvez seu desenvolvimento tenha sido um rushado. O ataque é divertido, o pulo funciona bem e o cenário distópico pós-apocalíptico é bem criativo para um jogo de SNES. É um jogo ok, pena que poderia ir muito mais além.