domingo, 26 de julho de 2020

[AÇÃO GAMES 055] CHESTER CHEETAH: WILD WILD QUEST (SNES e Mega Drive, 1994)[#445]




Como prefácio desse texto, eu gostaria de evocar as celebres palavras da grande filosofa dos anos 90: "Alegria agora. Agora e amanhã. Alegria agora e depois. E depois e depois de amanhã." - Mercury, D. Alegria, yay, veja porque temos aqui outro jogo de Cheetos. Escuta, Chester Cheetah, eu sei que você é divertido nos comerciais... mais ou menos... mas precisamos REALMENTE de dois jogos que estrelam você? Honestamente? O primeiro foi absolutamente horrível, então eu não tenho motivos para imaginar que este será melhor.

Ah, e eu comi um saco de Cheetos ontem à noite, se alguém se importa. Pedaços de queijo cancerígenos deliciosos.


Infelizmente esse jogo não replica a presença de espirito do primeiro jogo, dizendo que "as is Chester Cheetah way, this is a one person play". Tenho que tirar pontos da continuação por isso
Enfim, lembra-se que no primeiro jogo, Chester teve que encontrar todas as peças de sua moto? Provavelmente não porque ninguém liga a mínima para aquele jogo... Bem, ele fez isso, e ele está andando de moto para HIP CITY. Sim, claro que ele está indo para MANEIRÓPOLIS, como não estaria... Então, ele estaria indo pra cidade descolada mas não se o Mean Eugene tiver algo a dizer a respeito disso. Quer dizer, Eugene rasga seu mapa dos EUA, então agora Chester não tem idéia de para onde diabos está indo. Ele não tem um GPS, afinal. Então cabe a Chester, basicamente, percorrer os EUA, viajar para vários estados, derrotar muitos chefes e encontrar o mapa para que ele possa chegar em tempo a uma festa com todos os seus amigos.

Eu nem sabia que Chester tinha amigos. E alguém sabe se Mean Eugene esteve em algum daqueles comerciais de Cheetos naquela época? 

Ok, antes de prosseguirmos eu preciso dizer uma coisa antes: o objetivo de cada fase é encontrar o pedaço do mapa, o jogo não deixa você terminar a fase se não tiver coleado o mapa. Até aí ok, meio paia mas já vi piores. O problema é que quando você coleta todos os pedaços do mapa e junta eles, o mapa é isso:


Serião, Chester, você realmente não pode continuar sem o pedaço do mapa que está faltando? Quer dizer, você meio que já não precisava de um mapa em primeiro lugar para andar no que é praticamente uma linha reta que cobre a distancia de cinco leitos de rio - mesmo que fosse o Rio Negro & Solimões (sim, pra mim é uma coisa só), porra, o quão dificil é você realmente achar seu caminho cara?

Mascote estúpido com seu mapa estúpido...

Enfim, esse é um daqueles jogos que "meio que" lembram Bubsy. É claro que Bubsy era muito pior e usado pessoalmente por Dick Chenney como forma de tortura, mas a sensação é que parece que eles estavam tentando aproveitar o que Bubsy fez de semi-certo e aplicá-lo a este jogo. Claro, que com uma proposta dessas e um mascote que vende cancer sabor queijo, só dá pra esperar que o jogo vá até certo ponto.

UGH, vamos acabar logo com essa porcaria...

Chester demonstando seu ataque especial de SARRADA AEREA. Um jogo a frente do seu tempo.
Bem, para surpresa de todas as pessoas que jogaram esse jogo (o que significa basicamente eu e o Ioio da Ação Games, um clube seleto apenas de campeões), eu diria que o desastre não é tão feio quanto você poderia esperar. Com efeito, uma coisa que direi logo de cara é que este jogo é MUITO melhor do que o primeiro. Mas eu estou falando tipo exponencialmente melhor. Claro que pode ser argumentado que isso não é tão dificil assim também, mas uma vitória ainda é uma vitória.

É quase como, olha que loucura, eles realmente quisessem fazer algo divertido de se jogar com esse mascote e tiraram dois minutos para desenhar fases que não odeiam o jogador a um nível pessoal. Diabos, eles chegaram a aplicar alguns efeitos de sombreamento em tudo, para que não parecesse uma bagunça chapada na tela como no primeiro jogo!

Chester Cheetah enfrenta aquela que sempre associamos como maior nemesis dos salgadinhos: a Mary Poppins pelancuda de férias! Espera, o que?
A jogabilidade é muito parecida com outros jogos de plataforma em 16 bits medíocres da época. Mencionei Bubsy anteriormente, e isso é porque o jogo tem o zoom enfiada no toba da pantera e não dá pra ver muito afrente. A diferença é que aqui tem muito menos momentos de "aha, te peguei!" do que em Bubsy (ou seja, o jogo inteiro) e mais sim do que não dá pra seguir adiante mesmo sem conseguir ver dois passos para frente.

Adicionalmente, aqui Chester não é tão floaty ou incontrolável assim também. O felino maneiro tem um peso decente na sua mão e a detecção de colisão foi melhorada, então pular nos inimigos é algo que pode ser feito. Os níveis são espaçosos, mas curtos: a maioria das fases pode ser terminada em um minuto ou dois. O que sucks, mas pelo menos um nível grande e ruim que termina rápido do que um nível grande e ruim que você fica preso nele.

Ou seja, jogar esse jogo está no lado ruim do espectro de medíocridade, mas ao menos é funcional. O que, para um jogo de mascote dos anos 90, é algo que deve sempre ser celebrado. Agora, sabe o que me deixa REALMENTE feliz? Lembra do primeiro jogo, como você precisa de tênis para se mover remotamente mais rápido do que uma lesma com torcicolo?

Você morre com apenas um hit, mas se tiver pego o item pacote de Cheetos tem uma energia extra. Felizmente os inimigos respeitam o licenciamento do jogo e esperam você comer o produto sendo vendido.

Bem, agora Chester pode realmente correr por conta própria. LOUVADA SEJA A SKYNET! Um Cheetah que corre ..... o fato de eu realmente poder MOVER neste jogo significa que ele pode até ser apreciado! Um pouco, não muito, mas ainda menos que nada.

O jogo se passa em dez estágios, com nomes baseados em cidades dos EUA só que adaptados para serem piadas de Tio do Pavê como Austin, no Texas que virou "Lostin" ou Little Rock no Arkansas que virou "Little Shock". Como eu disse, humor level tio do pavê hard. Cada fase também tem uma projeção estereotipada do estado onde você está. Arizona? Deserto. Montana? Níveis de neve. Califórnia? Ponte. Os inimigos também são projetados com base nos níveis - é claro, você tem alienígenas em Nevada e vacas no Kansas. Quer dizer, eu acho que são esses os estados baseados nos estereótipos, não tenho certeza se eles realmente pq eu não estava prestando atenção nos locais exatos no mapa. Se você conhece o mapa dos EUA de cor, taí uma boa diversão pra toda família.

Enfim, no final de cada fase você enfrenta um chefe que é chupinhado de Sonic, apenas com detecção de colisão piorada mas ainda sim um grande avanço em relação ao primeiro jogo onde tinha chefes que você tinha apenas que ficar parado.

Voe pequeno felino louco, voe para nossos sonhos de coolicidade!
No fim do dia, Wild Wild Quest é muito mais agradável do que seu antecessor, mas isso não quer dizer tanta coisa assim realmente. Ainda é um jogo de plataforma MUITO esquecível, e a única razão pela qual eu não parei de jogar foi porque o super pulo torna as fases navegáveis - sem isso eu teria apenas desistido.

Você pode ver pelas imagens que parece muito melhor, e até os level designs são tão inferiores ao que se fazia na época, mas os controles ainda são muito frouxos e falta alguma ideia realmente interessante aqui para fazer esse jogo digno de ser lembrado.

Melhor que o primeiro, mas ainda não melhor que comer um saco de Cheetos.