Antes de começarmos, poderiamos tirar um momento para apreciar o quanto a capa japonesa do jogo é PUTA MERDA MUITO MAIS LEGAL que a americana?
Ah, Japão, você nunca nos desaponta... exceto por Eromanga Sensei... dammit, Japão...
Data estelar 2571-11, planeta Katakis. Essas são as viagens da U.S.S. C de Cilêncio, em sua jornada de 173 Ação Games para a exploraçãode novos jogos, para pesquisar novas aventuras, novos generos, audaciosamente indo onde nenhum gamemaníaco jamais esteve!”
Solitária, a Rvrlon 1 voa através dos limites mais distantes da galáxia lutando contra a terrível falta de wi-fi que acomete esta região. Porém, enquanto nosso herói tentava baixar toda coletanea de DVDs de Boku no Pico, mal sabia ele ...
... que com um flash de destruição, as forças malignas das MÁQUINAS conquistaram Katakis. Ok, eu não sou exatamente um engeneiro mecanio aqui, mas isso parece muito mais um cospobre de Galactus do que "as forças das máquinas".
Mas como, exatamente, você conquista um planeta com um flash de destruição? Ora, o jogo explica isso: o nosso Galactus de sérias restrições orçamentárias "congelou as pessoas desse mundo em eterna escravidão".
Porra, esse jogo foi escrito pelo autor do hino brasileiro?
Bem, seja o que for que o "MÁQUINA" tenha feito, o ponto é que o mal espalha sua malignidade a um ritmo malignante! Oh não!
Justiça! O pranto de um bilhão de almas ecoa através do espaço e finalmente chega até a ... sabe, eu acho que eles queriam dizer Avalon1 mas puta merda, que fonte ruim que eles utilizaram. Enfim, seu herói literalmente ouve o grito das pessoas assoladas pelo "MÁQUINA". Quer dizer, ele literalmente ouviu o grito delas. No espaço. Olha, eu não acho que é assim que isso funciona. Não é assim que nada disso funciona!
O som não se propaga no váculo. E mesmo que - de alguma forma - o som viajasse e chegasse até a nave, o som viaja muito mais devagar do que a luz. O que significa que levariam milhões de anos, talvez bilhões, até o pedido de socorro ser ouvido.
BEM, VOCÊ NÃO VIU NENHUMA PESSOA PARA SER SALVA NESSE JOGO, VIU?
Bem, não...
MAS VOCÊ ATIRA EM BILHÕES DE MONSTROS... VOCÊ JÁ SE PERGUNTOU COMO TEM TANTOS MONSTROS EM KATARKIS
Agora que você mencionou... realmente, milhões de anos sendo torturados pelo MÁQUINA eles se tornaram monstros... oh, não restou nenhum deles! Que coisa horrível, eu matei todos aqueles que eu deveria salvar!
ESTOU SÓ ZOANDO COM VOCÊ, ELES SÓ NÃO PENSARAM NA HISTÓRIA DO JOGO DIREITO. OU AT ALL.
Faz mais sentido.
Seja como for, os bravos guerreiros da USS Freedom Forces... espera, não era Avalon1 o nome da nave? Meu deus, essa introdução não tem 45 segundos e eles conseguem esquecer os nomes que eles deram? Pouta que o pariu...
De qualquer forma, nossos heróis entram em suas armaduras feitas do metal TURRICÃO e partem para... espera, como assim "heróis", no plural? Você joga completamente sozinho o tempo todo! Onde estão os outros turricões?
Enfim, essa é nossa aventura... não que faça alguma diferença, nenhuma dessas coisas que você viu até agora jamais serão mencionadas durante o jogo novamente, tanto que o último chefe é esse:
Olha, eu não tenho nada contra enfrentar um xenomorfo tão grande que o chão da fase é o rabo dele. Porém não é isso que me prometeram.
ENTÃO VOCÊ QUER O COSPOBRE DE GALACTUS DE VOLTA?
Err, deixa pra lá...
Outra coisa, no entanto, é que o seu personagem é esse:
Porém, o que me foi prometido na abertura do jogo foi isso:
Sério, jogo?
Mas ok, chega de conversa e vamos ao jogo. O primeiro Turrican é um jogo absolutamente bosta cuja única diversão dele pode ser extraída tentando adivinhar de onde os criadores roubaram os sprites, mecanicas e efeitos sonoros que eles usam no jogo. Sem mentira, o jogo é tão safado que eles usam a trilha sonora do filme de Transformers (a animação de 1986 que traumatizou uma geração inteira) como se fosse deles e fica por isso mesmo.
Sério, o criador do jogo Manfred Trenz não apenas "se inspirava" em outros jogos, ele roubava programações inteiras de outros jogos e apenas mudava os sprites
Você sabe que o homem é dedicado a safadeza quando ele decide roubar Toki! Puta merda, acho que a única pessoa que lembra desse jogo além de mim foi o lazarento que decidiu roubar ele!
Mas enfim, não é surpresa pra ninguém que Manfredo não é exatamente o que podemos chamar de um homem apaixonado por trabalhar duro. Adicione isso que são jogos de Amiga, e pronto, juntou a fome com a vontade de comer no ramo de jogos ruins.
Entretanto, não a mal que sempre dure e eventualmente as coisas estavam fadadas a melhorar. Isso porque, sendo avesso a pegar no pesado como era, Manfredo Safadão decidiu que não ia se dar ao trabalho de aprender a programar para uma arquitetura de 16 bits e não teve nenhum envolvimento com o desenvolvimento de SUPER TURRICÃO para o Super Nintendo. O fato do jogo estar rodando no maravilhoso, lindo e cheiroso Super Nintendo e não no acidente pancreático que era o Amiga também ajuda muito.
Então, Super Turricão é um jogo bom?
Hmm, "BOM" é uma palavra forte para se usar. Posso dizer que não é ruim como os Turricões de Amiga, mas também pouca coisa é pior que isso. É mais medíocre do que ruim, realmente. Mas, hey, um Turricão que não é dolorosamente ruim já é uma vitória no meu livro.
Em termos de gameplay, Super Turricão é uma espécie de cruzamento entre Contra e Metroid, você comanda um soldado em um traje robótico e o guia através de uma série de fases de rolagem lateral (embora os cenários sejam amplos, não chegam a ser labirinticos) cheios de monstros para explodir.
A seleção de armas parece uma versão do paraguai de Contra, você tem apenas três tipos de tiro e pega power ups para trocar. O problema é que os power ups são apenas jogados na tela de qualquer jeito naquele bom e velho padrão Amiga de (falta de) qualidade. E quando eu digo "jogados de qualquer jeito na tela", é exatamente disso que eu estou falando:
E conforme você vai atirando, mais power ups vão surgindo |
Além disso, você pode rolar em uma bola como a Samus, because isso ainda é Turricão e não será Turricão se não chupinhar outros jogos.
Mas o Super Turricão tem algumas inovações para acompanhar os elementos "emprestados" de outros títulos - um interessante é o raio paralisador. Mantenha o botão pressionado para manter o raio e pressione esquerda ou direita para faze-lo girar pela tela. Os inimigos atingidos pelo raio são paralisados, durante o qual você pode usar outro botão para mata-lo com sua arma principal.
Tecnicamente o jogo é muito bem programado, tem sempre muitas coisas na tela ao mesmo tempo sem slowdown, mas músicas rodam macias no seu ouvido (ou talvez porque eu conheça Turricão do Mega Drive, e quase tudo no Mega Drive soa como um viajante do tempo engasgando com bacterias prehistórica).
Não é um jogo que faz nada de realmente especial, mas pelo menos não é ruim. O que, para uma série que veio do Amiga, é até onde dá pra chegar.
MATÉRIA NA AÇÃO GAMES
VERSÃO PARA SUPER NINTENDO
Edição 039
Edição 056
PREVIEW NA EDIÇÃO 055
MATÉRIA NA SUPER GAME POWER
VERSÃO DE MEGA DRIVE
Edição 002