sábado, 11 de julho de 2020

[AÇÃO GAMES 036] LETHAL WEAPON (NES, 1993) [#430]




Tantas crianças adoraram Lethal Weapon 3, o filme violento e cheio de palavrões com Mel Gibson e Danny Glover, que a Ocean sentiu que precisava fazer não um, mas DOIS jogos disso. Depois do sonolentico e apenas meramente acima do injogavel LETHAL WEAPON do SNES, um jogo de plataforma terrível.

Seguido a isso ela decidiu variar e fazer um beat-em-up... apenas levemente menos terrível. Porque você sabe,  as crianças que tinham um NES realmente precisavam de um jogo baseado em um filme de buddy cops no qual Joe Pesci é irritante e xinga muito tanto quanto as crianças que tinham um Super Nintendo. 


Aqui você joga como Riggs ou Murtaugh e enfrenta o cartel mundial de bandidos genéricos. Sério, você está dando socos, chutes  e tiros em comunistas chineses, rebeldes rastafarianos, caras bombados de tanktops, americanos gordos e tristes, e muitos muitos caras genéricos sem camisa do começo ao fim do jogo. Pense em um cara que já levou tiro de mocinhos em um filme de ação mas você não prestou atenção nele, provavelmente ele estará nesse filme. 



Seria até engraçado, se os resultados não fossem tão chatos. Isso seria passavel se esse fosse um beat-em-ups para dois jogadores (o que faz sentido em Máquina Mortífera, de todas as coisas), mas a Ocean decidiu que foda-se você. Quer dizer, você ainda pode ter um amigo por perto para apertar botões para você quando o tédio consumir toda a essencia da sua alma, mas meio que é isso. Lethal Weapon é apenas para um jogador. 

Apesar da mediocridade geral do jogo e completa falta de qualquer coisa minimamente interessante para se fazer, ele controla surpreendentemente bem e a dificuldade é razoavel. Os três primeiros níveis são bastante fáceis, mas começa a ficar um pouco mais difícil a cada etapa que passa. Outra coisa que o jogo faz certo é que os personagens são diferentes entre si: Riggs é rápido e ágil (devido ao seu penteado aerodinamico, sem dúvida) e Murtaugh é mais forte, mas mais lento. 



Apesar de acertar nas pequenas coisas, Lethal Weapon não passa nem perto de acertar no que realmente importa. Como a maioria dos beat-em-ups, o objetivo é avançar e parar periodicamente para combater alguns bandidos, mas não há nuance, variedade ou qualquer coisa interessante nos inimigos, pois eles são todos iguais. 

Para aumentar essa falta de variedade, eles não têm padrões de estratégia ou ataque. Eles vêm para cima do jogador gritando "sou animal! Sou animal!", e é só. Além disso, não tem como desviar porque as hitbox do jogador é muito grande. Ocasionalmente, um helicóptero aparece para adicionar tempero aos procedimentos, mas são necessários apenas dois hits para derrota-lo. Se você sempre quis saber quantos socos precisa para derrotar um helicoptero, a resposta é dois. 



Os chefes também são profundamente sem originalidade, por exemplo: um homem gordo, um cara de kung-fu sem camisa e um homem de terno, e agem da mesma forma que bandidos comuns, apenas com mais pontos de vida. Eles também não têm padrões de ataque ou pontos fracos para o jogador explorar.

A única coisa realmente única nesse jogo é o sistema de trocar de personagem, você tem que... sair pela esquerda da tela para trocar entre Riggs e Murtaugh. O que não faz sentido nenhum, um dos caras está sempre seguindo a dois passos fora da tela e eles fazem um tag team no meio do tiroteio? Hã?



Enfim, Lethal Weapon é essencialmente um jogo da Ocean, o que implica dizer que ele é mais uma adição à longa lista de jogos que não precisavam ser feitos.