Em 2018, a Sony lançou um dos jogos mais aguardados de todos os tempos: um reboot da franquia mais popular do Playstation com o orçamento de 147 indochinas. O resultado foi God of War, um jogo que foi um sucesso emocional e mecanico como poucas vezes visto na história dos videogames, resultando em vendas igualmente satisfatórias: 5 milhões de unidades vendidas apenas no seu primeiro mês de lançamento.
Em 2022, Pokémon Scarlet e Violet foi o nono jogo de uma franquia amplamente criticada por não mudar em absolutamente nada nos ultimos 25 anos, e pior que isso, um jogo lavado de bugs e falhas de perfomance que faziam o jogo rodar no Nintendo Switch a 12 quadros por segundo em algumas areas. É indiscutivelmente o pior jogo lançado em toda franquia Pokémon, na forma que saiu.
Pokémon Scarlet e Violet vendeu 5 milhões de unidade em apenas três dias. Isso é o quão grande Pokémon é.
Originalmente, esse post deveria ser apenas sobre Pokemon Stadium (que na verdade é o 2, o primeiro nunca saiu do Japão). Mas então, Pokémon Stadium nada mais é do que um RPG sem o RP, é a apenas a parte das lutinhas sem a parte do roleplay.
Enquanto isso não é sem méritos, dados que entraremos no combate mais pra frente, mas a grande real graça do jogo é que você pode importar seus pokémons do gameboy para o Nintendo 64.
Claro que quando eu era criança isso sempre foi algo que eu quis fazer, só faltavam duas coisas: o Nintendo 64 e o Gameboy. Felizmente, isso não é um problema hoje e eu pude realizar meu a muito esquecido sonho de infancia.
Então, embora normalmente eu não fale de jogos de Game Boy aqui, essa é uma ocasião especial. Vamos então começar por Pokémon... mas por onde exatamente começar com uma franquia tão grande que representa tanta coisa?
QUE TAL PELO COMEÇO?
Hm, é tão louco que pode funcionar. Vamos lá então: existe um certo numero de RPGs para o Game Boy, então o que exatamente faz Pokémon especial?
Bem, não existe alguma resposta simples para essa pergunta, realmente. Para algumas pessoas é o aspecto de colecionar monstros. Algumas pessoas gostam do cenário competitivo de batalhas. Algumas pessoas simplesmente gostam de coisas fofas. Algumas pessoas jogam por nostalgia. Algumas pessoas gostam de combos e min-maxing. Não existe uma única resposta, e todas essas são respostas certas.
Vê, a coisa é que os jogos de Pokémon são um conceito muito simples que qualquer um pode entender, mas ao mesmo tempo há muita profundidade que poucos RPGs podem se orgulhar de apresentar, o que torna as batalhas competitivas muito estratégicas.
A uma camada superficial, Pokémon funciona muito como Pedra-Papel-Tesoura. A grama vence a água, que vence o fogo, que volta e vence a grama, e coisas assim. Exceto que em vez de apenas três "mãos", há 18 tipos de Pokémon para trabalhar! E a maioria dos Pokémon são de dois tipos, elevando o número para 324 combinações possíveis.
Ainda sim, o jogo não torna isso mais complicado do que precisa ser, e se apenas se apegar ao principio que um pokemon psiquico é forte contra um tipo lutador (porque a mente vence o corpo) e um tipo lutador é forte contra tipos normais porque... hã... um lutador vence uma pessoa comum? Eu não sei, cara, mas vc precisa apenas saber os tipos básicos para jogar o jogo.
MAAAAAAAAS... se você quiser afundar os dentes nisso, bem, Pokémon é um dos RPGs com o sistema de combate mai ssurpreendemente complexo que eu já vi na vida. Se não acredita em mim, veja essa analise de uma build de um dos 150 pokemons disponíveis no jogo:
Esses são os movimentos que a Rapidash aprende apenas no level up (sem contar os que podem ser ensinados por itens), dos quais você pode ter no máximo 4 de cada vez |
Meu Dragonite, por exemplo, tinha a seguinte build: primeiro, ele gasta um turno usando o movimento Agility, que não causa dano mas aumenta a velocidade do seu pokemon - o que, somado aos atributos do Dragonite, garantia que ele agisse antes do oponente em cada turno.
Por que é importante agir antes do oponente? Porque ele tem um movimento chamado Wrap que, apesar de não ter muito forte e ter apenas 70% de chance de acertar, se for usado antes impede que o adversário aja naquele turno durante 2-5 turnos. Como a velocidade do Dragonite já estava aumentada e quase nada no jogo agia antes de mim, cada ataque o Dragonite tem 70% que pelos próximos 2 a 5 turnos o oponente não pudesse fazer nada. Some a isso que ele é um pokemon tipo dragão/voador, e bem poucos ataques são eficientes contra ele.
Existem, é claro, meios contraatacar o meu setup com pokemons e builds especificas, e aí você considera que seu grupo pode ter 6 pokemons e que você nunca sabe quais vão ser os seis pokemons do adversário ou que builds ele vai usar, e temos uma possibilidade infinita de combinações aqui. Não é atoa que o cenário competitivo de Pokemon está hoje mais forte do que nunca - especialmente com o modo online, você não precisa mais fisicamente conectar seu Game Boy com o coleguinha e dá pra começar a entender porque a ultima iteração de Pokemon vendeu 5 milhões de cópias em 3 dias.
Porém, como eu disse, esse aspecto profundamente complexo do combate é inteiramente opcional e reservado ao multiplayer (originalmente através de linkando dois Game Boy, hoje através do online no Switch), para jogar o jogo mesmo vc só precisa saber que terra perde para planta porque as plantas crescem na terra, que planta perde para voador porque passarinhos comem as plantas e que voador perde para eletricidade porque... hã... eletricidade estática do ar? Eu sei lá, cara, só sei que é assim.
Mas então enquanto o combate profundo é parte da chave do que mantém pokemon vivo até hoje, não é nem de perto seu principal atrativo, ao menos não para mim - que nunca sequer tinha feito uma batalha competitiva até os tempos modernos.
A coisa é que no grande esquema das coisas, Pokémon essencialmente é sobre uma grande aventura. Sair sozinho para o mundo amplo com queridos amigos animais, seus companheiros de uma jornada inesquecível para lhe fazer companhia... você entende porque isso funciona, certo? Quando você é criança, Pokémon é apenas um jogo, é uma aventura. A tensão de entrar nas cavernas enevoadas do Monte Moon, o momento de tirar o fôlego quando você entra na Victory Road para desafiar a Elite Four, o momento culminante quando você encontra um monstro lendário escondido nas profundezas de uma caverna cheia de puzzles... todos esses são momentos que você levará para sempre em seu coração.
E então, como isso não é desafio mais para os jogadores mais maduros que começaram a achar os jogos obsoletos, na internet os fãs inventaram o "Nuzlocke Challenge", onde se um Pokémon desmaia em batalha, ele é considerado morto e deve ser solto. Combinado com regras rígidas de que Pokémons vc pode capturar, esse desafio adiciona uma camada de desafio que separa os treinadores dos meninos.
E existe, é claro, a questão dos monstros em si. Nos anos que se seguiram, inúmeros, incontáveis clones tentaram emular a formula de Pokemon porém eu não acho que nenhum chegou perto de realmente acertar a mão no uqe fazia os 151 monstrinhos iniciais do jogo da Game Freak tão carismáticos em primeiro lugar.
A grande coisa aqui é que Pokémons são, essencialmente, animais. Com uma inteligencia quase humana em alguns casos, mas eles nunca deixam de ser animais. Isso quer dizer que eles não falam como os Digimons e certamente não fazem trocadilhos e são engraçadalhos como os Medabots, eles são mesmo apenas animais no fim do dia. Todo mundo que já teve um pet, um cachorro, um gato, uma tartaruga chamada Astolfo, consegue entender esse conceito, o que tem de tão especial nisso.
Imagine que você é uma criança e pode viajar o mundo e ter aventuras com seu cachorro de estimação, só que ele tem super poderes! Isso não seria uma grande aventura? E claro, existem Pokémons para todos os gostos e personalidades. Existem Pokémons que são fofos pela fofura, existem Pokémons que são badass e misteriosos, existem Pokémons esquisitos que só você entende o que tem de especial nele, existem Pokémons mecanicamente roubadaços que te fazem ser um campeão. Não importa quem você seja, do que você goste, existe um Pokémon pra você.
O meu Pokémon favorito, por exemplo, é o Mimikyu, O Mimikyu, saiba você, é o Pokémon mais feio do mundo. Ele é tão horrível, tão lovecraftianamente pavoroso que ele a entrada dele na Pokédex diz que o pesquisador que olhou diretamente pra ele entrou em coma com o choque o horror do que ele é.
Isso faz dele também... o Pokémon mais solitário do mundo. Tão solitário, de fato, que ele veste uma fantasia de Pikachu porque se as pessoas gostam do Pikachu então talvez se ele parecer com um alguém possa gostar dele também. E a fantasia é malfeita, claro, porque ele é só um Pokémon e não sabe realmente costurar, mas é o que ele pode fazer para tentar ser "normal" e quem sabe assim alguém gostar dele. Para uma criança que cresceu com (e honestamente, um adulto que ainda tem) problemas de auto imagem e que sempre fez tudo que pode (e falhou) para tentar ser "normal" na esperança que assim alguém gostasse de mim... eu te entendo, Mimikyu. Eu realmente te entendo, irmão.
E claro, não realmente atrapalha o fato que ele é um Pokémon tipo Fantasma-Fada, uma combinação absurdamente rara que tem pouquíssimas fraquezas. Tem isso também.
Mas então, hoje com mais de mil Pokémons alongo de 25 anos, Pokémon tem certamente tem algo para todo mundo. Seja uma bola de fofura cantora que você simplesmente não consegue vencer no SUPER SMASH BROS. (vulgo Arceus), seja literalmente DEUS (Arceus) ou literalmente o DIABO (Giratina), seja um chaveiro senciente (Klefki) porque foda-se. Seja o que for que você quiser, existe um Pokémon pra você.
O anime tornou isso extremamente mais marketeavel ainda fazendo os Pokémons repetirem os próprios nomes (ou eles foram nomeados com base no som que eles fazem, mais precisamente), porém isso é algo que até hoje os jogos diferem onde os Pokémons fazem sons de animais ou... o som que um sorvete senciente faria, eu acho, porque tem um Pokémon disso também...
Seja como for, o conceito é tão forte, tem uma conexão tão pessoal com a criança interior de cada um de nós que o anime de Pokémon, que sejamos francamente não é lá muito bom quando você olha para ele criticamente e em termos de desenvolvimento de personagens, deflagrou uma febre mundial que você só pode comparar com os Beatles, Michael Jackson, Tailor Swift e Jesus H. Cristo.
O ano é 1996, Pokémon Red e Green acabaram de ser lançados no mercado japonês. O lançamento é pequeno, para a Nintendo era apenas um RPG para Game Boy de uma Third Party que nem era particulamente espetaculosa (até aquele ponto, a Game Freak era conhecia por jogos criativos mas não tão especiais assim de Mega Drive como MAGICAL TALULUTO-KUN e PULSEMAN).
O jogo tem bons números de lançamento, mas nada muito especial também. Só que então o boca-a-boca das crianças japonesas começa a se espalhar, de repente todas as crianças estão trocando Pokémons ou batalhando com seus Game Boys (já que uma sacada genial da Game Freak é que existem duas versões iniciais do jogo, Red e Green, e nenhuma tem todos os Pokémons, vc só pode conseguir todos trocando com seus amiguinhos).
Pokémon lentamente tomou o Japão ao longo de um ano, eventualmente vendendo mais de 4 milhões de unidades naquele período. 9 meses após o lançamento inicial, o jogo de cartas colecionáveis foi lançado, não ajudando Pokémon a alcançar novos clientes, como varrendo MAGIC THE GATHERING para fora do Japão.
Um dia eu falarei mais especificamente sobre o card game de Pokemon (que alias se tornou uma febre na internet esses dias, com o seu modo online finalmente sendo lançado), mas por hora saiba que o jogo de cartas colecionáveis foi outro sucesso tão grande quanto.
Em abril do ano seguinte, o anime foi lançado. Fomos apresentados a Ash, (ou Satoshi, como ele é conhecido no Japão, e é por isso que o Pikachu chama ele de "pi-ka-pi", tem três silaba por causa de "Sa-to-shi"). O anime leva o conceito de Pokémon para quem nunca jogou os jogos, dando mais tempo de tela para os Pokémons mostrassem suas personalidades e características - algo bem dificil fazer com as limitações óbvias do pobre Game Boy.
A franquia continuou crescendo em população no Japão, chegou ao ponto em que a Air Nippon Airlines pintou um avião de passageiros Boeing 767 inteiro. Isso começou a atrair a curiosidade de algumas pessoas no ocidente, que começaram o que caralhas esse tal de Pokémon que o Japão não conseguia parar de falar por um momento sequer. A contaminação mundial do vírus de Pokémon era apenas questão de tempo.
Não muito tempo, saiba você, porque poucos meses depois que o avião foi pintado, Pokémon Red e Blue (por algum motivo mercadológico Pokémon Green deu lugar ao Blue no ocidente) foram lançados em todo o mundo, primeiro nos EUA e depois na Europa. Foi quando a Pokemania explodiu em algo que o mundo nunca tinha visto antes.
Assim como no Japão, as pessoas no ocidente assistiam ao anime. Ele rapidamente se tornou o programa infantil mais assistido nos EUA, com mais de 5 milhões de pessoas assistindo a cada episódio. Para acompanhar o animes, todo mundo queria jogar os jogos. A IGN deu a Red/Blue uma nota 10/10, ele se tornou o título game-boy mais vendido de todos os tempos e o jogo mais vendido do ano.
E puta que me pariu em chamas holisticas, esse ano é nada menos que 1998. Você sabe o que é ser ojogo mais vendido de um ano que teve THE LEGEND OF ZELDA: Ocarina of Time, GRAN TURISMO, RESIDENT EVIL 2 e HALF-LIFE? Não é pouca bosta, para dizer o mínimo!
Então pegamos as cartas, todos coletavam as cartas. O anime e o jogo foram enormes, não se engane, todas as crianças no parquinho assistiram e jogaram. Só que o card game eram uma besta inteiramente diferente. Até mesmo as pessoas que não tinham interesse no resto gostavam do card game. Os parquinhos estavam cheios de crianças lutando e trocando pokémons na tentativa de "Pegar todos", fosse no Game Boy, fosse no Card Game, fosse falando sobre o anime.
Logo, a Pokemania não era mais um anime, um jogo de Game Boy e algumas cartas. A Pokemania se tornou um fenomeno cultural, retroalimentada por publicidade e mercadorias que Pokémon parecia ter spawnado quase da noite para o dia - porque, hey, não é como se a sua franquia fosse essencialmente CENTO E CINQUENTA E UM MASCOTES, não é mesmo?
Sério, uma empresa ou um jogo se tiver muita sorte consegue emplacar um mascote para vender pelucias, adesivos, camisetas e chaveiros. Final Fantasy tem o Chocobo. A Elma Chips tinha o CHESTER CHEETAH. A 7UP tinha o COOL SPOT. Pokémon tinha CENTO E CINQUENTA E UM desses caras. Você consegue entender o tamanho disso?
Era uma máquina de imprimir dinheiro, ainda é, já que Pokémon é a franquia mais lucrativa da história do entretenimento. Mais que Star Wars, mais que a Marvel, a WWE. Pokémon é uma máquina bem lubrificada de imprimir dinheiro e que até hoje não dá o menor sinal de desacelerar.
Foi lançado todo tipo de produto de Pokémon que você puder imaginar. Eu digo tudo mesmo: lamen, feijão assado, cereais, picolés, meias, tazos, chaveiros (incluindo um chaveiro do pokemon que e´um chaveiro, eu vi o que vocês fizeram aqui), waffles... a lista é infinita. O que você conseguir pensar, tem um produto com a marca Pokémon. E se não tivesse, então não era comprado. Em 1998, Pokémon não era uma estratégia de marketing, era uma estratégia de sobrevivencia. Não ter o tema Pokémon em seu produto era um prejuízo para sua empresa.
A 4Kids, a empresa que trouxe o anime para o ocidente, passou de US$ 2 por ação para mais de US$ 90 durante esse período. Não eram apenas os itens de loja que tinham temas Pokémon. Tudo tinha. Vá ao Burger King para comer alguma coisa, compre um brinquedo Pokebola. Quer um novo jogo de tabuleiro, compre um de Pokémon. Quer algumas bolinhas de gude? Compre umas de Pokémon. Você colecionava tazos? Bem, eles têm umas de Pokémon! Quer um novo ímã de geladeira? Compre uma de Pokémon! Eu realmente não consigo enfatizar o suficiente o quanto Pokémon estava em todo lugar!
No Brasil, a Pokémania começou oficialmente em 10 de abril de 1999. O anime foi inicialmente oferecido tanto à Rede Globo quanto ao SBT, que eram os dois maiores canais abertos na época, mas foi rejeitado por ambos. Colocando os fatos em perspectiva, apesar de parecer ser uma decisão bem merda... e foi muito, eu consigo entender o contexto: em 1997 o episódio do Porygon causou ataques de epilepsia em quase 1 mil crianças japonesas assistindo o anime, e até então essa era a única informação que tinhamos sobre Pokemon no Brasil.
Esse episódio foi tão marcante que até hoje os jogos e animes tem avisos sobre imagens brilhantes que devem ser evitadas por portadores de alguns tipos de epilepsia
Então, é, eu meio que entendo pq a Globo e o SBT não quiserem o anime. Só que a Record, por outro lado, estava meio que no foda-se pq naquele tempo eles amargavam um distante terceiro lugar na audiencia da programação infantil das manhãs. O programa da Eliana tinha por volta entre 2 pontos de audiencia, enquanto SBT e Globo disputavam na casa dos 5, 6 pontos com sua programação infantil. O que eles tinham a perder realmente?
Em menos de um mês, Pokémon sozinho catapultou o programa da Eliana para DOZE pontos de audiencia, com picos de CATORZE. Em menos de um ano, a Panini já trabalhava 24 horas por dia durante dois meses para atender à demanda por figurinhas para seus albuns (vendeu 61 milhões de envelopes de figurinhas com imagens dos monstrinhos em apenas dois meses, o recorde anterior, com os personagens da Família Dinossauro, era de 40 milhões em dois anos). A revista Pokémon Club, lançada pela Conrad Editora, com 100 mil exemplares logo no primeiro mês teve que ter a tiragem quinzenal aumentada para 300 mil. A Tele Centro Sul encomendou 6 milhões de cartões telefônicos com os personagens. Antes de lançá-los, fez uma pesquisa e decidiu ampliar o pedido para 18 milhões.
Estes são apenas alguns exemplos, pequenos, do que realmente foi o fenomeno de Pokémon no Brasil. Isso, é claro, sem contar os efeitos colaterais: a Globo desesperadamente tentou ter o "seu Pokémon" e trouxe todo anime que podia por as mãos que vagamente se assemelhava ao conceito de colecionar monstros: Digimon, MONSTER RANCHER, Sakura Card Captor... e claro, na tentativa de ter "o seu Pokémon" e a "sua Eliana" (que capitalizou pra caralho em cima da audiencia do anime), nos proporcionou um dos momentos mais constrangedores da história da televisão brasileira:
... abrindo um pequeno parenteses, eu ainda vou falar sobre Digimon aqui, mas por hora eu só queria deixar registrado o quanto essa abertura é pavorosamente ofensiva quando a abertura japonesa é uma puta pedrada do mestre Wada Kouji. Não que seja culpa da Globo ou da Angélica, eles já receberam assim da versão americana, mas puta merda, olha só que obra prima REALMENTE é a abertura de Digimon: