domingo, 16 de março de 2025

[#1422][Mai/1999] STREET FIGHTER 3: 3rd Strike - Fight for the Future


 Não é realmente possível falar sobre o terceiro e último update de STREET FIGHTER 3: The New Generation sem mencionar que neste jogo especificamente aconteceu um dos maiores momentos da história dos videogames, de todos os tempos.

Só que para você entender o que esse momento significa e aprecia-lo em toda sua glória, primeiro eu vou precisar explicar a mecânica nova introduzida nesse jogo: o parry.

sábado, 15 de março de 2025

[#1421][Set/1999] TIME STALKERS (ou "Climax Landers" no Japão)


Quando eu li a respeito de Time Stalkers na Gamers e vi que o jogo era um crossover todos os jogos da Climax, a minha primeira reação foi "... espera, que TODOS os jogos da Climax"?

Isso porque antes de começar esse blog eu sequer tinha ouvido falar da Climax como desenvolvedora, quanto mais já ter jogado algum jogo deles - quiça todos eles. Oito anos depois, aqui estamos nós.

sexta-feira, 14 de março de 2025

[#1420][Dez/98] THOUSAND ARMS

 


Então cá estava eu, todo garboso e pimponeta, folheando a Gamers de Outubro/99 vendo qual vai ser meu próximo joguinho... quando algo aconteceu. Naquela página, eu vi a luz. Não uma luz qualquer, saiba você, mas uma epifania gamer estampada em papel couché. Meus olhos se arregalaram, minha respiração falhou por um instante, e senti um arrepio percorrer minha espinha. Ali, entre prévias e análises, estava ele: um jogo que parecia ter sido feito sob medida para meus instintos mais primitivos de jogador.

Um jRPG com elementos de Dating Sim, uma forte estética de anime e publicado pela Atlus, você consegue imaginar uma coisa dessas?

SIM, CHAMA-SE "PERSONA"

Hm, tá, minha culpa por colocar a barra muito baixa. Eu quis dizer o OUTRO jRPG com elementos de Dating Sim, uma forte estética de anime e publicado pela Atlus!

ESPERA, QUE OUTRO?

Viu como era interessante? Então, apesar do seu nome terrivelmente mundano e sem charme, Milhares de Braços, de facto é um jRPG sobre misturar exploração de masmorras, combate por turnos e construção de relacionamentos - o que, novamente, se tornou uma assinatura da série Persona - porém alguns anos antes desta faze-la, já que o primeiro REVELATIONS SERIES: Persona... não é bem sobre isso, como eu discuti naquele texto.


Seja como for, o que importa é que eu estava pronto para mergulhar em uma joia peculiar e charmosa do PS1. E bem, peculiar não deixa de ser uma forma de descrever esse jogo no final das contas...

terça-feira, 11 de março de 2025

[#1419][Out/1999] XENA: Warrior Princess


Se eu te pedir pra fechar os olhos agora e imaginar uma série de TV "ruído de fundo" dos anos 90... você não conseguiria, pq isso é um texto e como você estaria lendo isso de olhos fechados? Bem, tecnicidades a parte, imagine, se puder uma série dos anos 90 que fica rodando inofensivamente na TV enquanto você faz as suas coisas - lava a louça, limpa a cara ou tenta descobrir o que o cachorro está mastigando e corre atrás dele tentando tirar alguma coisa da boca dele antes que ele engula.

Essa serie não seria necessariamente ruim, só seria... inofensiva. Você sabe, gente bonita, piadocas inofensivas, "violencia" não muito mais profunda que um filme dos Trapalhões, umas locações bonitas também (alo Nova Zelandia, vocês acham que foi o Peter Jackson que inventou isso?)... uma série que não tenta nada artisticamente, mas está ali, sendo assistível, sendo agradavel aos olhos, e provavelmente bastante ciente que você não está prestando muita atenção nela.

Se você imaginou uma série assim nos anos 90, provavelmente você está pensando em Hercules: Legendary Journeys, que era o take "family friendly" safe do mais famoso herói da mitologia grega... embora não tão family friendly safe quanto DISNEY'S HERCULES mas divago. Meu ponto é Hercules sua série bacaninha e inofensiva.


Nessa série, mais especificamente no nono episódio da primeira temporada, nosso bom camarada e amigão de todos Hercs se depara com uma vilã maligna do mal que odeia o bem: uma princesa guerreira que tenta dar um desdobre para usar a força bruta do herói e seu não tão brilhante cerebro como ferramenta para dominar o mundo. Hercules frustra seus planos sem machucar ninguem, obviamente, o bem vence o mal e espanta o temporal.

Mas aí é que está a coisa, o público gostou tanto dessa vilã, sua atitude badass e meio que "eu vou fazer o que for necessário pra vencer, moralidade é pra comedores de quiche", que eventualmente ela voltou para mais alguns episódios. E mais eventualmente ainda (ou nem tão "eventualmente", já que foi no mesmo ano), decidiram que ela ganharia sua própria série. Assim nasciam as aventuras de Xena - A Princessa Guerreira, e é aqui que as coisas começam a ficar interessantes.

segunda-feira, 10 de março de 2025

[#1418][Dez/98] GENSO SUIKODEN 2


Vou te dizer que quando eu vi que estava perto de jogar Suikoden 2, eu não fiquei particularmente efusiástico com a ideia. Não pq eu já tinha jogado esse jogo antes, mas sim pq eu sabia que estruturalmente ele parecia incorporar dois dos elementos que eu menos gosto em RPGs: um elenco gigantesco de personagens coletáveis e o formato de narrativa "vila da semana". 

Meu ceticismo se tornou ainda mais grave pq recentemente tive minha experiência com CHRONO CROSS, um jogo que tentou uma abordagem semelhante, mas  ao qual eu tenho muitas, muitas ressalvas a respeito. Eu literalmente já escrevi uma review inteira sobre isso, mas o ponto relevante aqui é que o elenco inchado de CHRONO CROSS, com 45 personagens jogáveis, era subdesenvolvido e irrelevante, deixando um gosto amargo por jogos que priorizam quantidade em vez de qualidade. 

No jogo de hoje: uma Karen selvagem ataca

O outro preconceito que eu tinha com esse jogo era a trope da "vila da semana"—onde os jogadores resolvem problemas isolados em pequenas cidades antes de seguir em frente, raramente revisitando ou conectando essas histórias ao enredo principal— uma marca registrada de jRPGs antigos como Dragon Quest (embora Dragon Quest ainda faça isso até este ponto da história, recentemente passei trocentas horas disso em DRAGON QUEST 7: Fragments of the Forgotten Past) e outros jRPGs antigos como LUFIA 2: Rise of the Sinistrals

Então, como vocês podem ver, quando eu descobri que Suikoden II combinava esses dois elementos, é justificado que eu não estivesse exatamente exultante. Mas então, como diz o ditado, da onde menos se espera... daí mesmo que não sai nada - a menos quando sai, veja só você!

O que eu posso adiantar desde já que é que, para minha grande surpresa, Suikoden II não apenas desafiou minhas expectativas—ele redefiniu completamente como eu vejo esses tropos.

quarta-feira, 5 de março de 2025

[#1417][Fev/1999] GUITAR FREAKS


Hoje vamos falar de uma das mais iconicas e representativas franquias da história dos videogames! Sim, hoje é o dia, a hora, o local e a razão de falar da lendária série BEMANI!

...

Que reação é essa, Jorge, não está animado de falarmos de um jogo Bemani?

EU NÃO SEI EM QUE MUNDO VOCÊ VIVE, MAS EU LITERALMENTE NUNCA OUVI ESSE NOME ANTES

Hã, bem, suponho que eu precise começar do começo então, né?

terça-feira, 4 de março de 2025

[#1416][Dez/1999] PARASITE EVE 2


Durante os anos 90, a Disney tinha a prática de seguir um grande sucesso animado do cinema (e até dado ponto, todos eram) por filmes menores, com menos orçamento e praticamente zero ambição artistica. Esses filmes não eram pretenciosos grandes lançamentos no cinema, não, ao invés disso eram pequenos filmes lançados direto pra VHS (depois direto para DVD e hoje direto pra streaming) para as crianças assistirem milhões de vezes sem encher o saco dos pais.

Ou seja, todo mundo lembra, é claro, de DISNEY'S ALADDIN de 1992. Bem menos gente lembra, entretanto, de Aladdin: The Return of Jafar (1994) e Aladdin and the King of Thieves (1996).

Tá, mas pra que eu estou falando disso? Pq a mesma lógica se aplica a videogames - embora menos frequentemente, dado que em jogos é mais fácil a continuação superar o original devido ao salto na tecnologia, refinamento nas mecanicas e feedback do jogo original, mas aqui e ali acontece de grandes clássicos terem continuações "diretas para DVD" que são apenas uma nota de rodapé diante da sombra gigantesca lançada pelo jogo original.


O exemplo mais iconico para este caso é que eu não realmente preciso explicar a ninguém - tenha essa pessoa conhecimento sobre videogames ou não - o que realmente é STREET FIGHTER II: THE WORLD WARRIOR ou quem são seus personagens. Sua continuação direta, entretanto... bem, é necessário um pouco mais esforço para as pessoas lembrarem de STREET FIGHTER 3: The New Generation.

E assim como ALUNDRA 2: A New Legend Begins é a tão esperada sequencia de ALUNDRA que caiu na categoria "esse definitivamente é um dos jogos já feitos" e encerrou a franquia, a Vespera do Parasita 2 foi a sequencia do tão aclamado  PARASITE EVE que não foi exatamente o que as pessoas esperavam e terminou qualquer esperança de vermos um Parasite Eve 3.

Então a pergunta que realmente cabe ser feita aqui é... isso é justo? Parasite Eve 2 realmente merece ser relegado a uma mera sequencia "direto pra DVD" de PARASITE EVE? É o que veremos a seguir.

segunda-feira, 3 de março de 2025

[#1415][Ago/1999] COMMAND & CONQUER: Tiberian Sun

Antes de COMMAND & CONQUER: Tiberian Dawn, havia DUNE: The Battle for Arrakis. E antes de DUNE: The Battle for Arrakis, havia —bem, muita coisa, mas nada que se parecesse com um jogo de estratégia em tempo real como conhecemos hoje. 

Para a sequencia de DUNE: The Battle for Arrakis, a Westwood Studios não pagou removeu a licença de Dune antes que os Harkonnens pudessem abrir um processo por direitos autorais e criou COMMAND & CONQUER: Tiberian Dawn em 1995. Enquanto isso, a Blizzard Entertainment pegou a mesma fórmula básica de RTS e a transformou em WARCRAFT: Orcs and Humans, levando a uma grande rivalidade entre as duas empresas, mas também gerando um grande cisma no gênero: a Blizzard abraçou a fantasia, os orcs e, eventualmente, os MMOs; a Westwood abraçou explosões, equipamentos militares e de alguma forma múltiplas linhas do tempo contraditórias. Pareceu fazer sentido pra eles na hora.

Assim nasceu o universo Command & Conquer—mais ou menos. Veja bem, na maioria das franquias de jogos, a linha do tempo é uma coisa organizada e coerente. Não aqui. Em vez disso, a Westwood decidiu construir um multiverso de RTS tão confuso que Kingdom Hearts quando ainda era criança se ajoelhou e disse "teach me, senpai!"

domingo, 2 de março de 2025

[#1414][Out/1999] JET FORCE GEMINI (ou "Startwins" no Japão)


É um fato conhecido que não é realmente possível falar do Nintendo 64 sem falar da Rare - a única outra empresa além da Nintendo a vomitar sucesso após sucesso regularmente para o console. Sem mentira, de todos os "The Best Of" que eu já dei nesse blog para o Nintendo 64, mais da metade são da própria Nintendo ou da Rare.

Por isso mesmo é meio impossível dissociar o Nintendo 64 da Rare, pq jogos como DIDDY KONG RACING, BANJO-KAZOOIE ou GOLDENEYE 007 são imagens que te vem a mente quando se menciona a "fun machine" da Nintendo. Eu estou explicando isso pq, no entanto, nem todos os jogos da Rare daquela época recebem o mesmo nível de amor. Alguns deles caíram na obscuridade, seja porque envelheceram mal (né BATTLETOADS) ou apenas realmente não eram dignos de muita nota - como MICKEY SPEEDWAY USA.

E um desses títulos que ninguem nunca menciona quando fala do Nintendo 64 ou da Rare é justamente esse Força Jato Gemeos — e isso sempre me pareceu um tanto estranho, pq pelo que eu li a respeito jogo, este seria um jogo que pega a experiência da Rare em jogos de plataforma, tiro e aventura e joga tudo em um liquidificador. O que é que aconteceu aqui então que JFG acabou caindo nas frestas das areias do tempo?

sábado, 1 de março de 2025

[#1413][Jul/1999] THE MISADVENTURES OF TRON BONNE

Então, a Capcom. 

Suponho que a esse ponto você já tenha pego a ideia que se não estamos falando de uma IP nova, muito provavelmente então vamos falar sobre eles espremendo alguma franquia até o último centavo e as pessoas terem brotoeja só de pensar no nome.  Se foi isso que pensou, então está certo porque é exatamente o que vamos fazer aqui hoje.

Isso sendo dito, o ponto aqui é que mesmo para os padrões da Capcom, As Desventuras de Tron Bonne é um jogo especialmente esquisito.