sábado, 22 de fevereiro de 2025

[#1406][Ago/2000] CAPCOM VS SNK: Millennium Fight 2000


O ano é 2000 e se você perguntar a qualquer gamemaníaco (faz tempo que a Ação Games não usa essa expressão, todo mundo agora é tão profissional...) sobre jogos de luta 2D, você terá uma divisão entre Capcom e SNK - e não tem uma resposta certa. Seja vc preferir o THE KING OF FIGHTERS 98 ou STREET FIGHTER ALPHA 3, qualquer opção é uma excelente escolha.

Por isso, quando Capcom vs. SNK: Millennium Fight 2000 foi anunciado, ele deveria ter sido o equivalente gamer dos Vingadores se reunindo, das maiores bandas do mundo no Live Aid de 1985, ou das Tartarugas Ninja aparecendo em Power Rangers! Capcom e SNK, as duas indiscutíveis rainhas dos jogos de luta, finalmente unindo forças. Isso não era apenas um crossover—era um evento cultural, um confronto dos sonhos que os fãs vinham esperando há anos. Ryu vs. Terry Bogard? Ken vs. Kyo Kusanagi? Chun-Li vs. Mai Shiranui?


Esse é o material do qual os sonhos são feitos, eu te digo! Ou pelo menos deveria ter sido... pq quando o jogo finalmente chegou, ele não exatamente colocou o mundo em chamas. Em vez disso, foi mais “Ah, esse jogo existe, né…” Como isso aconteceu? Como um jogo com nomes tão poderosos por trás falhou em se tornar o fenômeno que deveria ser? É o que veremos no episódio de hoje.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025

[#1405][Ago/1999] SHADOW MAN

Este blog está repleto de histórias de terror sobre empresas especializadas em serem... bem, um amontoado de executivos de videogames que executivavam executivamente—sem a menor conexão com o público para quem vendiam ou com os desenvolvedores com quem trabalhavam. Sabe aquele executivo satirizado em WAYNE'S WORLD? Pois algumas dessas empresas pareciam compostas inteiramente por legiões desses caras.


Como eu disse, já dediquei ALGUMAS horas da minha vida relatando os perrengues que LJN, Ocean e Electronic Arts me fizeram passar com suas decisões executivescas. Mas se existe uma empresa tão ruim quanto essas, talvez até pior, e cuja história de ascensão e queda eu nunca explorei a fundo, essa empresa é a Acclaim. E poucas histórias ilustram tão bem tudo o que havia de errado com a Acclaim nos anos 90 quanto o verdadeiro conto de terror que foi a produção de Shadow Man.

Spoiler: deu muito, muito errado.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

[#1404][Dez/1999] MARIO PARTY 2

Mario Party 2 é MARIO PARTY... só que 2. Sim, eu sei, eu sou um Xerox Rolmes, mas o que exatamente vocês esperam que eu diga? Lançado apenas um ano após o primeiro, essa sequência veio confirmar o óbvio: Mario Party estava destinado a se tornar uma franquia que continuaria por toda a eternidade. Já estamos no 15º jogo (Super Mario Party Jamboree é a entrada mais atuallançada em 2024), e eu já aceito que minha tataraneta jogará Mario Party 47 no holograma do Nintendo Switch 12.

Mas voltando a Mario Party 2, a Hudson Soft pegou o primeiro jogo, deu uma nova mão de tinta e, satisfeita com o trabalho, se deu um tapinha nas costas e suspirou aliviada por garantir mais um ano de comida na mesa sem precisar lançar Bomberman Kart. (Aliás, tenho quase certeza de que Bomberman Kart existe ou existirá em algum ponto, mas divago.)

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025

[#1403][Jul/1999] OGRE BATTLE 64: Person of Lordly Caliber


Oh não.

O suor frio escorria de minha testa, minhas mãos tremiam, meu coração palpitava em terror... e eu sequer tinha encaixado a fita de "Batalha Ogra 64: Pessoa de um Calibre Senhorio" (belo nome, isso tem que ser dado a ele) no Nintendo 64. 

Isso porque antes mesmo que eu ligasse o videogame, fui bombardeado por memórias de OGRE BATTLE: The Marsh of the Black Queen como um sobrevivente de guerra que acorda com flashbacks terríveis no meio da noite, gritando em puro horror.


Como um cadaver mal enterrado nas minhas lembranças, se arrastaram para a superficie lembrança de horas intermináveis ​​gastas tentando descobrir como o sistema de alinhamento funcionava, apenas para ter minha reputação inexplicavelmente despencando porque ousei libertar uma cidade em vez de ocupá-la. Lembrei da frustração de gerenciar unidades com uma interface que parecia ser uma piada interna da equipe de desenvolvimento que eu claramente não estava pegando lembrei da exaustão total das missões que pareciam durar para sempre, sem nenhum feedback claro de progresso ou realização.

O jogo de SNES era um jogo que punia você por não entender suas regras enigmáticas, oferecia pouco para explica-las e menos ainda em capacidade de perdoar os erros que você nem entendia que estava cometendo. Era um jogo que exigia perfeição, mas não dava nenhuma das ferramentas para alcançá-la. 


ESTOU PEGANDO A SENSAÇÃO QUE VOCÊ NÃO GOSTA MUITO DE OGRE BATTLE: The Marsh of the Black Queen

O que te deu a deixa? Mas tá, verdade seja dita, apesar de tudo isso eu não posso ignorar completamente o fato de que tem boas ideias enterradas sob toda a frustração. Algo que, se feito corretamente, poderia ser realmente incrível.

Seria esse então o caso deste jogo de uma Pessoa de Calibre Senhorio que realmente iria consertar tudo que deu errado com o jogo de SNES? Ou seria outra prova na grande verdade da vida que nada é tão ruim que não tenha como piorar?

sábado, 15 de fevereiro de 2025

[#1401][Ago/2000] PAPER MARIO

No período entre 1994 e o começo dos anos 2000, a Squaresoft estava em um dos maiores streaks de sucesso da história dos videogames. Tudo que eles faziam, quando não era ouro puro ao menos era bastante interessante - como é o caso dos projetos mais experimentais que eles podiam se dar ao luxo de fazer, como LEGEND OF MANA.

Dentre os projetos dessa fase aurea da Squaresoft, um dos mais famosos é justamente um dos mais inusitados: SUPER MARIO RPG: Legend of the Seven Stars. A ideia de fazer um RPG do Mario pode parecer absurda a um primeiro momento, mas se você pensar bem... continua sendo absurdo. Quer dizer, não é como se o Mario tivesse sequer uma personalidade ou seu mundo tivesse uma lore mais complexa do que "um vilão do mal sequestra uma princesa por razão nenhuma que senão sequestrar princesas é algo que vilões fazem".

E ainda sim, naquela época a Squaresoft estava numa fase abençoada, tão especial que eles não apenas fizeram um RPG disso como deu magnificamente certo. Um dos jogos mais vendidos do ano de 1996 no Japão e nos Estados Unidos (um país sem tradição alguma no genero), topo das mais alugadas na Blockbuster... o sucesso comercial e crítico de SUPER MARIO RPG: Legend of the Seven Stars não pode ser medido em palavras. Ou pode, pq eu passei mais de 3000 palavras falando deste fodendo RPG na review de SUPER MARIO RPG: Legend of the Seven Stars.

Mas aquilo foi aquilo, aqueles foram os anos em que o Super Nintendo caiu em um blaze of glory e por melhor que tenha sido, passou. Agora estamos em 1999, e a Nintendo queria um Super Mario RPG 2 para Nintendo 64. Problema: a Squaresoft não queria.

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025

[#1400][Nov/1999] ALUNDRA 2: A New Legend Begins


Algumas obras são tão completas, tão autossuficientes, que fazer uma sequência à altura se torna um desafio quase impossível. Tão impossível, de fato, que, às vezes, seus criadores simplesmente chutam o balde e tentam algo completamente diferente — até mesmo em um gênero totalmente distinto.

Isso pode tanto dar muito certo (como Aliens, que transformou um dos melhores filmes de terror slasher de todos os tempos em um dos melhores filmes de ação de todos os tempos) quanto dar muito errado (Coringa 2, que... meu amigo...). Em videogames, essa abordagem é menos comum, pois muitas sequências diretas acabam sendo tão boas — ou até melhores — que seus predecessores, graças a avanços tecnológicos, refinamento das mecânicas e feedback dos jogadores.

Ainda assim, sequências radicalmente diferentes existem. São raras, mas acontecem. Algumas nem são ruins se analisadas isoladamente, sem levar em conta o jogo original. Um dos melhores exemplos disso é Final Fantasy X-2.

Até onde lembro (preciso rejogá-lo para ter certeza), FFX-2 não é um jogo ruim. Pelo contrário, é um RPG bem divertido. O problema é que nunca consegui dissociar minha insatisfação com sua mera existência. Final Fantasy X não precisava de uma sequência, e transformar a Yuna em uma popstar é, sem dúvida, uma das decisões mais aleatórias da história... de todas as histórias.

Mas, assim como acontece no cinema, existem mudanças radicais que funcionam e mudanças radicais que não funcionam. E isso nos leva ao jogo de hoje: Alundra 2. Uma sequência que, sem dúvida, chutou o balde — mas, ao contrário de Aliens, não para melhor. Na verdade, na minha opinião, Alundra 2 é um jogo... bem, vamos começar do começo, e para isso eu preciso falar de Alundra.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2025

[#1399][Nov/2000] TALES OF ETERNIA (ou "Tales of Destiny 2" nos EUA)


Eu vou ser bem sincero com vocês: eu já joguei alguns jogos da série "Tales of" a essa altura dos acontecimentos, e me permitam dizer que eu não sou o maior fã da coisa toda. Eu já desenvolvi isso duas vezes nos textos de TALES OF PHANTASIA e TALES OF DESTINYmas a ideia geral da coisa é que não é que eu odeie a franquia, apenas... bem, eles são o fast food dos jRPGs. 

Se você está com fome e quer algo que preencha todos os requisitos básicos para você não desmaiar de inanição no chão, coloque no micro-ondas, coma seu hambúrguer requentado de dez pila e saia satisfeito — então sim, nesse aspecto, "Tales Of" faz o trabalho. Porém se você quer mais do que apenas matar a fome básica por um jRPG... então talvez você tenha mais sorte procurando em outro lugar.

Dificilmente você vai se lembrar de um "Tales Of" como uma experiência transformadora. Você não vai contar aos seus netos sobre a vez em que jogou "Tales of Xillia" e teve uma revelação profunda e existencial. Não, porque os jogos "Tales Of" são o epítome dos jRPGs seguros e produzidos em massa. Eles não são ruins, mas também raramente — ou nunca — aspiram ser mais do que isso.

Agora que você entende meus sentimentos a respeito da franquia, suponho que faça um pouco mais de sentido quando eu dizer quando comecei Tales of Eternia (ou "Tales of Destiny 2", como foi lançado nos EUA... o que se provou um nome meio infeliz pq alem de não ter relação nenhuma, em 2002 foi lançado um "Tales of Destiny 2" para PS2 exclusivamente no Japão que é de facto a continuação de TALES OF DESTINY), esperava outra aventura genérica. No entanto, quando estava eu esperando uma experiencia modorrenta, eis que então uma luz radiante cegou meus olhos. E foi lindo.


Poderia ser? Um "Tales Of" que realmente tinha uma premissa interessante? Um cenário único? Personagens com os quais eu realmente me importava? Seria esse o jogo prometido, profetizado nas lendas? Estava realmente acontecendo? Mas então vamos começar pelo começo: quem deixou colocarem um cenário realmente interessante no meu "Tales Of"?!

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025

[#1398][Dez/1999] LEGEND OF DRAGOON

Não é exatamente o segredo perdido da computação quantica o fato que, no Japão dos anos 90, um videogame vivia e morria por quão bons eram os seus RPGs. Um fato totalmente quantificado pela Sony, que investiu um bom dinheiro em estúdios secundários para que lhes desses RPGs exclusivos como BEYOND THE BEYONDARC THE LAD e WILD ARMS. E, como você pode ver pelos nomes, nenhum desses gerou franquias insanamente populares que plenamente satisfizeram os executivos da Sony.

Verdade que alguns desses jogos ganharam continuações MUITO melhores que os originais, como WILD ARMS 2 ou ARC THE LAD 2, ainda não era o que a Sony queria. Eles queriam algo nível Final Fantasy, algo nível Dragon Quest, só que SEU. O que, naturalmente, levou a Sony a adotar outra abordagem:


Assim, a Sony abriu a guaiaca e despejou mais de 15 milhões de dolares (um valor impressionante para a época) na Legenda do Dragoneiro!O resultado foi um jogo com um orçamento impressionante, visuais deslumbrantes e um conceito intrigante. No entanto, apesar dessas qualidades, Legend of Dragoon tem... questões na sua execução, que é o que veremos a seguir.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2025

[#1397][Ago/1999] TONIC TROUBLE


Se você já ouviu falar de Problemas Tônicos... uau, você realmente é um dos esquisitos para ter ouvido falar desse jogo, heim... a primeira coisa (e provavelmente única) que provavelmente ouviu sobre ele é sua peculiar condição de nascimento. 

Isso pq a Ubisoft desenvolveu esse jogo como um experimento para testar como a jogabilidade de RAYMAN se traduziria para um mundo totalmente 3D. Basicamente, ele foi um rato de laboratório para evitar que Rayman 2: The Great Escape manchasse o nome da franquia caso a transição não desse certo. O resultado foi um jogo que tem toda a cara de um protótipo, mas que ainda consegue ter charme e esquisitices o suficiente para se destacar — mesmo que pero no mucho — no mar de plataformas 3D da época.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025

[#1396][Jun/1999] TOTAL ANNIHILATION: Kingdoms


Existem dois tipos de pessoas neste mundo: aqueles que jogaram Total Annihilation de 1997, um dos RTS mais famosos decada, aqueles que como eu, conheceram a franquia através de Total Annihilation: Kingdoms de 1999 — um spin-off bizarro e quebrado, e aqueles que não sabem como usar números em uma enumeração. 

Bem, seja como for, vamos colocar assim: se Total Annihilation é um RTS polido e refinado para dar ao jogador uma experiencia bastante satisfatória na ambição de competir com os grandes títulos dominantes do mercado (WARCRAFT 2: THE DARK SAGA e COMMAND AND CONQUER RED ALERT), seu spin-off é o protótipo em que alguém derramou café antes de sair para o trabalho.

ESSAS TUAS COMPARAÇÕES ESTÃO FAZENDO CADA VEZ MENOS SENTIDO, SABIA DISSO?

Ainda fazem mais sentido que o balanceamento desse jogo, acredite. Vamos a isso então.

domingo, 2 de fevereiro de 2025

[#1395][Ago/1999] THE NEW TETRIS


Ah, Tetris. O pilar de quatro lados sobre o qual os videogames foram construídos. O jogo que nunca morre. Um jogo tão atemporal, tão onipresente, que já agraciou todos os consoles, todos os computadores e até alguns micro-ondas a essa altura. E, no entanto, aqui estamos nós novamente, com o The New Tetris para o Nintendo 64, um jogo que audaciosamente se declara "novo"... enquanto entrega mais uma repetição da mesma jogabilidade de blocos caindo que existe desde o final dos anos 80.

Olha, para ser justo, eu entendo. Tetris é um clássico. É o tipo de jogo que todo sistema precisa ter em algum ponto da vida e...

MAS O NINTENDO 64 JÁ TEM TETRIS. 

Mas oi?

VÁRIOS, MAIS DE UM ATÉ: MAGICAL TETRIS CHALLENGE E TETRIS 64

Hã, é, verdade. Desculpe o lapso, após a 28a versão de Tetris essas coisas meio que começam a se tornar um único borrão na minha memória. Então, sim, Tetris é realmente o tipo de coisa que você pode colocar em qualquer sistema e pronto. Porém este aqui não é QUALQUER Tetris, saiba você, porque é o NOVO Tetris!

sábado, 1 de fevereiro de 2025

[#1394][Jun/1999] RUGRATS: Scavenger Hunt


Em meados de 1999, Rugrats ainda era tão popular quanto era... no final de 1998, época que saiu RUGRATS: Search for Reptar. Sem surpresa, nada mudou muito em seis meses — então, para uma explicação mais profunda do que Rugrats (ou Os Anjinhos, como era chamado no Brasil) era e por que era um fenômeno cultural na época, recomendo conferir minha análise de RUGRATS: Search for Reptar.

O que é relevante para esta análise é que a série animada, que acompanhava um grupo de crianças imaginativas em suas aventuras cotidianas, cativou tanto as crianças quanto os pais. Enquanto as crianças gostavam das travessuras malucas dos bebês, os pais encontravam humor nos acenos sutis às dificuldades de criar filhos — dificuldades sobre as quais ninguém fala abertamente. Por causa desse amplo apelo, não foi surpresa que a franquia gerasse todos os tipos de produtos licenciados, incluindo um jogo para PlayStation (RUGRATS: Search for Reptar). E foi ainda menos surpreendente que um jogo inteiramente diferente tenha sido feito para o Nintendo 64 — dadas as diferenças entre cartuchos e CDs, frequentemente era mais fácil para os desenvolvedores criar um novo jogo do zero em vez de lutar para portar um existente.

Então, embora não seja estranho que o jogo Rugrats no N64 seja totalmente diferente do PS1, o que é estranho aqui é a escolha de game design feita: esse não é um jogo de plataforma, um jogo de quebra-cabeça ou mesmo um jogo de festa. Em vez disso, é essencialmente THE GAME OF LIFE, mas com a marca Rugrats e alguns pequenos ajustes de jogabilidade.